quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quadrilha tucana roubou R$ 1 bilhão, afirma MP de São Paulo

MP aponta superfaturamento de quase
 R$ 1 bi em reforma de trens do Metrô

Janaína Garcia

Bandidos cheirosos
O Ministério Público do Estado de São Paulo divulgou na tarde desta terça-feira, na capital paulista, o relatório de um ano e meio de investigações que apontam superfaturamento de quase R$ 1 bilhão em contratos para reforma de trens da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP). De acordo com o promotor de Defesa do Patrimônio Público Marcelo Milani, o MP constatou ilegalidades em quatro contratos iniciais firmados entre 2008 e 2010, durante a gestão do então governador José Serra (PSDB), para a reforma de 98 trens das linhas 1-azul e 3-vermelha do metrô paulistano. Os quatro, entretanto, foram fracionados em mais dez, totalizando dez contratos. Milani afirmou que os R$ 1,622 bilhão do valor inicial dos quatro contratos saltaram para cerca de R$ 2,5 bilhões graças ao acréscimo de R$ 875 milhões gerados com o fracionamento em dez contratos. Esse fracionamento, alegou, é ilegal. “Isso é um escândalo total, um prejuízo total aos cofres públicos. Não existe fora de São Paulo outra cidade em que esses trens sejam reformados”, disse o promotor, segundo o qual, dos 98 trens a serem reformados, “36 estarão parados até ano que vem, quase um terço da frota”. Presidente do Metrô recebe recomendação administrativa O promotor afirmou que convocou o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, a responder, no prazo de 30 dias, uma recomendação administrativa em que é solicitada a suspensão dos contratos. Mesmo que a resposta seja dada, o MP não descarta entrar com uma ação de improbidade administrativa caso as ilegalidades apontadas na investigação se confirmem. Cartel atuou em ao menos um contrato Durante as investigações, informou Milani, ficou comprovada a participação de empresas investigadas pela prática de cartel (acordo ilegal que veda a concorrência e eleva preços de produtos e serviços), em outras investigações, também em contrato de reforma de trens.

Leia todo o artigo em O Cafezinho de Miguel do Rosário

Quem era Carlos Mariguella? I

Depoimento Mario Magalhães, autor do livro "Marighella - o homem que incendiou o mundo".

sábado, 30 de novembro de 2013

Leandro Fortes se despede de Carta Capital

Despedida doida 


Eu devo a CartaCapital a oportunidade de ter voltado a amar o jornalismo. Espero ter retribuído à altura

Em outubro de 2005, eu havia desistido do jornalismo. A fúria com que a mídia havia se debruçado sobre o escândalo do “mensalão” havia, na época, iniciado uma onda de vandalismo editorial que transformara o trabalho das redações de Brasília em gincanas de uma só tarefa: derrubar o governo Lula.
Ainda existem jornalistas íntegros

 Transformados em soldados de uma estrutura paralisante de pensamento único, os repórteres de Brasília passaram a gravitar em volta desse objetivo traçado pelo baronato da mídia sem maiores preocupações críticas. De repente, a ordem era adaptar todas as teses progressistas e de esquerda vinculadas ao governo do PT ao esgoto do “maior escândalo de corrupção da história do Brasil” e, a partir de então, iniciar a caçada a Lula e seu mandato presidencial. Fracassaram, mas não pararam de se multiplicar.

 Assim, meia dúzia de famílias que monopolizava (e ainda monopoliza) o negócio da comunicação no País se uniu, como em 1964, para derrubar um presidente eleito pelo voto popular por meio do mesmíssimo discurso udenista de combate à corrupção agregado, a partir de uma adaptação tosca e deliberadamente manipulada, a conceitos difusos de liberdade de imprensa e liberdade de expressão – uma armadilha retórica que perdura até hoje, cujo o objetivo continua sendo o mesmo, o de não discutir seriamente nem uma coisa nem outra. 

Eu havia largado empregos promissores da chamada “grande imprensa” para me dedicar a dar aulas de jornalismo em uma faculdade de Brasília. Pretendia, como acabei fazendo pouco tempo depois, criar um fórum próprio de discussão e formação em jornalismo desvinculado da crescente ideologização de direita, conservadora e medíocre da mídia nacional. Assim nasceu a Escola Livre de Jornalismo, uma arena de ideias, seminários, palestras e oficinas para estudantes e jovens jornalistas em busca de contrapontos ao mau cheiro da mídia tradicional. Dediquei-me, ainda, a escrever livros e fazer palestras Brasil afora. A CartaCapital entrou na minha vida, em 2005, pelas mãos da mesma pessoa que me fez vir para Brasília, em 1990, Cynara Menezes – minha amiga e contemporânea dos tempos da UFBA, minha irmã querida, jornalista brilhante, desde sempre.

Leia todo o artigo AQUI

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lula traiu o povo brasileiro quando nomeou Joaquim Barbosa

Toda vez que eu leio alguma coisa sobre este psicopata que hoje preside o STF eu me lembro que Lula o nomeou por sugestão de Frei Betto.

Pior: Joaquim Barbosa não foi o único direitista nomeado pelos presidentes do PT. Lula chegou ao ponto de nomear um reacionário e, quando abriu outra vaga por morte ou aposentadoria deste reacionário, nomeou outro pior ainda.

Mas o caso de Joaquim Barbosa é especial. Sua nomeação foi feita por sugestão de um mau-caráter chamado Carlos Alberto Libânio, vulgo Frei Betto. Um incompetente que ficou responsável pela Campanha do Fome Zero durante dois anos e não realizou absolutamente nada que prestasse. Somente com a ida de Patruz Ananias para o ministério é que foi criado o Bolsa Família. Programa que hoje é aclamado no mundo inteiro pela sua eficácia. Ainda por cima, Frei Betto, depois que foi exonerado, se deu ao trabalho de escrever um livro - mais um dinheirinho pra ele - em que esculhambava com aqueles que exerciam cargos de confiança no governo federal.

Mais: o critério para a nomeação de Joca Barbosa foi a cor da sua pele. Nenhuma investigação de sua vida pregressa. Sequer sabiam que se tratava de um espancador de mulher. Não sabiam que este picareta ganhava da UERJ sem trabalhar. Foi uma "nomeação simbólica". Me dá vontade de dizer "bem feito, babacas". Agora, peguem o simbolismo e enfiem nos seus respectivos cus!

Mas não parou por aí. A sucessora de Lula continuou a nomear tantos outros reacionários como o tal de Barbosa que, segundo Paulo Moreira Leite, disse após ter votado na condenação de um réu: "eu votaria pela absolvição. Mas como sou novato, não quero atrapalhar um processo que já dura mais de 1 ano".

Rosa Weber, também nomeada por Dilma, foi a autora da escandalosa frase: "“Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.

Desde 1992, eu voto numa escola de Botafogo. Morei na Zona Sul até novembro de 2012. Mudei para o Engenho de Dentro, bairro onde nasci e me criei, para ficar mais perto das minhas filhas e netos. Já estava com os documentos preparados para serem levados à Zona Eleitoral a que o bairro pertence. Mas querem saber de uma coisa: não vou levar porra de documento nenhum para mudar meu domicílio eleitoral. Ano que vem estarei com sessenta e dois anos de idade. Aposentado. Fora da política há mais de oito anos. Então já me decidi. Vou me abster. Não vou votar numa brizolista enrustida como a Sra Dilma Vana Rousseff.

Dono de helicóptero da cocaína é carne e unha com tucanos

Enquanto a mídia esmiúça o dia-a-dia de Zé Dirceu e o acusa de querer trabalhar, o caso do helicóptero do pó já saiu das primeiras páginas dos jornais e portais do PIG.

Conforme publicado no Blog Cafezinho de Miguel do Rosário, o deputado Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) é ligado a Alckmin e Aécio. O empresário do pó já ganhou a medalha JK e parece estar muito à vontade ao lado dos tucanos. Veja foto abaixo:

Salve, salve a amizade!


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Minha homenagem ao "símbolo augusto da paz"

Gosto dos versos que o parnasiano Olavo Bilac fez para o Hino à Bandeira. Mas sempre me emociono quando leio o poema "Pátria Minha" do poetinha. Ninguém melhor do que ele soube transmitir o que nós, brazucas, sentimos por essa pátria muito amada chamada Brasil Minhas desculpas ao príncipe dos poetas brasileiros (1). Ei-lo:


Pátria Minha

Vinícius de Moraes

Muito amado



A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."


(1) alguém sabe quem é o rei?

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Poesia em prosa de Sergio Vianna

Cantata Italiana
Sergio Vianna (*)

Quando a angústia bate na porta da alma, escrever sempre foi um lenitivo razoável. Confesso que o remédio não está fazendo efeito. Até por conta de que a produção necessária encontra dificuldades para compor palavras nessas horas.

Nesses dias bicudos de prisões televisivas subordinadas à lógica da barbárie, tais fatos nos levam a tempos que pensávamos superados, como o da Inquisição. Não tem jeito, a gente vai se enganando enquanto acredita na evolução da maioria dos homens. Basta, porém uma recaída ao falso discurso moralista de nossas elites de sempre para acordarmos numa realidade cruel já instalada.

Lembro, entretanto que sempre haverá um dia depois da noite assustadora. Na expressão da dor concomitante à prisão injusta de Genoíno, por exemplo, veio à luz um fato que pareceu inusitado, embora estivesse à nossa frente e bastante visível: a ida de Pizzolato para a Itália.

A saída para terras italianas não mudou o humor, registro necessário. Houve, no entanto um insólito acendimento de uma pequena luz ao final desse túnel repleto de trem fantasma. E se a Justiça italiana resolver examinar a falsa denúncia? Não estariam nossos supremos juízes em risco iminente de uma exposição ridícula pelas suas ridículas decisões ilegais e estapafúrdias?

Dezenas de advogados e centenas de requerimentos e memoriais defenderam a tese do reexame prudencial do objeto pelos supremos senhores ministros. Alertaram – exaustivamente – para a necessária tarefa da boa fé e da razoabilidade, indicando-lhes o indispensável confronto real entre fatos e documentos com a representação acusatória que se demonstrava frágil. Sem dizer que outros milhares de blogueiros, jornalistas, intelectuais, acadêmicos, professores e trabalhadores produziram – durante um razoável período – o mesmo pedido de comedimento.

Ouvidos moucos produzem olhar vesgo e pensamento sinuoso. Ao não darem a menor pelota a tantos lembretes, nossos supremos juízes optaram pelo risco, aquele em que um tribunal italiano possa lhes pedir explicações e fundamentos para a denúncia e repressão aos réus levados – sob pompa e circunstância – ao espetáculo midiático da prisão.

Mais que a exposição internacional incômoda será o desmonte da trama kafkiana, destruindo o arietino engenho fálico que produziu tamanha barbárie jurídica a compor a conveniência de uma elite entorpecida pelo ódio, livrando todos os julgados e condenados que foram acusados pela mesma inautêntica incriminação.

Pouco se me dá se nossos supremos se mostrarão uns onagros. Apavora-me muito mais que o maior órgão público de nosso judiciário seja levado à sarjeta da indigência moral e assim contribuir para o aumento da síndrome de vira-latas que campeia o pensamento do indivíduo sem rumo político, situação que leva à degradação dos valores necessários ao acatamento do papel de nossas instituições republicanas.

E a melhor consequência seria o fim das injustiças cometidas contra pessoas que estavam num embate político, e que sob qualquer razão lógica não deveriam ser submetidas à humilhação e execração públicas, mas foram. Antes de a Itália agir, se é que o fará, há uma esperança em nossas próprias autoridades judiciais, as mesmas que cometeram esse latrocínio processual, que é o julgamento do processo que está sob a relatoria do ministro Lewandowski, depois de dormitar anos na gaveta do “segredo de justiça” decretado pelo Joaquim Barbosa. É lá que repousam em berço esplêndido os documentos mais contundentes que eliminam a hipótese de fraude criada por Gurgel e Barbosa na AP 470, escondidos que foram exatamente para a produção dessa hipocrisia que assistimos em toda a mídia canhestra dessa terra de lindas palmeiras, onde querem proibir o canto do sabiá. E você? Sabia que a sábia cantata do Sabiá pode ter um sotaque italiano?

(*) Sergio Vianna é funcionário do Banco do Brasil e Botafoguense.

domingo, 17 de novembro de 2013

A Justiça no Brasil está de pernas pro ar

Proclamação Suprema

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ao bel prazer de suas atribuições, para a glória de sua figura e regozijo de todos os que odeiam um determinado partido que, há 10 anos, governa este país, proclama:

1. O crime do caixa 2 será tratado como o mais hediondo e repugnante de todos, mesmo não havendo dinheiro público envolvido e, portanto, desviado. A dosimetria das penas será calculada conforme a repercussão midiática do escândalo. Não importa que os dirigentes partidários acusados não demonstrem evidências de enriquecimento ilícito, como carros de luxo, contas na Suíça ou apartamentos em Miami.

2. Crimes com alguma participação de petistas serão julgados antes de todos os demais, mesmo dos que tenham sido protocolados anteriormente (caso do chamado "mensalão mineiro), e não poderão jamais ser desmembrados (ao contrário do referido "mensalão mineiro).

3. Tais crimes serão julgados com a máxima urgência, a tempo de produzirem resultados a pelo menos um ano antes das eleições, oferecendo imagens e declarações que se prestem plenamente ao escárnio público e à propaganda eleitoral de partidos de oposição.

4. A participação em propinodutos de obras públicas e a privataria serão considerados um fato menor e irrelevante do ponto de vista da ética republicana, da moral política e dos bons costumes da administração pública, conforme a jurisprudência firmada pelo escândalo do “impeachment” do ex-presidente Collor, pelos processos arquivados pelo Engavetador-Geral da República, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e pela atuação do Ministério Público de São Paulo no escândalo carinhosamente apelidado de "caso Alstom".

5. Fica decretada esta punição exemplar como marco do fim da impunidade no Brasil, de modo a aliviar a carga e a urgência do Judiciário sobre processos de corrupção aberrante e explícita, que estejam prescritos ou em vias de prescrever, e que seus praticantes estejam impunes, com suas fichas mais que limpas, prontos para concorrer às próximas eleições e dar continuidade às suas atividades.

Leia o texto completo em Carta Maior.

Brasília, 15 de novembro de 2013, uma data para entrar para a História.

(*) Antonio Lassance é doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Não há nada a copiar neste julgamento de exceção

Ação Penal 470: uma exceção para a história

Não enxergo qualquer efeito pedagógico nesse julgamento e não desejo em hipótese alguma que se repita em outros processos futuros.

Wanderley Guilherme dos Santos

Ao bem afamado Péricles, o ateniense, é atribuída a opinião de que, embora sendo certo que nem todos têm sabedoria para governar, a capacidade de julgar um governo em particular é universal. A observação parece valer com razoável generalidade. Por exemplo: nem por faltar um diploma em medicina está um adoentado impedido de avaliar a competência do profissional que o assiste. Assim, ainda que não portador de títulos ou conhecimentos para ocupar assento no Supremo Tribunal Federal, tenho como direito constitucional e recomendação de um clássico grego inteira liberdade para opinar sobre a Ação Penal 470.


Posso dispensar a cautela de não me indispor com aquele colegiado, pois não tenho licença para advogar oficialmente ou não a causa de quem quer que seja. E contrariando desde logo o juízo de algumas pessoas de bem, não enxergo qualquer efeito pedagógico nesse julgamento e não desejo em hipótese alguma que se repita em outros processos. Falacioso em seu início, enredou os ministros em pencas de distingos argumentativos e notória fabricação de aleijados fundamentos jurídicos. Não menciono escandalosos equívocos de análise com que a vaidade de alguns e a impunidade de todos sacramentaram, pelo silêncio, o falso transformado em verdadeiro por conluio majoritário. Vou ao que me parece essencial.


A premissa maior da denúncia postulava a existência de um plano para a perpetuação no poder arquitetado por três ou quatro importantes personagens do Partido dos Trabalhadores. Até aí nada, pois é aspiração absolutamente legítima de qualquer partido em uma ordem democrática. Não obstante, é também mais do que conhecido que o realismo político recomenda, antes de tudo, a busca da vitória na próxima eleição. Não existe a possibilidade logicamente legítima de extrair de uma competição singular, exceto por confissão dos envolvidos, a meta de perpetuação no poder de forma ilegal ou criminosa. Pois o procurador-geral da República pressupôs que havia um plano transcendente à próxima eleição, a ser executado mediante meios ilícitos.


A normal aspiração de continuidade foi denunciada como criminosa, denúncia a ser comprovada no decorrer do julgamento. E aí ocorreu essencial subversão na ordem das provas. Ao contrário de cada conjunto parcial de evidências apontar para a solidez da premissa era esta que atribuía a frágeis indícios e bisbilhotices levianas uma contundência e cristalinidade que não possuíam. Todos os ministros engoliram a pílula da premissa e passaram a discutir, às vezes pateticamente, a extensão de seus efeitos. Dizer que a mídia reacionária ajudou a criar a confusão, que, sim, o fez, não isenta nenhum dos ministros da facilidade com que caíram na armadilha arquitetada pelo procurador geral e pelo ministro relator Joaquim Barbosa.

Ler todo o texto em Carta Maior

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Os Black Blocs, a direita e a "esquerda"


POR QUE ESQUERDA E DIREITA AMAM OS BLACK BLOCS?


Mario Marona

Paulo Nogueira, cujo site "Diário do Centro do Mundo" está no cardápio de minhas leituras diárias obrigatórias, publicou ontem, dia 27, um texto em que defende que, antes de serem atacados, os black blocs devem ser entendidos. O título do artigo provoca: “Por que a direita e a esquerda se unem no ódio aos black blocs?”.

Quem poderia recusar a proposta de só discordar de qualquer coisa depois de entendê-la? Desde que seja preservado o direito de, entendendo, ainda assim ser contra, tudo bem.

Mas o título e, portanto, a argumentação, têm uma premissa que considero equivocada. A direita e a esquerda não estão unidas no ódio, mas na simpatia pelos black blocs.

Quem lê o texto e, principalmente, os comentários que ele suscita ao ser compartilhado nas redes sociais, verifica que o lado identificado como direita é a direita mesmo, a velha direita conhecida de todos, mas o lado apontado como esquerda não está claramente definido. Será esquerda ou será direita, dependendo da conveniência de quem julga.

A esquerda seriam os petistas, os dilmistas, os lulistas - o governo, enfim. Seriam aqueles que, segundo a visão dos que entendem e defendem os black blocs, deixaram de ser esquerda há muito tempo - desde que chegaram ao poder, para alguns, ou desde que passaram a fazer acordos em nome da governabilidade, para outros. Ou ainda deixaram de ser de esquerda desde que um grupo saiu do PT para fundar outro partido, este sim verdadeiramente de esquerda.

A esquerda do título, hoje em dia, só é reconhecida como tal se for para apanhar. Esquerda aliada de Sérgio Cabral e de outros peemedebistas? De jeito nenhum! Esquerda que leiloa uma grande jazida de petróleo? Imagine! Temos hoje, portanto, uma esquerda que é funcional para seus adversários. Pode ser criticada por todos os lados, desde que interesse. Apanha tanto do Rodrigo Constantino quanto do Plínio de Arruda Sampaio.

Leia todo o texto em Para Leitura

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Conheça o verdadeiro Romário


Antonio Santos Aquino

Romário só teve na vida um mérito: saber jogar futebol. Como cidadão, é da pior espécie. Primeiro jogou um “maracanã” de dinheiro fora por burrice e mau caratismo. Fazia qualquer tipo de negócio só para mostrar-se como empresário. Em tudo quebrava a cara.

Inaugurou um lava-jato e arranjou uma confusão com o vizinho causando-lhe prejuízo. Não quis pagar quantia irrisória, foi processado e condenado, tendo que pagar uma indenização enorme. Inaugurou um restaurante para receber a melhor freguesia. Deu com os “burros n’água”, mas para revitalizar seu restaurante mandou pintar caricaturas de Zico e Zagalo “sentados no vaso cagando”. Foi processado e condenado a pagar uma fábula em dinheiro. Depois, com a maior cara de madeira foi pedir a Zagalo e Zico que o dispensassem do pagamento.

Comprou uma cobertura por 7 milhões que em pouco tempo passou a vazar água para o apartamento de baixo. O proprietário pediu que mandasse fazer o reparo para conter a infiltração. Romário por mau caratismo criou caso, dizendo que não ia pagar. Resultado: foi processado e depois de anos teve que vender a cobertura para pagar uma grana impressionante ao vizinho prejudicado .

Depois aparece nos jornais que ele deixara de pagar a mesada para sua ex-mulher e a mesada do filho Romarinho , ficou quase um ano sem pagar, causando um constrangimento enorme para família.

ESPANCAMENTO

Fez um contrato para jogar no Fluminense, já não fazia mais nada dentro do campo e passou a ser vaiado nos treinos pela torcida. Em um dia de treino levou um bando de seguranças que no primeiro sinal de vaia espancaram aquele visado por Romário, que também saiu de campo e ajudou a espancar o torcedor. Isso registrado para todo o Brasil pela TV que cobria o treino.

Depois clandestinamente “bancou uma tal pirâmide”, tendo dado prejuízos enormes aos que nele confiaram. O maior prejudicado, depois de ver que fora lesado e encontrando Romário e seu laranja, deu-lhes uma série de bofetões. Coincidentemente, alguns meses depois a pessoa foi assassinada a tiros. O laranja de Romário foi preso e condenado, não está claro por quê. O certo é que depois de passar meses sem receber ajuda financeira, o laranja preso, no jornal “Extra” berrou: Eu não vou segurar essa parada sozinho! Possivelmente Romário entendeu.

É esse pilantra que entrou na política e quer ser prefeito, senador, presidente de partido. E o povo brasileiro continua pastando na pradaria humana e endeusando uma figura dessas.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Quando o STF vai julgar o Mensalão Tucano?

Entenda como os tucanos operavam o propinoduto do Metrô de SP

Tucanos migram pra Suíça enquanto enrolam
 os brasileiros com a farsa do mensalão

Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista. 

A conta Marília foi a porta por onde
passaram 20 milhões de Euros


Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.

Uma análise preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília” também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã. 

O lobista Arthur Teixeira personifica o elo entre os esquemas Alstom e Siemens. Como ISTOÉ já revelou numa série de reportagens recentes, com base nas investigações em curso, Teixeira e seu irmão Sérgio (já falecido) foram responsáveis por abrir as empresas Procint e Constech, além das offshores Leraway Consulting e Gantown Consulting, no Uruguai, com o único objetivo de servir de ponte ao pagamento de comissões a servidores públicos e a políticos do PSDB. Teixeira tinha acesso privilegiado ao secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e ao diretor de Operação e Manutenção da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), José Luiz Lavorente, o encarregado da distribuição em mãos da propina. 

O tucano Arthur Teixeira, dono de offshores
no Uruguai, recebeu recursos da “conta Marília”


Até 2003 conhecido como Multi Commercial Bank, depois Safdié e, a partir de 2012, Leumi Private Bank AG, a instituição bancária tem um histórico de parcerias com governos tucanos. Em investigações anteriores, o MP já havia descoberto uma outra conta bancária nesse banco em nome de Villas Boas e de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes Metropolitanos de SP (1994, gestão de Luiz Antônio Fleury Filho) e ex-diretor dos Correios (1997) e de projetos de ensino superior do Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão Fernando Henrique Cardoso. Apesar de estar fora da administração paulista numa das épocas do pagamento de propina, Fagali manteria, segundo a Polícia Federal, ascendência e contatos no governo paulista. Por isso, foi indiciado pela PF sob acusação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Fagali Neto também é irmão de José Jorge Fagali, que presidiu o Metrô na gestão de José Serra. José Jorge é acusado pelo MP e pelo Tribunal de Contas Estadual de fraudar licitações e assinar contratos superfaturados à frente do Metrô.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O brizolismo sem Brizola voltará em 2014?

É o que certamente acontecerá depois desta campanha sórdida, mentirosa e oportunista orquestrada por traficantes, petistas, direita (PSOL, Mídia, PSDB etc) contra Sergio Cabral e Eduardo Paes.

Desta lista constam:

1) marginais contrariados com a política de segurança pública vitoriosa do governador Cabral. Não aguentam (com razão) as UPPs;

2) petistas traidores, irresponsáveis e oportunistas. Traidores porque se aproveitaram do prestígio do governador e do prefeito para o apoio irrestrito dos dois aos governos petistas de Lula e Dilma; irresponsáveis porque devem saber muito bem que o risco da volta do brizolismo sem Brizola é enorme e oportunistas porque não se contentam com os cargos que tem nos governos estadual e municipal. Querem tudo. Como se isso fosse possível com os péssimos quadros partidários de que dispõe o PT em nosso estado.

2) o paulistério que querem a volta do tempo em que as empresas fechavam suas portas aqui no Rio de Janeiro e iam pra São Paulo.

3) mentirosos como a mídia golpista de que tanto fala mal o PT, mas que com ela se alia por conta dessa ganância eleitoral que não passa de uma quimera.

4) a direita (PSDB, PSOL, PSTU etc) que odeiam as políticas sociais do governador e do prefeito.

O brizolismo ficou de 1983 a 2012 destruindo nosso estado. O empresário uruguaio Leonel Brizola; o incompetente que faliu o município, Saturnino Braga (este com a conivência destruidora do próprio PDT que o elegeu); César Maia, que dispensa comentários e o Casal Garotinho que também dispensam comentários.

Essa gente massacrou o Rio de Janeiro da mesma forma como os tucanos fazem com São Paulo. E querem voltar. Desta vez acho que voltaram unidos. Basta lembrar a chapa derrotada composta pelos filhotes de César Maia e Casal Garotinho em 2012.

Minha esperança é que o povão das comunidades que tanto foram beneficiados pelas políticas social e de segurança do governador, na hora do voto, lembrem do antes e do depois do brizolismo e elejam alguém que nasceu, gosta e governa muito bem o estado do Rio de Janeiro.

Papai e filhote doidos pra
acabarem de destruir o Rio
Família que rouba unida
permanece unida

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tudo sobre a farsa do "mensalão"

Botafogo é o PSTU do futebol

Eu até tenho (tinha) uma certa simpatia pelo Botafogo. Afinal, um clube que já teve Gérson, Rildo, Didi e tantos outros cracaços merece respeito.

Chatos!!!

Mas de uns tempos pra cá. Acho que justamente durante os 21 anos que ficaram ser ser campeões estaduais, a torcida do Botafogo ficou insuportável. São, de longe, os mais fanáticos. Falam e pensam no Botafogo o tempo todo. Obrigam as pessoas a ouvir seus elogios ao time o tempo todo. No Facebook geralmente só postam chatices sobre o Botafogo.

Numa boa, se a torcida do Botafogo fosse do tamanho da do Flamengo eu ia mudar para Angola. Seria insuportável demais pra mim. Prefiro as minas, a pobreza do país africano à chatice dos botafoguenses.

Que me desculpem os queridos amigos botafoguenses. Nada pessoal (ou seria pessoal?). Mas vocês abusam do sagrado direito de serem chatos.

Além disso, são conhecidos pelo contumaz mimimi. Até quando vencem eles reclamam. Acreditam piamente que existe uma conspiração a nível mundial envolvendo a CIA, DEA americanos. O M16 britânico e até o Serasa pra prejudicar a porra do time.

Porra! Vão encher o saco do caralho! Reúnam-se em ambiente fechado e fiquem lá chorando, comemorando, tecendo loas. Enfim, fazendo o que quiserem com relação a este time de bosta.

PS: me desculpem os amigos Adilson Gavião, Marcilio Figueiró, João Luiz Pacheco, Vinícius Assumpção mas tá foda.

sábado, 17 de agosto de 2013

Joaquim Barbosa é criminoso

Pelo menos é o que se depreende do artigo do desembargador Walter Maierovitch, que sai na edição desta semana de CartaCapital:

Para ser um jumento só faltam as asas
O desembargador aposentado Walter Maierovitch, insuspeito de qualquer simpatia pelos réus da ação penal 470, o chamado “mensalão” publica hoje, na CartaCapital, um duro artigo contra o comportamento, ontem, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao agredir verbalmente – que quase vai além disso, dizem os jornais – o seu colega Ricardo Levandowski.

Maierovitch diz que Barbosa não tem condições de equlíbrio para presidir o julgamento do caso e sugere que ele se licencie da função de presidente do Supremo. Ele seria incapaz, segundo o desembargador, de mediar até “jogos de xadrez de velhinhos reunidos em praça pública”.

A reação de Maierovitch, defensor das condenações realizadas neste caso, mostra o estrago que Barbosa está fazendo no Judiciário com sua ânsia de apresentar-se como um, assim chamei aqui, Charles Bronson jurídico, capaz de pretender ser um justiceiro que exercita arbitrariamente suas próprias razões.

Leia todo o artigo em no blog Tijolaço de 

Joaquim Barbosa está apavorado com seus próprios "erros"

Afinal, por que Joaquim Barbosa teve mais uma explosão diante das câmeras no plenário do STF? Fruto do já conhecido temperamento autoritário e desrespeitoso? Na verdade, seu temor é ser forçado a corrigir um erro que ele próprio cometeu, na definição das penas, ao omitir a data de morte de José Carlos Martinez (abaixo à dir.), com quem o PT fechou um acordo eleitoral e que faleceu em outubro de 2003; a data tem papel essencial na definição de penas de réus como Bispo Rodrigues, pivô da discussão de ontem, e até de José Dirceu; brigada da mídia já se movimenta para evitar que o erro seja revisto, como nas colunas de Merval Pereira, Reinaldo Azevedo e Josias de Souza

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ethos é financiada pela Siemens e pela Alstom!!!

A ética da jabuticaba: Siemens e Alstom patrocinam o Ethos

O lobo vai investigar a raposa
sobre o assalto ao galinheiro

A Siemens e a Alstom, duas campeãs mundiais no pagamento de suborno (clique aqui e aqui para ver o currículo global de suborno de cada uma) patrocinam, no Brasil, ninguém menos que o Instituto Ethos, uma organização que tem como objetivo, diz ela, combater “a utilização do tráfico de influência e o oferecimento ou o recebimento de suborno ou propina por parte de qualquer pessoa ou entidade pública ou privada”.

E o Ethos, convidado pelo Governador Geraldo Alckmin, vai integrar a “Comissão Pró-Transparência” do escândalo do metrô e dos trens paulistas superfaturados com a Siemens e a Alstom!

Só a Siemens destinou US$ 3 milhões para um dos projetos do Ethos, os “Jogos Limpos”. Não foi o Banco Mundial que selecionou os projetos aos quais seria destinado dinheiro das sanções sofridas pela empresa por corrupção. O Banco Mundial apenas acompanha, com direito de veto, a escolha dos programas.

A Alstom também não é uma mera sócia contribuinte. Foi, ao lado da Siemens e de outras empresas, a patrocinadora, pasmemda edição de uma revista sobre responsabilidade das empresas em relação às eleições

Leia mais em Tijolaço

Roberto Menescal e Andrea Amorim

No programa do Ronnie Von:

domingo, 4 de agosto de 2013

Um texto de Bocaccio

Peronella

tradução: Mauricio Santana

Decameron de Bocaccio
A safadinha Peronella

Todos escutaram a novela de Emilia com fortes risadas e tomaram a oração por boa e santa. Tão logo ela chegou ao fim, o rei ordenou a Filostrato que prosseguisse, e este assim começou:

Minhas queridas, são tantas as trapaças que os homens lhes fazem, especialmente os maridos, que, quando às vezes ocorre de uma mulher enganar o marido, vocês deveriam não só se mostrar contentes com o fato --e de sabê-lo e ouvi-lo de outro--, mas também espalhar a notícia por aí, a fim de que os homens compreendam que, se eles podem, por seu turno as mulheres também podem; coisa que não lhes poderia ser mais proveitosa, porque, quando algum deles souber que outros também são capazes disso, não se meterá a querer enganar tão levianamente.

Quem duvidaria, pois, que, ao tomar conhecimento da matéria que narraremos hoje, os homens teriam grande motivo de evitar ludibriá-las, sabendo que do mesmo modo vocês, se quisessem, poderiam enganá-los? Portanto é minha intenção contar-lhes como uma jovenzinha, embora de humilde condição, conseguiu burlar o marido em dois tempos a fim de salvar-se.

Não faz muito, em Nápoles, um pobre homem casou-se com uma mulher bonita e volúvel chamada Peronella; ambos tinham escassos recursos e levavam a vida como podiam, ele, trabalhando de pedreiro, e ela, a fiar em casa. Aconteceu um dia que um jovem conquistador, pondo os olhos em Peronella e agradando-se muito dela, acabou se apaixonando; e tanto fez e insistiu que, ao final, tornou-se íntimo da mulher.

A fim de poder se encontrar, fizeram o seguinte acerto: como o marido se levantava bem cedo toda manhã para trabalhar ou buscar trabalho, o jovem deveria vigiar a casa às escondidas até que ele saísse; e, como o local onde moravam --que se chama Avorio-- era muito solitário, assim que o homem saísse, ele entraria na casa; e foi o que fizeram várias vezes.

No entanto, certa manhã em que o bom homem saiu e Giannello Scrignario --este era o nome do jovem-- entrou na casa e já estava com Peronella, depois de algum tempo o marido voltou, coisa que nunca fazia. Ao ver a porta trancada por dentro, bateu e se pôs a pensar consigo: "Oh, Deus seja louvado! Apesar de me ter feito pobre, deu-me em compensação esta esposa jovem, bela e honesta! Olha só como ela tranca a porta por dentro assim que eu saio, para que nenhuma pessoa possa entrar e molestá-la".

Ao perceber a chegada do marido, que a mulher reconheceu pelo modo de bater à porta, Peronella disse: "Ai de mim! Giannel, meu querido, estou morta; aí está meu marido de volta, o desgraçado; não sei o que isso quer dizer, pois ele nunca retorna a esta hora: quem sabe o viu quando você entrou! Mas não importa: pelo amor de Deus, entre naquele tonel ali enquanto vou abrir a porta para ele, e vamos ver o que significa isso de voltar para casa tão cedo".

Giannello entrou rapidamente no tonel, e Peronella foi abrir a porta ao marido, dizendo-lhe de cara feia: "Ora, que novidade é esta de hoje você voltar tão cedo para casa? Pelo que vejo, você não quer fazer nada esta manhã, já que veio com as ferramentas na mão: se você agir assim, o que será de nós? De que vamos viver? O que vamos comer? Acha que estou feliz de você empenhar minhas roupas e meus trapos, eu, que não faço senão fiar dia e noite, tanto que a carne me saltou da unha, só para pelo menos termos óleo com que acender nossa lamparina? Marido, marido"¦ não há vizinha que não se surpreenda e não troce de mim, tal é a fadiga que eu suporto --e você me volta para casa de mãos abanando, quando devia estar trabalhando".

E, ao falar assim, desatou a chorar e a repetir: "Ai de mim! Tão cansada e sofrida! Em que má hora nasci, sob que estrela ruim! Poderia ter tido um jovem bem situado e não quis, só para me juntar a um homem que não pensa na esposa! As outras se divertem com seus amantes, e não há mulher que não tenha ao menos dois ou três, gozando e passando gato por lebre aos maridos; e eu, coitada de mim! Porque sou boa e não dou atenção a essas coisas, padeço e vivo em má sorte. Não sei por que não arranjo uns amantes, por que não faço como as outras! Veja bem, meu marido, se eu quisesse me comportar mal, logo acharia com quem, porque há muitos galanteadores que me cortejam e me querem bem, até me ofereceram um monte de dinheiro ou, se eu quisesse, objetos e joias, mas meu coração nunca vacilou, porque minha mãe sempre me deu bom exemplo --e você me volta para casa quando devia estar trabalhando!".

Então o marido disse: "Eh, mulher, não fique triste, pelo amor de Deus! É verdade que saí para trabalhar, mas se vê que, assim como eu, também você não sabia que hoje é festa de São Cânio de Atela, e não se trabalha; por isso voltei cedo para casa. No entanto, achei um jeito de termos pão para mais de mês: vendi ao sujeito que está aqui comigo nosso tonel, que há tanto tempo nos atravancava a casa, e vou receber cinco moedas por ele".

Então Peronella respondeu: "Isso tudo só me faz mais triste: você, que é homem e anda por aí, deveria conhecer as coisas do mundo, mas vendeu um tonel por cinco moedas; já eu, que sou mulher e quase nunca passo da porta de casa, vendo a situação incômoda em que estávamos, vendi o tonel por sete moedas a um bom homem, que entrou nele para inspecioná-lo assim que você voltou".

Quando o marido ouviu isso, ficou contentíssimo e disse ao homem que viera para levá-lo: "Meu bom homem, vá com Deus; como você ouviu, minha mulher o vendeu por sete moedas, e sua proposta não passava de cinco".

O bom homem disse: "Então está bem" --e foi embora.

E Peronella falou ao marido: "Já que você está aqui, venha comigo e trate pessoalmente de nossos negócios".

Giannello, que estava de orelha em pé para ver se corria risco ou precisaria agir, mal ouviu as palavras de Peronella, saltou imediatamente para fora do tonel; e, como se não tivesse notado o retorno do marido, começou a dizer: "Boa senhora, onde está?".

Ao que o marido, que já chegava, respondeu: "Aqui estou, em que posso servi-lo?".

E Giannello: "Quem é você? Quero falar com a mulher com quem tratei deste tonel".

O bom homem respondeu: "Pode tratar diretamente comigo, que sou o marido".

Então Giannello disse: "O tonel me parece bem firme, mas acho que vocês andaram despejando imundícies lá dentro, porque ele está todo encrostado de coisas tão secas que não consegui tirá-las com as unhas, e só vou fechar negócio se ele estiver limpo".

Então Peronella emendou: "Não seja por isso: meu marido vai limpá-lo bem".

Ao que o marido respondeu: "Com certeza"; em seguida, arriou as ferramentas no chão, pôs-se em mangas de camisa, pediu uma lamparina, uma raspadeira, entrou no tonel e iniciou a limpá-lo. Enquanto isso, como se quisesse acompanhar o serviço do marido, Peronella pôs a cabeça na boca do tonel "" que não era muito larga "" e, além disso, um dos braços e o ombro, e começou a dizer: "Raspe aqui, ali e ali também" e "Veja, aqui ficou uma casquinha".

Ao ver a mulher instruindo e chamando a atenção do marido, Giannello, que ainda não tinha saciado plenamente seu desejo quando o homem chegou, e vendo que não poderia satisfazê-lo como queria, imaginou um jeito de arranjar-se; assim, achegando-se à mulher que, naquela posição, cobria toda a boca do tonel, fez como os cavalos que, desenfreados e ardentes de amor, assaltam nas vastas campinas as éguas de Pártia no cio e levou a cabo seu desejo juvenil; por fim, quase ao mesmo tempo em que o tonel foi limpo e raspado, ele se desgrudou da mulher e Peronella, tirando a cabeça do tonel, deixou que o marido saísse.

Então ela falou a Giannello: "Tome esta lamparina, bom homem, e veja se agora está de seu agrado".

Olhando o tonel por dentro, Giannello se mostrou satisfeito e disse que estava bom; em seguida, desembolsou as sete moedas e mandou levá-lo até sua casa.

SOBRE O TEXTO Escrito entre 1349 e 1351 (ou 53), o "Decameron" inaugura a prosa de ficção no Ocidente. A novela aqui reproduzida é uma das dez selecionadas, dentre as cem que compõem a obra, pelo crítico e tradutor Maurício Santana Dias para edição comemorativa dos 700 anos de Boccaccio, a sair em outubro pela Cosac Naify. Esta novela, como frisa o organizador, mostra que o tema do adultério, para o escritor, "não é visto necessariamente como um pecado em si, podendo se transformar no elogio da astúcia contra a tolice".

terça-feira, 30 de julho de 2013

O roubo do processo de sonegação fiscal da TV Globo

Você conhece a Opus Dei?

Com o encerramento, no domingo, (28/7) da visita do Papa Francisco, Mario Bergollio, na Jornada Mundial da Juventude, o que me chamou a atenção foi a postura do Papa, um tanto quanto controversa: quando de um lado exorta a igreja a promover uma aproximação com os mais pobres e sair as ruas na busca desse intento, por outro lado, mantém as tradicionais políticas conservadoras da igreja secular, sem qualquer menção ou intenção de modificá-las, mantendo inalterada essa política conservadora com relação a temas candentes da atualidade, aceitas pela maioria da população e já admitidas em vários países, inclusive judicialmente legalizadas. É o caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças; o uso de preservativos para se evitar nascimentos indesejáveis e a questão do aborto, procedimento legal, também, adotados em alguns países.

Tudo indica, salvo engano ou alguma surpresa mais a frente, que o Papa é um populista de direita que faz um discurso progressista e age da mesma forma que o Papa anterior, Bento XVI. Pelo menos Bento XVI, não escondia o jogo e era bem claro em suas posições conservadoras.

Falando nisso, qual vai ser sua posição com relação a Opus Dei? O Papa Bento XVI mantinha relações cordiais e amistosas com o Bispo Chefe da Prelazia da Organização Opus Dei. Entidade de grande poderio financeiro e grande influência política em boa parte do mundo, inclusive na America Latina, onde domina Jornais importantes e setores do judiciário Paulista, segundo denúncias de ex-membros da organização.

Opus Dei na América Latina

Em seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica. "Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo" teria dito seu fundador, Josemaria Escrivá de Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio J. Corbiere no seu livro "Opus Dei. El totalitarismo católico".

Fundada na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em 1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito canónico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não se submetem à jurisdição dos bispos. "A relação entre Karol Wojtyla e a Opus Dei" conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta "atinge seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio altivamente, primeiro no esboço e depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal alemão Ratzinger."

Fontes ligadas à Igreja Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.

Obscurantismo e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o juizMárcio Fernandes e o médico Dário Fortes Ferreira, o livro "Opus Dei - os bastidores". Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da Rádio USP, Jean Lauand conta que a Obra tem um "Index" de livros proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde Descartes. Noutra entrevista, à revista Época, Jean Lauand denuncia as estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários que vivem em casas da organização: "Os homens podem dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar crianças no colo e de ir a casamentos". É obrigatório o uso de cinturões com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos infligidos pelo fanatismo não se limitam ao corpo.

No site que mantém com outros dissidentes (http://www.opuslivre.org/), Jean Lauand revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.
A captação de numerários dá-se entre estudantes de universidades e escolas secundárias de elite. Centros de estudos e obras de caridade servem de fachada. A Opus Dei tem forte presença na USP, em especial na Faculdade de Direito, onde parte do corpo docente é composta por membros e simpatizantes,como o numerário Inácio Poveda e o diretor Eduardo Marchi. Outro expoente da organização na USP é Luiz Eugênio Garcez Leite, professor da Faculdade de Medicina e autor de panfletos contra a educação mista. A Obra atua também na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).

Leia todo o artigo em Autodinamismo

Plim plim próxima da extrema-unção.


O Bessinha vai ser excomungado.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um olhar diferente sobre Stálin

Transcrevo, abaixo, apenas dois parágrafos do artigo onde o autor defende o grande líder soviético Josef Stálin. Vale a pena ler todo o artigo publicado originalmente na revista Caros Amigos:

Por que defendo Stálin

Gershon Knispel(*)

"Dá para entender o fato de que, sessenta anos depois de sua morte, a popularidade de Stalin volta a ser venerada na Rússia. Não é difícil de entender: a maioria dos habitantes da ex-União Soviética tornaram-se de novo uma maioria de classe baixa, de falta de liberdades econômicas, das desigualdades crescentes, do desamparo com a falta de planos de saúde, enquanto a educação e a moradia comem quase tudo do salário, e o desemprego está crescendo enormemente. Só uma minoria pequena dos 200 milhões de russos gozam de um nível de vida bem alto. O maior número de donos de carros Jaguar, Bentley e Rolls-Royce, em todo o mundo, são integrantes da Máfia russa, que domina o país. Por que estranhar o fato de que a maioria da população está coletando dinheiro, como foi mencionado no arquivo de Patrícia Hargreaves, para reconstruir as estátuas de Stalin que foram destruídas, e exigindo do nome de Staligrado para a cidade hoje chamada de Volgogrado?
Raras vezes se encontra um povo nessa situação de revolta geral, numa situação tão dura, tão trágica, de se jogar de peito aberto contra as metralhadoras dos nazistas. Não são "bucha de canhão". Sua luta foi igual à nossa para nos libertar dos colonialistas ingleses, com nossos peitos expostos às metralhadoras britânicas. E agora nos encontramos com os venezuelanos na mesma situação em que a grande maioria pega nas mãos o seu destino. Será isso que, sessenta depois da morte, leva à veneração de Stalin? Exatamente sessenta anos depois da morte de Stalin morreu Chávez."

Leia todo artigo AQUI

(*) artista plástico

sábado, 27 de julho de 2013

Dr Dráuzio Varella contra a intolerância da Igreja Católica

Fascismo em nome de Deus

Dr. Dráuzio Varella

Há manhãs em que fico revoltado ao ler os jornais.

Aconteceu segunda-feira passada quando vi a manchete de "O Globo": "Pressão religiosa", com o subtítulo: "À espera do papa, Dilma enfrenta lobby para vetar o projeto para vítimas de estupro que Igreja associa a aborto".

Esse projeto de lei, que tramita desde 1999, acaba de ser aprovado em plenário pela Câmara e pelo Senado e encaminhado à Presidência da República, que tem até 1º de agosto para sancioná-lo.

Se não houver veto, todos os hospitais públicos serão obrigados a atender em caráter emergencial e multidisciplinar as vítimas de violência sexual.

Na verdade, o direito à assistência em casos de estupro está previsto na Constituição. O SUS dispõe de protocolos aprovados pelo Ministério da Saúde especificamente para esse tipo de crime, que recomendam antibióticos para evitar doenças sexualmente transmissíveis, antivirais contra o HIV, cuidados ginecológicos e assistência psicológica e social.

O problema é que os hospitais públicos e muitos de meus colegas, médicos, simplesmente se omitem nesses casos, de forma que o atendimento acaba restrito às unidades especializadas, quase nunca acessíveis às mulheres pobres.

O Hospital Pérola Byington é uma das poucas unidades da Secretaria da Saúde de São Paulo encarregadas dessa função. Lá, desde a fundação do Ambulatório de Violência Sexual, em 1994, foram admitidas 27 mil crianças, adolescentes e mulheres adultas.

Em média, procuram o hospital diariamente 15 vítimas de estupro, número que provavelmente representa 10% do total de ocorrências, porque antes há que enfrentar as humilhações das delegacias para lavrar o boletim de ocorrência.

As que não desistem ainda precisam passar pelo Instituto Médico Legal, para só então chegar ao ambulatório do SUS, calvário que em quase todas as cidades exige percorrer dezenas de quilômetros, porque faltam serviços especializados mesmo em municípios grandes. No Pérola Byington, no Estado mais rico da federação, mais da metade das pacientes vem da Grande São Paulo e de municípios do interior.

Em entrevista à jornalista Juliana Conte, o médico Jefferson Drezzet, coordenador desse ambulatório, afirmou: "Mesmo estando claro que o atendimento imediato é medida legítima, na prática ele não acontece. Criar uma lei que garanta às mulheres um direito já adquirido é apenas reconhecer que, embora as normas do SUS já existam, o acesso a elas só será assegurado por meio de uma força maior. Precisar de lei que obrigue os serviços de saúde a cumprir suas funções é uma tristeza".

Agora, vamos ao ponto crucial: um dos artigos do projeto determina que a rede pública precisa garantir, além do tratamento de lesões físicas e o apoio psicológico, também a "profilaxia da gravidez". Segundo a deputada Iara Bernardi, autora do projeto de lei, essa expressão significa assegurar acesso a medicamentos como a pílula do dia seguinte. A palavra aborto sequer é mencionada.

Na semana passada, o secretário-geral da Presidência recebeu em audiência um grupo de padres e leigos de um movimento intitulado Pró-Vida, que se opõe ao projeto por considerá-lo favorável ao aborto.

Pró-Vida é o movimento que teve mais de 19 milhões de panfletos apreendidos pela Polícia Federal, na eleição de 2010, por associar à aprovação do aborto a então candidata Dilma Rousseff.

Na audiência, o documento entregue pelo vice-presidente do movimento foi enfático: "As consequências chegarão à militância pró-vida causando grande atrito e desgaste para Vossa Excelência, senhora presidente, que prometeu em sua campanha eleitoral nada fazer para instaurar o aborto em nosso país".

Quem são, e quantos são, esses arautos da moral e dos bons costumes? De onde lhes vem a autoridade para ameaçar em público a presidente da República?

Um Estado laico tem direito de submeter a sociedade inteira a uma minoria de fanáticos decididos a impor suas idiossincrasias e intolerâncias em nome de Deus? Em que documento está registrada a palavra do Criador que os nomeia detentores exclusivos da verdade? Quanto sofrimento humano será necessário para aplacar-lhes a insensibilidade social e a sanha punitiva?

Nota: os grifos são do blog

Drauzio Varella é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil e do trabalho em presídios, ao qual se dedica ainda hoje. É autor do livro "Estação Carandiru" (Companhia das Letras).

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Vídeo denuncia a revolução delivery

O grande "erro" do governador Sérgio Cabral

Como explicar o baixíssimo índice de aprovação de um governador que foi bem em quase todas as áreas de governo?

A explicação é relativamente simples. Cabral desagradou, ao mesmo tempo, forças poderosíssimas.

O principal "erro" foi ser um fiel aliado do governo federal. Muitas vezes defensor mais entusiasta principalmente do governo Lula que muitos petistas que conheço. Claro que, com isso, ganhou a oposição raivosa das corporações de mídia (Organizações Globo, principalmente) e dos outrora cerca de 18% do eleitorado que consideravam os governos do PT ruim ou péssimos. Parece que este índice agora aumentou.

Estes três são odiados por tudo
 de ruim que existe no Brasil
Outro "erro" foi o de contrariar o cartel da medicina privada. As UPAs ganharam o ódio não só dos planos de saúde - têm médicos como principais donos - e, também, de muitos moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro. Eu mesmo fui testemunha do pavor que moradores do Botafogo têm da UPA de lá.

Mais um "erro" terrível foi a pacificação de inúmeras comunidades (favelas). As UPPs, em muitos casos, praticamente expulsaram os traficantes pés-de-chinelo. Isso abalou profundamente a venda de drogas no varejo. É bem verdade que os moradores de tais comunidades aprovaram a medida, mas os grandes traficantes, aqueles que importam no atacado, além de drogas, armas, certamente ficaram irados com o governador.

Outro "erro" fatal foi a defesa que beirou a intransigência dos royalties do petróleo. O governador teve a petulância de colocar o povo na rua para defender seu estado, o estado do Rio de Janeiro. Mais inimigos. Desta vez, os governadores de estados poderosíssimos como Minas e São Paulo.

O resultado de colecionar tantos inimigos é isso que se está vendo. Mercenários todos os dias na porta de sua residência protestando contra o abominável crime de Cabral ter usado um helicóptero oficial para passear. Ora, isso é inadmissível! Roubar durante mais de vinte anos o estado de São Paulo, através de falcatruas com as obras do metrô, tudo bem. Releva-se, mas dificultar a venda de pó e maconha não se pode aceitar.

Ontem percebi que a mesma coisa está se dando com o prefeito da capital, Eduardo Paes. Este, muito menos experiente que Cabral caiu na asneira de se desculpar com a globalizada Odette Roitman, ou melhor, Beatriz Segall. Ela levou um tombo numa rua do Rio e de pronto culpou o prefeito pelo acidente. Ela, coitada, não deve saber que o responsável pela manutenção das calçadas são os proprietários do imóvel. A atriz global ficou fula de raiva com a resposta do prefeito. Naturalmente ela queria que o prefeito fosse até sua casa e pedisse perdão de joelhos. Afinal ela não é uma cidadã qualquer. Ela é atriz da Globo!

Esta notícia bombástica foi noticiada pelos seus patrões através do Globo Online com destaque. Se cuida, Eduardo Paes. A tua hora vai chegar.

PS: Acabei me esquecendo de citar a esquerdalha. Mas esta está sempre contra tudo. Não seria novidade.

O futuro dos coxinhas

"democracia direta como entrudo,
 confete e um cheirinho da loló
 é criação de analistas brasileiro.
O futuro do atual levante niilista

Prof. Wanderley Guilherme dos Santos

Regras democráticas e direitos constitucionais não transferem suas virtudes às ações que os reivindicam como garantia. Máfias e cartéis econômicos também são organizações voluntárias e nem por isso o que perpetram encontra refúgio na teoria democrática ou em dispositivos da Constituição. Esgueirar-se entre névoas para assaltar pessoas ou residências não ilustra nenhum direito de ir e vir, assim como sitiar pessoas físicas ou jurídicas em pleno gozo de prerrogativas civis, políticas e sociais, ofendendo-as sistematicamente, nem de longe significa usufruir dos direitos de agrupamento e expressão. Parte dos rapazes e moças que atende ao chamamento niilista confunde conceitos, parte exaure a libido romântica na entrega dos corpos ao martírio dos jatos de pimenta, parte acredita que está escrevendo portentoso capítulo revolucionário. São estes os subconjuntos da boa fé mobilizada. Destinados à frustração adulta.

É falsa a sugestão de que se aproximam de uma democracia direta ou ateniense da idade clássica. Essa é a versão de jornalistas semi-cultos que ignoram como funcionaria uma democracia direta e que crêem na versão popularesca de que Atenas era governada pelo Ágora – uma espécie de Largo da Candelária repleto de mascarados e encapuzados trajando luto. Os Ágoras só tratavam de assuntos locais de cada uma das dez tribos atenienses. Em outras três instituições eram resolvidos os assuntos gerais da cidade, entre elas a Pnyx, que acolhia os primeiros seis mil atenienses homens que lá chegassem. Ali falava quem desejasse, apresentassem as propostas que bem houvessem e votos eram tomados. Os nomes dos proponentes, porém, ficavam registrados e um conselho posterior avaliava se o que foi aprovado fez bem ou mal à cidade. Se mal, seu proponente original era julgado, podendo ser condenado ao confisco de bens, exílio ou morte. A idéia de democracia direta como entrudo, confete e um cheirinho da loló é criação de analistas brasileiros.

As cicatrizes que conquistarem nos embates que buscam não semearão, metaforicamente, sequer a recompensa de despertar o País para a luta contra uma ditadura (pois inexistente), apesar de derrotados, torturados e mortos – reconhecimento recebido pelos jovens da rebelião armada da década de 70. Estão esses moços de atual boa fé, ao contrário, alimentando o monstro do fanatismo e da intolerância e ninguém os aplaudirá, no futuro, pelo ódio que agora cultivam, menos ainda pelas ruínas que conseguirem fabricar. Muito provavelmente buscarão esconder, em décadas vindouras, este presente que será o passado de que disporão. Arrependidos muitos, como vários dos participantes do maio de 68, francês, cuja inconseqüência histórica (e volta dos conservadores) é discretamente omitida nos panegíricos.

Revolução? – Esqueçam. Das idéias, táticas e projetos que difundem não surgirá uma, uma só, instituição política decente, democrática ou justa. Não é essa a raiz dessa energia que os velhotes têm medo de contrariar. É uma enorme torrente de energia, sem dúvida, mas é destrutiva tão somente. E mais: não deseja, expressamente, construir nada. Sob cartolinas e vocalizações caricaturais não se abrigam senão balbucios, gagueira argumentativa e proclamações irracionais. Os cérebros do niilismo juvenil sabem que não passam de peões, certamente alguns muitíssimo bem pagos, talvez em casa, a atrair bispos, cavalos e torres para jornadas de maior fôlego. Afinal, os principais operadores da ordem que se presumem capazes de substituir são seus pais e avós. Em cujas mansões se escondem, no Leblon e nos Jardins.

Copiado do O Cafezinho de Miguel do Rosário

terça-feira, 23 de julho de 2013

Banco do Vaticano é acionista da maior indústria de armamentos do mundo

A Igreja Católica é um câncer para a humanidade

Talvez poucas pessoas saibam que a fábrica de armas Pietro Beretta Ltda. (a maior indústria de armas no mundo) é controlada pela Holding SpA Beretta e que o acionista majoritário da Holding SpA Beretta, depois de Gussalli Ugo Beretta, é o Instituto para Obras de Religião (IOR), comumente conhecido como Banco do Vaticano, instituição privada, fundada em 1942 pelo Papa Pio 12 e com sede na Cidade do Vaticano.

A história por trás de tudo isso é a seguinte:

Roma não foi construída em um dia, tampouco o Vaticano, e menos ainda sua opulência atual. Isso tem suas raízes no século 4 da era cristã, quando o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e colocou à disposição do papa Silvestre I uma fortuna colossal – de fato o transformou no primeiro papa rico na história.

A Igreja Católica é a única organização religiosa do mundo que tem como quartel-general um estado independente: a cidade do Vaticano. Com seu 0,44 quilômetro quadrado de superfície o Vaticano é muito menor do que muitos campos de golfe no mundo; e para percorrê-lo sem pressa não se necessita muito mais que uma hora; contar suas riquezas, contudo, levaria bastante mais tempo.

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Globo é notificada 776 vezes por sonegação fiscal

Já houve até assassinato
a mando da Globo
Globo tem bens bloqueados

Amaury Ribeiro Jr e Rodrigo Lopes

A Globopar, empresa ligada à TV Globo, está com parte de suas contas bancárias e bens bloqueados, devido a um dívida ativa de R$ 178 milhões com o Tesouro Nacional. De acordo com documentos conseguidos pelo Hoje em Dia na Justiça Federal do Rio de Janeiro, a dívida inscrita no cadastro de inadimplentes federais foi originada por várias sonegações de impostos federais.

Por solicitação da Procuradoria da Fazenda Nacional do Rio de Janeiro, as contas bancárias da Infoglobo e a da empresa Globo LTDA também chegaram a ser bloqueadas. Mas os irmãos Marinho – Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto – conseguiram autorização da Justiça para liberar o bens dessas duas últimas empresas no mês passado, na 26ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Inadimplente

A dívida da Globopar, no entanto, já está inscrita no cadastro de inadimplentes do Tesouro Nacional, em fase de execução. Na semana passada, a Globo conseguiu adiar a entrega de seu patrimônio ao tesouro até que o processo transite em julgado.

O Hoje em Dia também teve acesso ao processo que apurou o sumiço do inquérito de sonegação da Organizações Globo na compra dos direitos da transmissão da Copa de 2002.

Receita Federal

Um documento enviado pela Receita à Justiça em 2010 comprova, ao contrário do que a emissora divulgou, que a dívida de R$ 600 milhões nunca foi paga. A papelada comprova ainda que o Ministério Público Federal ao ser avisado sobre operações de lavagem de dinheiro entre a Globo e a Fifa nas Ilhas Virgens Britânicas prevaricou muito.

Omissão

Ao invés de solicitar investigação à Polícia Federal, preferiu emitir um parecer que atesta não ter ocorrido nenhum ato ilícito nas transações nas Ilhas Virgens. Um inquérito criminal contra os irmãos Marinho chegou a ser instaurado, mas também sumiu das dependências da Receita Federal.

Não bastasse toda essa confusão, a Globopar continua sonegando. E como nunca. Nos últimos dois anos, a empresa foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal.


Equipamentos

A maior parte dessas autuações envolve a apreensão de equipamentos, sem o recolhimento de impostos, no aeroporto do Galeão, no Rio De Janeiro. Para um bom entendedor a Globopar é uma empresa contumaz na prática do descaminho.

Verba publicitária

O ministério da Comunicação do governo Dilma Rousseff e os demais governantes desatentos liberaram verba para empresa inadimplente com a União, o que constitui-se ato de improbidade administrativa. A liberação pode ser comprovada no site do Ministério da Fazenda.

sábado, 20 de julho de 2013

O propinoduto tucano de São Paulo

Até a insuspeita IstoÉ denunciou

Um propinoduto criado para desviar milhões das obras do Metrô e dos trens metropolitanos foi montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada

Ao assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a multinacional alemã Siemens lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos


. Para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão. O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse.


Sempre eles
Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo. O Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema. Agora, diante deste novo fato, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa

Só em contratos com os governos comandados pelo PSDB em São Paulo, duas importantes integrantes do cartel apurado pelo Cade, Siemens e Alstom, faturaram juntas até 2008 R$ 12,6 bilhões. “Os tucanos têm a sensação de impunidade permanente. Estamos denunciando esse caso há décadas. Entrarei com um processo de improbidade por omissão contra o governador Geraldo Alckmin”, diz o deputado estadual do PT João Paulo Rillo. Raras vezes um esquema de corrupção atravessou incólume por tantos governos seguidos de um mesmo partido numa das principais capitais do País, mesmo com réus confessos – no caso, funcionários de uma das empresas participantes da tramoia, a Siemens –, e com a existência de depoimentos contundentes no Brasil e no Exterior que resultaram em pelo menos 15 processos no Ministério Público. Agora, espera-se uma apuração profunda sobre a teia de corrupção montada pelos governos do PSDB em São Paulo. No Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin disse que espera rigor nas investigações e cobrará o dinheiro que tenha sido desviado dos cofres públicos.

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O PT é covarde

O PT está se esfacelando

Em análise exclusiva para o Blog do Marcio Tavares, o jornalista Breno Altman (*) comenta a decisão da corrente Construindo um Novo Brasil de excluir da relação de candidatos para a direção nacional do PT os nomes de José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. "O mínimo que se pode exigir na política é coerência. Se o comando petista considerou o julgamento da ação 
penal 470 um ato de exceção, a revelia das provas e das normas constitucionais, não passa de covardia o afastamento de dirigentes históricos que foram vítimas dessa eventual fraude jurídica. Um partido não pode temer o combate pelo que acha justo e certo", argumenta Altman, que vê "bomba de efeito moral" no partido

A decisão da corrente “Construindo um Novo Brasil”, principal tendência interna do PT, excluindo José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha de sua relação de candidatos para a próxima direção nacional, representa bomba de efeito imoral. De joelhos diante da pressão exercida pela mídia tradicional e os setores conservadores.

O mínimo que se pode exigir na política é coerência. Se o comando petista considerou o julgamento da ação penal 470 um ato de exceção, a revelia das provas e das normas constitucionais, não passa de covardia o afastamento de dirigentes históricos que foram vítimas dessa eventual fraude jurídica. Um partido não pode temer o combate pelo que acha justo e certo.

Os três réus estão sendo sancionados pelo grupo majoritário antes até que seu processo transite em julgado. A decisão é de rara ignominia. Possivelmente apavorada por pesquisas, a direção dessa corrente capitula diante dos que trataram de manipular fatos e denúncias para desmoralizar o PT. Ilude-se quem considerar que esse gesto pusilânime saciará a fome dos lobos.

A exclusão dos condenados levará sorrisos aos lábios das correntes mais reacionárias e desânimo às fileiras de esquerda. Há mais de quarenta anos, por todas as formas e meios, a direita pátria busca atirar Dirceu e Genoíno ao ostracismo. Representantes de primeira linha da geração que combateu a ditadura e construiu o PT, são levados ao altar do sacrifício por alguns de seus próprios companheiros. Está se abrindo uma página indigna na esquerda brasileira.

Não se trata apenas ou principalmente de uma questão ética. Pior que um crime, é um erro. Não há como o PT fugir de enfrentar a polêmica suscitada pelo chamado “mensalão”, a não ser que seus dirigentes assumam a versão de seus adversários como verdadeira. Até que esta artimanha esteja desmontada junto à opinião pública, dure o tempo que durar, o partido terá que dar batalha contra a narrativa conservadora. E só o fará se tiver postura solidária, altiva e corajosa.

Há quem alegue que os estatutos obrigam o afastamento de quem tenha sido condenado pela Justiça. Mas essa cláusula deveria ter validade para um processo considerado arbitrário e ilegítimo? Além do mais, o parágrafo XII do artigo 231 atribui essa punição para casos de sentença definitiva. Adotada antes de deliberação sobre embargos infringentes e declaratórios, a opção da chapa Construindo um Novo Brasil é ainda mais ultrajante.

Por fim, qual mensagem passa uma corrente que mantém entre seus candidatos uma figura como Paulo Bernardo, alinhado aos monopólios da mídia e empresas de telecomunicações, e afasta José Dirceu, o mais importante dirigente da história do PT? Não é uma ironia que seja preservado personagem que se abraça à direita e sacrificado o principal inimigo do reacionarismo?

Um partido que trilha o caminho da concessão e da genuflexão estará sempre diante do perigo de virar navio-fantasma, desprovido de valores e compromissos que lhe deram vida e lugar na história.

(*) Breno Altman é diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel