POR QUE ESQUERDA E DIREITA AMAM OS BLACK BLOCS?
Mario Marona
Quem poderia recusar a proposta de só discordar de qualquer coisa depois de entendê-la? Desde que seja preservado o direito de, entendendo, ainda assim ser contra, tudo bem.
Mas o título e, portanto, a argumentação, têm uma premissa que considero equivocada. A direita e a esquerda não estão unidas no ódio, mas na simpatia pelos black blocs.
Quem lê o texto e, principalmente, os comentários que ele suscita ao ser compartilhado nas redes sociais, verifica que o lado identificado como direita é a direita mesmo, a velha direita conhecida de todos, mas o lado apontado como esquerda não está claramente definido. Será esquerda ou será direita, dependendo da conveniência de quem julga.
A esquerda seriam os petistas, os dilmistas, os lulistas - o governo, enfim. Seriam aqueles que, segundo a visão dos que entendem e defendem os black blocs, deixaram de ser esquerda há muito tempo - desde que chegaram ao poder, para alguns, ou desde que passaram a fazer acordos em nome da governabilidade, para outros. Ou ainda deixaram de ser de esquerda desde que um grupo saiu do PT para fundar outro partido, este sim verdadeiramente de esquerda.
A esquerda do título, hoje em dia, só é reconhecida como tal se for para apanhar. Esquerda aliada de Sérgio Cabral e de outros peemedebistas? De jeito nenhum! Esquerda que leiloa uma grande jazida de petróleo? Imagine! Temos hoje, portanto, uma esquerda que é funcional para seus adversários. Pode ser criticada por todos os lados, desde que interesse. Apanha tanto do Rodrigo Constantino quanto do Plínio de Arruda Sampaio.
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