sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Momento poético



O Cume 

Autor desconhecido

Fiquei todo arrepiado quando li


No alto daquela serra
Semeei uma roseira
O mato no Cume arde
A rosa no Cume cheira 

Quando cai a chuva grossa
A água o Cume desce
O orvalho no Cume brilha
O mato no Cume cresce 

Mas logo que a chuva cessa
Ao Cume volta alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no Cume ardia 

E quando chega o Verão
E tudo no Cume seca
O vento o Cume limpa
E o Cume fica careca 


Ao subir a linda serra
Vê-se o Cume aparecendo
Mas começando a descer
O Cume se vai escondendo 

Quando cai a chuva fria
Salpicos no Cume caiem
Abelhas no Cume picam
Lagartos do Cume saiem 

À hora crepuscular
Tudo no Cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no Cume aparece


E quando vem o Inverno
A neve no Cume cai
O Cume fica tapado
E ao Cume ninguém vai 

Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
O gelo do Cume cai
E todos ao Cume vão

Seleção feminina de vôlei fez proselitismo religioso com dinheiro público


Seleção feminina de vôlei sequestrou palco olímpico para expor crença cristã

Daniel Sottomaior(*)

Um hipotético sujeito poderoso o suficiente para fraudar uma competição olímpica merece ser enaltecido publicamente? A se julgar pela ostensiva prece de agradecimento da seleção brasileira de vôlei pela medalha de ouro nas Olimpíadas, a resposta é um entusiástico sim!

Sagrado é o direito de se crer em qualquer mitologia e dá-la como verdadeira. Professar uma religião em público também não é crime nenhum, embora costume ser desagradável para quem está em volta.

Os problemas começam quando a prática religiosa se torna coercitiva, como é a tradição das religiões abraâmicas. Os membros da seleção de vôlei poderiam ter realizado seus rituais em local mais apropriado. É de se imaginar que uma entidade infinita e onibenevolente não se importaria em esperar 15 minutos até que o time saísse da quadra.

Mas uma crescente parcela dos cristãos brasileiros não se contenta com a prática privada: para eles, é importante a ostentação, pois ela demarca o território religioso e, melhor ainda, tem valor de proselitismo. Propaganda é a alma do negócio.

Mas, no caso das olimpíadas, a publicidade é irregular por dois motivos. Primeiro porque, da forma como é feita, deixa em situação constrangedora todos que não partilham da mesma crença. É evidente que a aceitação social está em jogo numa situação dessas. Na prática, a oração se torna uma obrigação que fere a liberdade constitucional de consciência e crença dos jogadores.

(*) Daniel Sottomaior é presidente da ATEA ((Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos).
Leia todo artigo em Paulo Lopes

sábado, 18 de agosto de 2012

O que Darwin não sabia

É isso mesmo. Charles Darwin tinha muitas dúvidas e desconhecia muitas coisas. Quem sabe tudo e não tem dúvida sobre nada é religioso; não cientista.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Editorial da CartaCapital amanhã nas bancas

QUE LIBERDADE É ESTA?

Mino Carta


Do PMDB dos dias de hoje, que diria o Doutor Ulysses? Digo, aquele que enfrentou os cães raivosos da ditadura, ironizou a “eleição” de Ernesto Geisel ao criar sua anticandidatura e liderou a campanha das Diretas Já. E do PDT, que diria Leonel Brizola, um dos poucos a esboçarem uma tentativa de resistência ao golpe de 1964, cassado e exilado, no retorno vigiado pelo poder ditatorial no ocaso, e ininterruptamente perseguido pela Globo? Quem ainda recorda as duas notáveis figuras tem todas as condições para imaginar o que diriam.

A CPI do caso Cachoeira acaba de escantear a convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília, que por largo tempo manteve parceria criminosa com o contraventor. As provas irrefutáveis da societas sceleris apresentadas por CartaCapital na edição da semana passada não somente foram olimpicamente ignoradas pela mídia nativa, o que, de resto prevíamos, mas também não surtiram efeito algum junto à CPI. A qual, como se sabe, teria de apurar em todos os aspectos os crimes cometidos pelo talentoso Carlinhos e seus apaniguados. Entre eles, está demonstrado, Policarpo Jr.

Se as façanhas da semanal da Editora Abril não entraram na pauta da CPI é porque aqueles que nela representam PMDB e PDT são contrários à convocação do jornalista de Veja. Há precedentes para explicar. Sem justificar, é óbvio. Quando dos primeiros sinais de que Policarpo Jr. estava envolvido no entrecho criminoso, um dos filhos de Roberto Marinho foi a Brasília para um encontro com o vice-presidente da República e líder peemedebista Michel Temer. Tomava as dores de Roberto Civita, nosso Murdoch subtropical, sob a alegação de que alvejar Veja significaria mirar na mídia nativa em geral e pôr em xeque a liberdade de imprensa. Outro encontro, no mesmo período, Temer teve com o presidente-executivo da Abril, Fábio Barbosa. Cabe lembrar que fato igual não se deu nos tempos da censura dos ditadores a alguns órgãos de imprensa, quando os Marinho se relacionam com extrema cordialidade com os ministros da Justiça (Justiça?), e Veja estava sob censura feroz.

E eis que surgem as provas cabais da participação de Policarpo Jr., mas a vontade dos barões midiáticos prevalece, com a inestimável contribuição do PDT, escudado nos argumentos de um notório simpatizante das Organizações Globo, Miro Teixeira, idênticos, palavra por palavra, àqueles usados por um dos Marinho na conversa com Temer. Donde, caluda, como se nada tivesse ocorrido, de sorte a cumprir a recomendação da casa-grande: nada de encrencas, deixemos as coisas como estão. Encrencas para quem? Para a minoria privilegiada, omessa. E a liberdade de imprensa? É a de Veja agir como bem entende.

Encaro meus acabrunhados botões, e pergunto: e que diria vovô Brizola de Brizola Neto? Será que Miro Teixeira pesa mais na balança do poder do que o ministro do Trabalho? Pesa ao menos dentro do PDT, a ponto de ofender impunemente a memória do engenheiro Leonel. É a observação dos botões, sugerida como conclusão inescapável.

Confesso algo entre o desconforto e o desalento. Indignação e revolta eu experimentava durante a ditadura, hoje sobrevém a desesperança. A mídia nativa é o próprio alicerce da casa-grande. Não há, dentro do seu espaço, impresso ou não, uma única voz que se levante para pedir justiça. É o silêncio compacto da turba, enquanto os seus porta-vozes invectivam contra a corrupção, sempre e sempre petista, e desde já decidem o resultado do processo do chamado “mensalão”. Pretendem-se Catões, são piores que Catilina.

Os botões me puxam pela manga. Ah, sim, esqueci: uma voz se levanta, a do Estadão, para noticiar que Gilmar Mendes, este monstro sagrado da ciência jurídica nativa, solicita um inquérito público a respeito de CartaCapital. Motivo: a nossa denúncia da sua participação do valerioduto mineiro. Mendes diz até ter estudado na Alemanha, deveria saber, porém, que no caso o único caminho é nomear advogado e mover demanda no Penal.

Em compensação, esta semana Roberto Jefferson se tornou personagem de destaque por ter apontado no ex-presidente Lula o chefão da quadrilha. Ele mesmo, o Jefferson que no começo da história, quando já havia embolsado 4 milhões de reais despejados pelo valerioduto nos seus bolsos, cuidou de isentar o então presidente.

Nem tudo é desgraça nas pregas do momento: na terça 14, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou por unanimidade a decisão de primeiro grau que reconhece como torturador o coronel Carlos Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi por certo período dos anos de chumbo. É a primeira vez que um órgão colegiado da Justiça brasileira afirma os crimes de um agente da ditadura civil-militar. Com isso, abre-se a porta para processos similares no Cível. A demanda movida pela família Teles, que conta com cinco torturados na masmorra do coronel Ustra, valeu-se do destemor e do saber do jurista Fábio Konder Comparato, infatigável na defesa da causa. Seu desfecho, pelo menos até agora, representa um avanço, mas a lei da anistia, condenada nas instâncias internacionais e tão limitativa das nossas aspirações democráticas, continua em vigor.

Ao cabo da semana, os botões sustentam condoídos que a casa-grande está de pé, inabalável, certa da cordialidade da senzala, como diria Sérgio Buarque de Holanda.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Miro Teixeira: de dia, moralista; de noite é advogado de bandido

Leonel Brizola vai puxar seu pé, safado
O deputado Miro Millenium Teixeira (PIG-RJ) é sócio do escritório de advocacia de Eduardo Ferrão, famoso advogado de Brasília que atua nos tribunais superiores e já defendeu alguns políticos e empresários encalacrados com a Polícia Federal.
Ferrão, inclusive, foi também um dos maiores doadores de campanha para Miro. Somados com os outros advogados de seu escritório doou R$ 305 mil em 2010.

Miro Millenium em movimento combinado com os holofotes da TV Globo retirou o foco da CPI que, talvez, já voltasse as atenções em breve para a questão da parceria Veja-Cachoeira, e fez estardalhaço com o "sigilo gastronômico" do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, ao preocupar-se mais com um almoço em Paris do que com o sigilo bancário da empreiteira, já quebrado.

Leia mais AQUI e AQUI.

PC Castilho e Grupo na Finep (0800)

É nessa quinta, dia 16, às 18:30h !
Entrada franca !!!
Simbora nesse vento com PC Castilho e Grupo.
Simbora aí !!!

domingo, 5 de agosto de 2012

Gurgel foi vítima de bullying

Procurador diz que, desde a mais tenra infância, sempre foi vítima de deboches dos seus amiguinhos. Talvez por isso ele tenha se tornado um indivíduo mentiroso e monomaníaco.

Atualmente, cismou de querer substituir seu sósia como comediante. Mas ele tá mais pra tragédia.

Eu nunca joguei futebol porque tinha medo de ficar
pelado no vestiário

Rap do Serra Ladeira Abaixo

Não sei por quê, mas esses raps me fazem lembrar o Moreira da Silva.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Carlos Malta e 4 Cantus


O compositor, flautista e cantor PC Castilho vai espalhar novamente suas criações sonoras, registradas no elogiado álbum duplo 'Vento leste', pelas mesas do Centro Cultural Carioca (CCC) no dia 2 de agosto, a partir das 21h. Flautista das bandas de Edu Krieger e Nilze Carvalho, ele traz a brasilidade rítmica e criativa em bela roupagem harmônica num show com músicas instrumentais e cantadas. Carlos Malta e 4 Cantus são os convidados especiais da noite.

“Estamos seguindo com a proposta de reunir, no palco d...o CCC, os sons, as vozes, as viagens e as amizades construídas nessa caminhada musical. Em junho, recebemos Rodrigo Maranhão e Gabriel Geszti. E, agora, será a vez de nos misturar com o mestre dos sopros Carlos Malta e o grupo vocal 4 Cantus. Vai ser emocionante!, exulta. PC estará muito bem acompanhado por Marcílio Figueiró nos violões, Carlos Rabha no baixo elétrico e Nailson Simões na bateria e na percussão.

No roteiro, as autorais “Barra do leste”, “Sopro do vento” (com letra de Carmélio Dias, gravado pelo grupo vocal Garganta Profunda), “Pelourinho” (com Luis Perequê) e o samba “Se eu ganhar na loteria”, gravado pelo Sururu na Roda. De outros compositores, o músico selecionou “Os cafezais sem fim” (Wagner Tiso), “Ciranda do mundo” (de Edu Krieger, que ganha uma bela releitura na voz de PC), “Semba dos ancestrais (Rosinha de Valença e Martinho da Vila) e “Maracatu, nação do amor” (Moacir Santos e Nei Lopes), entre outras.


QUANDO: Dia 2 de agosto, às 21h
ONDE: Centro Cultural Carioca (Rua do Teatro, 37 – Centro)
QUANTO: R$ 20 e R$ 15 (com e-flyer)
INFORMAÇÕES E RESERVAS: (21) 2252.6468 / 2242.9642
www.centroculturalcarioca.com.br
www.pccastilho.com

Flamengo sem telefone, sem presidente, sem time...

Só porque não pagou a conta.
Perseguição!

Maracanã 2014