Lula, Honoris Causa em Brasil
Delúbio Soares (*)
Do agreste pernambucano, castigado tanto pela estiagem sazonal quanto pela miséria secular, ao púpito parisiense doSciences Po, o brasileiro Luiz Inácio percorreu bem mais que meio século. Um caminhão pau-de-arara levou Dona Lindú e seus rebentos do sofrimento da terra calcinada de Caetés para a promessa da cidade grande. A história, por seus desígnios e caprichos, levou ainda mais longe o seu filho.
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Eita que o peão parece que vai
levantar voo. Vixi! |
Mesmo que, com cândida desfaçatez, uma repórter brasileira queira saber do diretor Richard Descoings, a razão pela qual “o Instituto de Ciências Políticas de Paris homenageia Lula e não Fernando Henrique Cardoso” (pasmem!), a história já se encarregou de responder o inacreditável disparate. Ainda que parte da imprensa ressentida e dos críticos aziagos de sempre finjam não saber que o “Honoris Causa” é uma honraria humanista, um reconhecimento absoluto por méritos pessoais e não mais um título acadêmico, a história – irônica que só – reservou ao torneiro mecânico, o “sapo barbudo” alvo de tantos deboches, a gloriosa tarefa de soerguer o país que havia ido à bancarrota (e por três vezes consecutivas) pelas mãos de um ilustrado “príncipe dos sociólogos”. Ah, o destino!
(...)
(*) Delúbio Soares é professor e, juntamente com Zé Dirceu, foi fundamental para a eleição de Lula em 2002.
Leia (se quiser, claro) todo artigo em
Companheiro Delúbio.
O espirutualista Gilmar Carneiro probabelmente não vai ler. Ele é probo.
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