sábado, 17 de setembro de 2011

A privada cultural

Sempre achei o ato de defecar (fazer cocô, cagar, jogar um barro etc) uma tremenda perda de tempo. Por isso, desde a mais tenra idade, cultivo o hábito de deixar alguns livros por perto do vaso sanitário.
Foi a melhor ilustração que eu achei
no Google

Foi fazendo cocô (eu costumo usar o termo "cagando", mas D. Cristina Tavares diz que isso é grosseria) que li todo o poema épico Os Lusíadas do bardo lusitano Luís de Camões. Aquele mesmo que inspirou o prato "filé à Camões" que é composto principalmente de um bife de chã de dentro com um ovo frito ao lado.

Lembro que era uma edição das Ediouro com comentários estúpidos do igualmente estúpido prof. Silveira Bueno, o mesmo que é responsável pelo pior dicionário da Língua Portuguesa desde o de autoria de Raphael Bluteau que foi lançado por volta de 1712.

Os Lusíadas, com seus 10 cantos e 112 esrofes de 8 versos decassílabos cada uma, foi lido em cerca de 60 cagadas. É bom esclarecer que muitas vezes eu defeco mais de uma vez por dia.

Atualmente, meu livro de cabeceira privada é "Breve história de quase tudo" de Bill Bryson. Com esse livro Bryson ganhou o Prêmio Aventis, que é concedido ao melhor livro de divulgação científica do ano. Interessante é que o autor não é um cientista e sim um jornalista (incrível!). A ideia de escrever o livro se deu quando ele sobrevoava o oceano e deu-se conta de não saber o porquê de a água ser salgada.

"Aliás, não tinha a menor ideia sobre o funcionamento do único planeta em que viveria toda a vida. E o pior, diz ele, é que 'a salinidade do oceano representava apenas a menor fatia da minha ignorância'".

Meu companheiro das
horas solitárias
Bryson juntou todas as perguntas sobre big-bang, partículas atômicas, evolucionismo, placas tectônicas e durante 3 anos saiu pesquisando. Leu livros essenciais e entrevistou os maiores especialistas. Colocou o resultado nas páginas do livro e, em suma, fez uma grande reportagem.

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