quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O que seria das ONGs se não houvesse pobres e palafitas?

Meu amigo Sérgio
Sem querer causar polêmica, este blog seria muito diferente (pra pior) não fossem as dicas e colaborações do meu amigo Sérgio. 


O Serginho é daquelas pessoas que você encontra na blogsfera, nunca viu pessoalmente, nem mesmo trocou um telefonema. Mas passa a ter por ela respeito e carinho como se já nos conhecêssemos há muito tempo. Desde a época em que não havia internet.


Como sempre faz, ele escreveu um comentário brilhante sobre um dos posts (nem sempre seus comentários têm a ver diretamente com o blog). Mas desta vez ele conseguiu se superar. E o texto é tão bom que eu resolvi transformá-lo em post.


Valeu, amigão

As ONGs e as senhoras caridosas

por Sérgio Vianna(*)

Um certo líder comunitário trabalha há décadas pela melhoria das condições de vida das populações carentes.

O trabalho é coletivo, ele é o motivador da equipe. No meio de tantos auxiliares há senhoras empenhadas no trabalho, mas que usam a atividade para a autopromoção.

Num momento de descuido algumas senhoras procuram o líder e se mostram muito preocupadas. Os pobres e muito necessitados estão diminuindo muito naquela comunidade assistida.

Ao que ele indaga: "E isso não é bom?"

"Mas se os pobres não mais existirem, a quem nós vamos fazer caridade?", devolveu-lhe uma das senhoras abnegadas.

Aqueles que o Márcio Tavares chama de "Ecochatos" são assemelhados àquelas senhoras do exemplo acima (o fato é real, omitida a nominação das pessoas para evitarmos constrangimentos desnecessários).

Temos entre nós muitos brasileiros e brasileiras que pensam ser necessária a manutenção das palafitas de Altamira, e da mesma forma, a manutenção de toda e qualquer forma de humilhação humana, em qualquer parte do país.

Pensam eles que retirar moradores de seu habitat natural é uma violência. Assim raciocinam imaginando que se fossem ricos, não haveria remoção.

São pessoas até bem intencionadas, com escasso senso de compreensão sobre o dia em que todos forem iguais em oportunidades.

Afinal, quando não houver mais pobres e necessitados, em quais atividades debruçarão suas preocupações humanitárias as ONG's e congregações sociais, religiosas e afins?

Há que ter paciência com os bem intencionados. Eles estão quase chegando à idade da razão. Não devemos afastá-los de suas sinceras preocupações com os acanhados sociais.

Mas, quando percebemos que esses ingênuos políticos estão sendo manipulados por interesses inconfessáveis, de governos estrangeiros a empresas transnacionais, vamos logo na canela dos dois grupos, com todo vigor e razão.

Nesses casos, "ecochato" é forma educada de nomer um dos grupos.

E os intermediários entre os dois grupos são pilantras mesmo.

(*) Sérgio Vianna é funcionário do Banco do Brasil; mas bem que poderia ser professor de política da Lucia Hippolito.

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