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sexta-feira, 13 de abril de 2012

ONGs ecológicas defendem interesses das potências estrangeiras


Radicais agora culpam usinas
por não terem reservatórios

Sérgio Barreto Motta (*)

Fábula Greenpeace e
Belo Monte
Na fábula O Lobo e o Cordeiro, de La Fontaine, o lobo acusa o interlocutor de sujar a água a ser consumida por ele, o lobo. “Que ousadia a tua, de turvar, em pleno dia, a água que bebo”. Em resposta, o humilde cordeiro informa que estava bebendo 20 metros após a água passar pelo lobo. Mesmo tendo se defendido dessa e de outras acusações, o cordeiro acaba virando refeição do lobo. Guardadas as proporções, isso é o que hoje fazem radicais políticos da área ecológica, em relação à usina de Belo Monte. O país tem extraordinário potencial de energia a ser gerada pela água, mas quase todo esse manancial se encontra no Norte do país. Enquanto o mundo usa e abusa de petróleo, gás e carvão, o Brasil usa 90% de energia elétrica gerada pela água – que sequer é consumida, sendo reentregue à natureza pelas barragens.

Na semana passada, Dilma Rousseff foi criticada por defender as usinas para obter energia. Nesta segunda-feira, em Washington, foi alvo do movimento Xingu para Sempre. Mas, por incrível que possa parecer, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia da ONG holandesa Greenpeace que as novas hidrelétricas da Amazônia “não têm segurança energética, por usarem fio d”água em vez de reservatório, ou seja, dependem do fluxo do rio. “Se ele está cheio, tem energia, do contrário, não” – afirmou ele a Giovanna Girardi, da Agência Estado.

E adivinhem quem impediu o Brasil de criar usinas com amplos reservatórios? Justamente as ONGs internacionais, tendo à frente a holandesa Greenpeace e a inglesa WWF. Verifica-se aí um enorme absurdo: dificultaram ao máximo a construção de usinas como Belo Monte e, como vitória parcial, impuseram a limitação dos reservatórios. Agora, acusam as usinas de serem ineficientes, por não terem reservatórios. É como se o lobo acusasse o cordeiro de poluir o rio. É um absurdo e deveria ser criada uma CPI, para saber se tais ONGs defendem mesmo uma posição ideológica natural ou refletem tão somente a preocupação de grandes potências, de que, agora e para o futuro, seja o Brasil uma potência com energia predominantemente gerada pela barata e ecológica água, enquanto o resto do mundo dependeria de um petróleo cada vez mais caro e escasso.

Em março, o consumo de energia no país subiu 8,4% em relação ao mesmo mês de 2011. Mesmo a fio d”água, Belo Monte é boa para o país. Vai gerar energia todo o tempo e, em fase de escassez, só aí, exigirá o acionamento de usinas termelétricas a gás, petróleo e carvão. Sem Belo Monte, as termelétricas poluentes teriam trabalho todo o ano. E mais: Itaipu tem enorme reservatório, que hoje é verdadeiro parque ecológico, com preservação de uma grande área e cultivo crescente de espécies marinhas, além de prover ajuda ao clima da região, através da evaporação.

A propósito, o escritor francês Gilles Lapouge relata que, na Alemanha e França e até na eficiente China, a energia solar e a eólica estão em crise, pois constatou-se que a geração e principalmente a interligação da energia à malha elétrica custam mais do que o previsto.

Essas novas formas de energia – que hoje representam menos de 1% do consumo mundial – exigem subsídios crescentes de seus governos, pois não comprovaram eficácia para uso industrial e da sociedade. Embora com 89 anos, Lapouge está lúcido e revela que a alemã Q-Cells, uma das quatro produtoras de energia solar a falir na Alemanha, tinha ações cotadas a 80 euros que hoje valem 50 cents da moeda da comunidade. Lapouge passou três anos no Brasil e gosta do país, pois é autor do Dicionário Amoroso do Brasil.

(*) publicado em 11 de abril no Monitor Mercantil de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Belo Monte: Desenvolvimento da Amazônia - Filme 1

Junto com a obra de Belo Monte, uma série de programas e projetos
chega à região, através do PDRS Xingu - Programa de Desenvolvimento
Regional Sustentável do Xingu. Para propor projetos, definir
prioridades e melhor empregar os recursos disponibilizados no
Programa, representantes da sociedade local estão participando
ativamente.

Mas ainda tem gente que é contra.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

WWW e Greenpeace não mandam no Brasil

Governo reage à campanha externa contra Belo Monte

Por Sérgio Barreto Motta, no site Monitor Mercantil 

Eles não criticam
as usinas nucleares
da França
A presidente Dilma está, até agora, conseguindo reagir a uma irracional campanha internacional. Enquanto o mundo usa os poluentes petróleo-gás-carvão para gerar energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo que consegue movimentar suas fábricas e iluminar suas casas com a água que passa pelas turbinas, de forma ecológica ou, como se diz modernamente, sustentável. Mas se não criticam as nucleares da França, nem as unidades a carvão da China e tampouco as usinas a petróleo dos Estados Unidos, as entidades internacionais WWF e Greenpeace exacerbam suas críticas às usinas hidráulicas brasileiras. E Belo Monte é o prato do dia. Greenpeace e WWF costumam dizer que, embora internacionais, as filiais do Brasil têm autonomia. Mas dá para desconfiar da agressividade externa contra um país que faz do uso da hidreletricidade sua principal fonte de geração de energia.

Todos sabem que as fontes eólica e solar são incipientes e o Brasil deveria ser louvado pelo uso das águas. Informa a Agência Internacional de Energia que, hoje, sol e ventos produzem 0,8% da energia do mundo, ou seja, praticamente nada. Para o futuro, poderão ser relevantes, mas ainda são insignificantes. Fala-se muito no carro elétrico, mas, na maior parte do mundo, é, no fundo, movido a petróleo – só que transformado em energia elétrica. Apenas no Brasil e em poucos países ainda se pode dizer que um carro elétrico é realmente movido, em sua maior parte, a fonte renovável.

O presidente da Norte Energia, que constrói Belo Monte, Carlos Nascimento, lembra que o Brasil precisa incorporar, a cada ano, 5 mil megawatts de energia e que a fonte hidrelétrica é “a mais segura, confiável, limpa, renovável, além de economicamente mais viável”. O Brasil tem o maior potencial hidrelétrico do planeta e usa apenas 30% do total, mas, pelo jeito, dificilmente poderá ir muito à frente, pois a campanha internacional é insidiosa.

Cita Nascimento que o reservatório da usina será inferior ao inicialmente projetado e parte dele é a própria calha do Rio. A parte restante não é de floresta, mas “de área de criação de gado e agricultura”. Acrescenta: “Nenhuma terra indígena será alagada por Belo Monte e aqueles que moram na região terão garantidas suas atividades habituais de pesca e navegação, uma vez que será mantido um hidrograma de vazões do rio”.

Cita que 70% da energia de Belo Monte já estão vendidos – prova de que o país precisa de energia. O preço por MWh é de R$ 77,97, “um dos mais baixos já praticados”. E, como se sabe, os valores para energia eólica são subsidiados, seja direta ou indiretamente. Conclui Nascimento: “Nossa matriz tem mais de 86% de energia gerada por fontes limpas e renováveis, contra apenas 19% no mundo e 17% dos países desenvolvidos. Isso começa a incomodar muita gente”.

Confirma o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que, este ano, o consumo de energia no país deve subir 4,5% este ano, superando os 3,4% registrados em 2011. Como atender a essa demanda sem novas usinas? O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na mesma linha, afirma: “O país não se intimida com a pressão do exterior” . E acrescenta: “Não se vai retirar um indígena sequer da região. Isso é uma falácia que tem sido vendida no exterior”, diz Lobão, que anuncia, após Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, mais uma fonte limpa de geração de energia: Serra Quebrada, entre Maranhão e Tocantins – se os movimentos internacionais deixarem.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

James Cameron, o exterminador do futuro, quer mandar no Brasil

O Novo Brasil versus as 
celebridades anti-modernas

John Conroy, para Revista Spiked(*)


James Cameron e outros hollywoodianos ricos estão errados se pensam que podem continuar mandando no Brasil.

Esse homem tem um projeto político: fazer
do Brasil um Titanic 

O diretor de cinema James Cameron, responsável pelo Exterminador do Futuro, Titanic e, mais recentemente, Avatar, vem há alguns anos trabalhando paralelamente em um grande projeto. Os fãs dos filmes de Cameron não devem manter suas esperanças elevadas, entretanto. Este projeto paralelo é mais político do que cinematográfico. Ele tem como objetivo de tentar impedir o governo brasileiro de construir Belo Monte, a terceira maior hidrelétrica do mundo, no rio Xingu, que atravessa a floresta amazônica.

O fato de um diretor de filmes do ocidente se interessar pelo que acontece em certas partes do interior brasileiro tem seus precedentes. Há algum tempo, seja com a “Floresta das Esmeraldas” de John Boorman (1985) ou com “O Curandeiro da Selva” (Medicine Man) de John McTierman (1992), diversos produtores de cinema trataram as florestas brasileiras como uma fonte de locações e de atores para povoarem suas histórias da carochinha de destruição ambiental.

Mas Cameron é um pouco diferente. Quando fez Avatar no final de 2000, tendo escrito o roteiro 15 anos antes, sua história de civilização tecnológica versus natureza e povos indígenas deixou de lado as florestas reais trocando-as por animação computadorizada. O resultado foi um conto de moralidade ambiental apresentada nas pinceladas digitais mais vívidas, amplas e simplistas. Mas Cameron não ficou por aí. Em vez disso, decidiu partir do seu mundo de animação e levar a sério sua frágil fantasia.

Em abril de 2010, com o governo brasileiro em processo de concessão da Licença Ambiental para o projeto de Belo Monte, Cameron vislumbrou sua oportunidade. Podia-se ver o apelo de Cameron: o conflito estabelecido entre grupos indígenas e as ONGs de um lado, contra uma represa que forneceria energia a companhias de mineração, na floresta amazônica, parecia reproduzir a história da moralidade ecológica de Avatar. Foi assim que Cameron – seguido de perto pela estrela de cinema Sigourney Weaver, o então governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e o ex-presidente Bill Clinton – se alinhou ao grupo indígena Kayapo para combater a represa. Como resultado dos protestos, a Procuradoria Geral Brasileira suspendeu o processo de licenciamento e Cameron fez, então, um celebrado documentário, chamado Uma Mensagem de Pandora (uma referência ao planeta fictício em Avatar). Para Cameron, sua conto de animação com viés moralista havia ganhado vida.

Após a intervenção de alto nível de Cameron, a pressão internacional começou a aumentar sobre o governo brasileiro. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH-OEA) pediu que o projeto fosse suspenso devido ao suposto dano que causaria aos grupos indígenas. Um poderoso lobby no Brasil, inspirado pela campanha viral “Não Vote”, de Leonardo DiCaprio, decidiu usar a televisão e a internet para minar o avanço do projeto de Belo Monte, com o canal TV Globo e seus atores de novela mais populares fazendo uma série de vídeos e anúncios atacando a represa. Da mesma forma que DiCaprio e seus amigos, as estrelas de novelas como Cordel Encantado, Morde e Assopre, Aquele Beijo, Macho Man e Insensato Coração assumiram um tom de teatrinho político para demonstrar que ninguém poderia apoiar a represa ou pensar que fosse boa para a nação. Em uma efusão particularmente escarnecedora, dois atores ridicularizaram o consumo de energia de seu próprio público televisivo enquanto alimentam a audiência de suas novelas.

Leia todo o artigo no Blog da Usina de Belo Monte.

(*) John Conroy é produtor, diretor de televisão e jornalista.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Belo Monte levará energia a área remota de Altamira

Esse é o tipo de vida que as ONGs
ecoilógicas querem conservar
A região da Gleba Assurini, no município de Altamira, estado do Pará, terá energia elétrica firme e definitiva, com a instalação de um linhão que vai beneficiar milhares de famílias em uma região formada por terras férteis e de grande produção agrícola. A energia chegará às famílias através do programa Luz Para Todos, do governo federal, implantado com apoio do governo do Estado e da Rede Celpa.

Nesta semana, o Comando do Exército Brasileiro anunciou a autorização para que o Linhão do Assurini passe por dentro da área de propriedade do 51º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) de Altamira, permitindo com isso o início das obras de implantação do projeto. A energia firme e definitiva vai permitir, além da melhoria da qualidade de vida, que os produtores possam se organizar para investirem na verticalização da produção.

O Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (FORT Xingu) avalia como de suma importância o projeto, que já é um dos resultados dos investimentos feitos na região por causa da construção da Usina de Belo Monte. “Em breve esperamos ter toda a área rural da região com energia, o que vai dar um salto de qualidade de vida excepcional, além de dinamizar a economia rural da região”, avalia Valdir Narzette, coordenador-geral do FORT Xingu.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Belo Monte: obras já começaram

Construção de ensecadeira marca início das obras de Belo Monte no leito do Xingu

Obras já começaram


A Norte Energia S.A. começou em 2012 a execução da primeira etapa da obra no sítio Pimental que visa a permitir o acesso das máquinas à área da futura casa de força complementar da UHE Belo Monte, com capacidade de gerar 233,1 MW. Para isso, uma ensecadeira está sendo construída na margem esquerda do Rio Xingu, localizada entre a Ilha do Forno e a Ilha Pimental.

Ensecadeira é uma pequena barragem provisória, comum em quase todos os empreendimentos hidrelétricos, que permite executar atividades de construção civil no leito do rio, sem que isso interrompa o fluxo das águas. A que se constrói em Belo Monte terá extensão de 500 metros, ou seja, cerca de 15% da medida total da barragem definitiva, calculada em 6,8 quilômetros. Ela é construída com o uso de terra e de rochas, sem a utilização de concreto ou outro material industrial.

Devido às características da região, com chuvas constantes nesta época do ano, é natural que uma pequena parte da terra seja carreada pelo rio nesta fase da construção da ensecadeira. Isto será eliminado, nos próximos dias, com a conclusão dessa ensecadeira.

O Diretor de Construção da Norte Energia, Antonio Kelson, garante que não há alteração no curso natural do rio. “Durante a fase de construção da ensecadeira, o Rio Xingu continuará tendo sua vazão preservada e, portanto, não haverá prejuízo para a navegação no local”, afirma.

A atividade no leito do Xingu está de acordo com as determinações da Licença de Instalação (LI), emitida pelo Ibama em junho do ano passado. As negociações junto aos moradores da comunidade São Pedro, mais próxima do local das obras, por exemplo, já foram encerradas. Aqueles que optaram pela relocação já sabem para onde serão remanejados e os que escolheram a carta de crédito já adquiram terras em outras localidades. A mudança de todas as famílias deve ser completada até o final deste mês.

A construção da ensecadeira iniciou-se apenas depois da revogação de liminar da Justiça Federal do Pará, que impedia intervenções nas margens do Rio Xingu.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Brasil usa energia 'suja' no horário de pico

"o país tem recorrido a essa energia, mais cara e poluente do que a hidrelétrica" (blog da Usina de Belo Monte)

Publicado na Folha de São Paulo Hoje:


AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

Mesmo com os novos projetos na Amazônia (como Belo Monte, Jirau, Santo Antônio e Teles Pires), o Brasil enfrenta falta de hidrelétricas para garantir a oferta de energia no horário de pico, principalmente no auge do verão, quando a carga exigida no país bate recordes.

O pior é que a situação está ficando mais grave ano após ano. Para suprir essa falta, o país tem recorrido a uma energia muito mais cara e poluente: as termelétricas. O assunto tem sido tratado apenas em relatórios técnicos de autoridades do setor elétrico.

O uso de térmicas para atender horário de pico começou em 2009 e não parou mais. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) – instituição que toma conta da geração de eletricidade no país-, o uso de térmicas para suprir essa demanda é inadequado.

O horário de verão, que redistribui o horário de maior demanda em algumas regiões do país, minimiza o problema, mas não o elimina.

Não é só inadequado do ponto de vista técnico. O uso de térmica custa muito para o consumidor. Dados da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres) mostram que em 2011 o acionamento de termelétricas vai colocar na conta de luz de 2012 uma quantia de R$ 1,4 bilhão.

Esse valor será rateado pela Aneel (agência reguladora do setor de energia elétrica) em 2012. A Abrace afirma que o uso de térmicas para o horário de pico (em vez das hidrelétricas mais baratas) está dentro dos R$ 1,4 bilhão.

O ONS diz que, neste ano, devido ao bom volume de chuvas, não foi preciso ligar térmicas durante os picos de consumo.
Fonte: Aneel



SOLUÇÃO

A solução não é simples e passa pelo aumento da capacidade instalada nas grandes usinas. O problema é que o modelo brasileiro remunera as usinas pela energia gerada, não pela capacidade disponível. O governo discute a criação de um incentivo.

Uma hipótese é a de condicionar a renovação das concessões das hidrelétricas, em 2015, ao aumento da capacidade das usinas. Potencial disponível existe.

Estudo feito pelo WWF-Brasil afirma que o país pode elevar a capacidade de 67 usinas em 8.093 MW apenas trocando o rotor das turbinas.

Outro estudo, feito pela Abrage (Associação Brasileira das Empresas de Geração de Energia Elétrica), mostra a possibilidade de elevar em 5.214 MW a capacidade de 14 usinas hidrelétricas no país.

Isso seria possível instalando mais turbinas nas barragens, onde já existe espaço para isso. Há casos em São Paulo, nas usinas de Três Irmãos e Porto Primavera.

Ampliar a capacidade das velhas usinas é a única solução, já que o país tem reduzido o tamanho das novas. Para minimizar impactos, principalmente na Amazônia, as novas hidrelétricas não têm reservatório, impossibilitando o acúmulo de água para o período seco. A solução tem sido usar mais as térmicas.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Construção da Amazônia - filme 1

Uma equipe de arqueólogos trabalha para resgatar todo o material possível dos sítios arqueológicos identificados na área afetada pelas obras. A arqueologia na Amazônia tem feito descobertas impressionantes.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Monitor Mercantil: Delfim detecta interesse externo em Belo Monte

Interésses estrangeiros
na Amazônia
Interessante comentário publicado em "Primeira Linha" do Monitor Mercantil Digital

Por todo o país, há debate sobre Belo Monte. A “maioria silenciosa” – a maior parcela da sociedade, que não tem tempo para cuidar de questões mais amplas, e em geral só se manifesta quando se vê muito agredida pela minoria ativa – começa a reagir. Entidades com sede em outros países, como WWF e Greenpeace, estão a todo pano, contando com apoio de gente que brilha na mídia, mas não tem bons argumentos. No mundo, as maiores fontes de energia são poluidoras e não renováveis: óleo, gás e carvão. No Brasil e em poucos países, tem-se a dádiva da fonte hidráulica: renovável, barata e não poluente.

Há dias, veio a público que as contas de energia seriam oneradas pelo apoio à fonte eólica – e igualmente a base solar precisa de subsídio. Um dia, vento e sol e talvez o ar – hidrogênio – poderão ser fonte limpa e viável, mas isso ainda não ocorre. Como todos – sejam ecologistas ou desenvolvimentistas – precisam de energia para as tarefas do dia a dia, cada país tem de tomar sua decisão. A China usa o carvão, a França, o átomo, e os Estados Unidos lutam para sair da dependência do petróleo – e, recentemente, descobriram um “pré-sal” de gás em seu território. Certamente vão usar o gás, queiram ou não grupos ecológicos de lá.

Delfim Netto não é um santo. Como czar da economia foi acusado até de mexer em índices de inflação. Mas, em artigo publicado em Carta Capital, ele creditou a atual campanha a interesses estrangeiros. Após citar que a água pode valer mais que ouro e petróleo, Delfim afirma que, respeitando o ambiente e as populações locais – inclusive indígenas – o país não pode deixar de aproveitar seus rios. Declara: “A conclusão, óbvia, é que pretendem mostrar que a Amazônia precisa ser internacionalizada, para evitar que utilizemos os cursos de água daquela bacia hidrográfica para produzir energia e proporcionar o desenvolvimento daquela região em nosso benefício exclusivo”.

E acrescentou: “Tivemos a demonstração de como a pregação, mesmo infantil, pode influenciar burocratas mal informados de organismos internacionais: uma obscura e inoperante comissão de direitos humanos da OEA alinhou-se às teses de outras tantas obscuras ONGs, pedindo a suspensão da construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu”.

E conclui Delfim: “O que as ONGs (de longa data), agora apoiadas pela sub-burocracia da OEA, pretendem bloquear, em realidade, não é a obra em si, mas a condição brasileira de produzir mais energia limpa para prosseguir em seu projeto de desenvolvimento sustentável, inclusive na Região Amazônica. Significa demonstrar a capacidade nacional de conservar, administrar e utilizar as riquezas de um território que detém 11% de toda a água doce do globo, onde correm 12 mil rios que respondem por 16% de toda a água enviada ao marpelos rios do planeta”.

É isso mesmo. Delfim lembra que, levando em conta os rios, mais depósitos subterrâneos – como o aquífero Guarani – cada brasileiro tem uma quantidade fabulosa de água a seu dispor, 17 vezes mais do que a ONU considera a média confortável de consumo. Há uma guerra das ONGs estrangeiras contra o “pré-sal” renovável do Brasil: o bom uso da água.

Nota: o artigo de Delfim Neto foi publicado na CartaCapital


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Excelente e imparcial artigo sobre a importância de Belo Monte

Belo Monte deve ou não
 deve ser construída?
Omar Abbud(*)


A resposta a quem examina racionalmente a questão, exclusivamente do ponto de vista dos interesses da população brasileira, é uma só: sim. Para entender o porquê, vamos examinar os questionamentos que vêm sendo urdidos em torno de Belo Monte, muitos dos quais absolutamente desconhecidos pela sociedade brasileira. Os principais são o desmatamento da Floresta Amazônica, o desalojamento dos ribeirinhos e supostos prejuízos à população indígena.

Antes, porém, é preciso estabelecer de plano uma verdade: não existe geração de energia elétrica sem impacto ambiental, o que não é diferente no caso da geração de origem hidráulica, eólica ou solar. Dito isso, vamos aos fatos. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), todas as hidrelétricas construídas e a construir na Amazônia – Belo Monte entre elas – ocupariam apenas 0,16% de todo o bioma amazônico, uma área de 10.500 km², algo como duas vezes o território do Distrito Federal, para se ter um elemento de comparação.

Na série de registros de desmatamentos feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1988 e 2010[1], o ano em que menos se desmatou a Amazônia foi o de 2010, quando se consumiu uma área de 7.000 km². Isso significa que a área total a ser ocupada pelos reservatórios de todas as usinas instaladas e potencialmente instaláveis na Amazônia brasileira é inferior à área desmatada em pouco mais de um ano! Ao que tudo indica, portanto, parece mais racional e razoável combater o desmatamento que a construção de hidrelétricas, se o objetivo for preservar a floresta.

O desalojamento de populações ribeirinhas é também um problema importante a ser examinado. Desde que conduzida adequadamente, a remoção dessas populações não deve representar problema. Na maioria dos casos, inclusive, os ribeirinhos vivem em condições miseráveis, em razão do que sua mudança para habitações dotadas de melhor padrão construtivo e sanitário significará uma melhora efetiva das suas condições de vida. Trata-se, neste caso, da remoção dos moradores atingidos pelo projeto, ação que precisa ser corretamente executada pelos empreendedores e tempestivamente fiscalizada pelo poder público.

Pedido recente do Ministério Público Federal para que o Ministério de Minas e Energia ampliasse o prazo de consulta pública do Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 baseou-se, entre outros argumentos, no fato de que 113.502 pessoas serão afetadas pelo conjunto de empreendimentos hidrelétricos constantes do Plano, entre os quais a Usina Belo Monte.

Considerando que a energia produzida somente por Belo Monte tem potencial proporcionalmente muito maior – suficiente, por exemplo, para atender a 18 milhões de residências, ou cerca de 60 milhões de pessoas, para ficarmos somente no paralelo residencial –, não seria o caso de se avaliar, com prudência e profundidade, se o Brasil pode prescindir dessa e de outras usinas hidrelétricas apenas para não se ter que realocar, adequadamente, os ribeirinhos atingidos?

Por último, mas não menos importante, vem o tema das terras indígenas, que são protegidas pela Constituição Federal. Mas, por mais que algumas lideranças indígenas da Amazônia estejam envolvidas na oposição a Belo Monte, o projeto não afeta qualquer reserva indígena, até porque, se assim fosse, não poderia ter sido licenciado. A Funai estava entre os órgãos ouvidos pelo Ibama para o licenciamento da usina e se manifestou favoravelmente à concessão da licença.



Examinemos agora a questão dos pontos de vista econômico e da segurança do abastecimento. A energia elétrica gerada por fonte hídrica é a de melhor relação custo-benefício existente, inclusive do ponto de vista ambiental. Ela praticamente não gera emissões de gases de efeito estufa (GEE) e oferece sub-produtos econômicos importantes: reservação de água para irrigação e consumo, piscicultura, turismo e controle da vazão dos rios, o que evita inundações a jusante das barragens.

As usinas de geração térmica, em contrapartida, não oferecem quaisquer externalidades positivas no seu processo produtivo e são, além disso, grandes emissoras de GEE. As térmicas nucleares, hoje já bastante mais seguras graças aos avanços da tecnologia, embora não sejam grandes emissoras de GEE, ainda precisam resolver o problema da disposição dos resíduos. Mesmo assim, são apontadas pelo cientista e ambientalista James Lovelock[2], criador da Teoria de Gaia, como uma alternativa melhor que as térmicas convencionais.

Examinemos a tabela a seguir, com os preços de geração de energia elétrica por fonte:

Preço de geração de energia elétrica por fonte (R$/MWh) [3]
FonteCusto fixoCVU(R$/MWh)²Preço final
Hidrelétrica de grande porte84,58-84,58
Eólica99,58-99,58
Hidrelétrica de médio porte147,46-147,46
Pequena Central Hidrelétrica158,94-158,94
Térmica nuclear148,7920,13168,92
Térmica a carvão159,34169,09328,43
Térmica a biomassa171,44167,23338,67
Térmica a gás natural166,94186,82353,76
Térmica a óleo combustível166,57505,76672,33
Térmica a óleo diesel166,57630,29796,86
Solar FotovoltaicaNão disponível
Fontes: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
Como se vê, os custos da geração hidrelétrica são altamente competitivos. E, neste particular, Belo Monte é especialmente competitiva: vai gerar energia elétrica a R$ 77,97/MWh, valor ainda menor que a média das hidrelétricas de grande porte.
Destaca-se na tabela acima o preço competitivo das geradoras eólicas, atualmente favorecido por uma específica combinação de fatores conjunturais, da qual constam a baixa cotação do dólar, incentivos e condições especiais de financiamento, e os efeitos da crise econômica nos Estados Unidos e na Europa, fenômeno que reduziu dramaticamente a demanda por aerogeradores e tornou o Brasil virtualmente seu único demandante mundial, reduzindo-lhes o custo a níveis bastante baixos.
(*) Jornalista, consultor legislativo do Senado e ex-chefe de gabinete do Diretor-Geral e ex-superintendente de Comunicação Social da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

Para ler todo o imparcial artigo, clique AQUI.

Nota: qual a probabilidade do Marcio Tavares publicar alguma coisa que seja contra a contrução de Belo Monte?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Belo Monte vai aquecer comércio local

Com mais de sete anos de obras pela frente, o comércio de Altamira e cidades vizinhas se veem diante da oportunidade de gerar bons negócios com a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os setores de construção, hotelaria, alimentação e locação de veículos, ônibus e máquinas pesadas já sentem o aumento da demanda. Com expansão de crédito, melhores condições de pagamentos e juros especiais, as expectativas de entidades ligadas ao setor, ouvidas pelo Blog Belo Monte, são de crescimento e bons resultados tanto para os construtores quanto para os fornecedores.

É neste clima que será realizada amanhã (13) a 2ª Rodada de Negócios e Financiamento, em Altamira. O objetivo é fortalecer parcerias que dêem suporte às operações, crescentes desde o início da construção da UHE Belo Monte, em junho. Cerca de 300 empresários devem participar da programação. “Acredito que nós vamos colocar neste evento o maior número de empresários, frente a frente, para que a relação fique mais estreita e fortaleça a geração de negócios para as nossas empresas”, avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Altamira (CDL-Altamira), Warley Botelho.

Já o presidente do Sindicato das Empresas do Comércio de Altamira e Região (Sindecom), Lúcilio de Moraes, percebe o aumento na oferta de empregos pelo próprio comércio local como um fator positivo e também um desafio. “A nossa força de trabalho está muito focada na construção de Belo Monte. Vamos precisar de parceria para capacitar nosso pessoal e suprir a necessidade de mão de obra no comércio”, afirma.

Mais crédito

Com participação garantida nesta 2ª Rodada de Negócios e Financiamento, bancos instalados em Altamira também estão atuantes nesta nova fase de expansão. Instituições financeiras montarão balcões de atendimento no local para que os empresários iniciem os negócios. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por sua vez, vai atuar junto a esses agentes para viabilizar serviços, como o cartão BNDES e o BNDES automático. “Nosso foco é o empresariado e fornecedor de menor porte. A proposta é fortalecer também o desenvolvimento do entorno de Altamira”, diz o gerente de Energia Elétrica do BNDES, Edmar da Cunha Raimundo. Com isso, as linhas de crédito vão estruturar o desenvolvimento social e econômico de toda a região.

Ponto de comércio na ilha da Ressaca,
Altamira, PA. Ainda tem muito espaço
pra o comércio locas crescer
Para a presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa), Maria do Socorro Souza, esta frente tem grande importância para os empresariado local e a expectativa é de que o aumento da oferta de crédito da rede bancária impulsione o mercado. “Nosso comércio está crescendo muito agora. É preciso que este crédito seja ampliado para aumentar a demanda, principalmente nos setores mais parados”, relata. Entre eles, estão o de confecção, calçados e serviços, como atendimento médico, odontológico e advocacia.

Dispostos ao negócio

Toda esta movimentação é muito bem vista pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras civis do empreendimento. “Serão mais de sete anos de obras pela frente, e temos grande interesse em fazer negócios com empresários da região. Muito antes da energia, Belo Monte já vem produzindo emprego e renda no Pará”, ressalta o diretor de Relações Institucionais do CCBM, Henrique Di Lello Filho. Ele acredita que encontro desta terça-feira permitirá que os empreendedores paraenses, principalmente com atuação em Altamira e municípios vizinhos, conheçam as necessidades específicas do consórcio, por produtos e contratação de serviços.

A 2ª Rodada de Negócios e Financiamento é realizada pela Aciapa, pela CDL-Altamira e pelo Sindecom local. A Norte Energia, empresa responsável pela implantação e construção da UHE Belo Monte, e o CCBM são parceiros no evento, que também conta com o apoio do BNDES e do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (FORT Xingu). As inscrições podem ser feitas ainda hoje (12), até as 18 horas. Outras informações: (93) 3515-2478.