domingo, 19 de maio de 2013

O PT é o braço político da Igreja Católica no Brasil

Posto na fogueira por citar a Bíblia
Há meses estamos vendo o linchamento político e pessoal do deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Isso vem acontecendo desde que ele assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Até então, uma comissão sem maior importância e que só entrou na ordem do dia após um deputado que também é pastor evangélico aceitar presidi-la.

Seu erro foi o de ter lido a Bíblia e seguir fielmente o que nela está escrito. Tudo o que ele prega está neste livro ridículo que serve como norma de conduta dos cristãos. E cristãos são os católicos, os evangélicos, os umbandistas e tantos outros ramos do Cristianismo. E os petardos vem principalmente de duas instituições profundamente católicas apostólicas romanas: o PT e a mídia tradicional.

Aparentemente, essa união de forças parece estranha. Afinal, os petistas – com toda razão – passam o dia todo nas redes sociais da internet baixando a lenha do que chamam de PIG, Partido da Imprensa Golpista. Mas surgiu um inimigo comum: o deputado evangélico Marco Feliciano. Cessem todas as discussões sobre mensalão, STF, Joaquim Barbosa e governos do PT desde 2003! Agora, as duas instituições católicas tem uma prioridade: o deputado Marco Feliciano (PSC-SP).

Para o leigo em política essa aliança soa estranha. Principalmente por que o partido do pastor-deputado é da base governista. Mas não importa. O mais importante é destruir a reputação do inimigo da Igreja Católica Romana. Homofóbico e racista são os dois adjetivos preferidos dos petistas e, de forma dissimulada - como é sua característica -, a chamada grande imprensa. Tudo por que, repito, o deputado Marco Feliciano teve a infelicidade de mexer num vespeiro chamado Igreja Católica Apostólica Romana. Daí seus guerreiros e generais, PT e grande imprensa, respectivamente, estarem tão furibundos contra ele.

O PT, fosse mais sincero, deveria acrescentar mais uma letrinha em sua sigla. Seria o PTC, Partido dos Trabalhadores Católicos. Mas isso não seria oportuno para um partido que se diz plural. Onde todos os credos, opções sexuais e até posições ideológicas são aceitos “sem patrulhamento”. Mentira. Se o militante não é católico ou, em não sendo, critica as aberrações desta religião maligna, é fritado em fogo brando. Tal qual se fazia na época da “Santa Inquisição”.

Muito pior do que citar os trechos mais estúpidos da Bíblia é a prática da pedofilia. E quanto a esta questão não se vê indignação equivalente por parte dos militantes católicos do PT. Muito pior do que palavras. A pedofilia é uma prática antiga dentro da Igreja Católica e só nos dias de hoje está sendo denunciada. Os bispos, quando é feita uma denúncia de pedofilia, apenas mudam o padre psicopata de paróquia e vida que segue. Mas, no Partido dos Trabalhadores (Católicos) paira quase silêncio.

Outras práticas criminosas igualmente são serenamente ignoradas pelos petistas. A corrupção institucionalizada no Vaticano, por exemplo. Banco Ambrosiano, mordomo do papa, envolvimento com a Cosa Nostra etc. não tem a mesma relevância que as palavras de um homem tosco e despreparado como o deputado Marco Feliciano.

Não vejo problema algum no fato de um partido ou jornal ser ligado a uma religião. É assim nos países europeus e, até que me provem o contrário, tudo caminha razoavelmente. O problema está em o PT não fazer o que cobra de seus detratores: dizer claramente que é católico.

Mas eu aqui faço um alerta: não pensem que os evangélicos vão ficar quietinhos levando cacetadas o tempo todo da militância católico-petista. Em 2014 poderá vir a resposta. Os evangélicos que, em sua maioria, apoiaram as três eleições ganhas pelo PT podem se irritar e atrapalhar a reeleição de Dilma. É sempre bom lembrar que nas três eleições citadas, os candidatos do PT tiveram que enfrentar um segundo turno. E aí todas esses xingamentos poderão ser cobrados com juros de mora altíssimos

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dez livros indicados pelo professor Antonio Cândido

Antonio Cândido indica 10 livros para conhecer o Brasil
Este homem nos dá orgulho
de sermos brasileiros

Por Antonio Candido*, no blog da Boitempo

Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.

Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.

Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora.

São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.

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