segunda-feira, 16 de maio de 2011

A divisão do Pará

Como ficariam os 3 estados
A Era FHC deixou marcas em muitas pessoas. Seus ideólogos souberam influenciar o subconsciente até de gente de esquerda. Por isso, quando se fala em aumentar despesa pública, a maioria pula mais que pipoca.

A proposta da divisão do estado do Pará é um exemplo e como se forma uma opinião num estalar de dedos. "O quê? Mais Assembléias Legislativas, mais deputados, mais 'mordomias'? No passarán!".

Mas só que vive no sul e no sudeste desse imenso estado sabe das agruras que é não ter qualquer tipo de assistência por parte do governo. Polícia, médicos, professores. Falta tudo pra essa gente. Causa principal: a distância. Aquilo que é motivo de orgulho para muitos paraenses causa dor e sofrimento para quem mora lá onde os judas perdeu as botas.

Leia o excelente texto sobre este assunto no blog Perereca da Vizinha.

8 comentários:

Anônimo disse...

Eu quero o estado da Guanabara de volta! E não custa quase nada! A Cãmara de Vereadores passa a ser Assembleia Legislativa!

Sérgio Vianna disse...

Absolutamente concordante com a Perereca... da Vizinha.

Belo texto. Claro e objetivo.

E trata da realidade do abandono das populações do interior do Pará.

Eu morei oito meses em Parintins, no Amazonas, bem próximo da fronteira com o Pará, no médio rio Amazonas, sendo que Santarém, no Pará, é uma cidade que atende demandas sociais e economicas de Parintins, pela proximidade.

A realidade que eu vivi naquela época, 1980, está bem retratada pela Perereca da Vizinha.

Essa realidade de abandono do interior e da concentração das políticas públicas nas capitais é visível em todo o Brasil.

Pra quem quer observar o fenômeno, ele é visível sim.

Nossa elite engraçadinha, safada e ordinária, em tudo acha os Estados Unidos um padrão a ser seguido. Mas neste assunto preferem a hipocrisia, própria de nossa elite empedernida.

Os Estados Unidos, por seu tamanho continental, são formados por 51 estados. O Brasil, tão continental quanto, só reúne 27 entes federados.

Seríamos melhor governados com mais estados e\ou territórios independentes.

Que venham Carajás e Tapajós.

Deveriam vir também o Triangulo Mineiro.

O Maranhão do Sul, o Estado da Gurguéia - divisão do Piauí.

Minas do Sudeste, seria uma opção razoável para acabar com essa miséria que se tornou a região de Minas mais abandonada pelo Estado.

O novo Estado do Araguaia, região nordeste do Mato Grosso.

A separação do oeste da Bahia, toda a margem esquerda do rio São Francisco.

O Estado do Iguaçú, antiga reivindicação das regiões oeste do Paraná e de Santa Catarina.

E muitos outros territórios poderiam vir. Seria melhor para o país. Idiotice achar que divisão mais adequada só produz corrupção.

Corrupção já a temos. Isto é outra história. Outro assunto.

Redivir esse continente para melhor integrar as populações de cada rincão.

O Brasil tem o eixo Rio-São Paulo e a vida nas capitais.

O resto é interior... INTERIOR!

Assim tratado com todo o menosprezo pelos que se bastam nas capitais.

E mais: Sou favorável à criação de um novo tipo de ente federado.

O das regiões metropolitanas que se tornaram megalópoles.

Provisoriamente definir tais localidades como Distritos Metropolitanos.

Distrito Metropolitano de São Paulo.

Distrito Metropolitano de Belo Horizonte.

Distrito Metropolitano do Rio de Janeiro.

Provável que haja situações assemelhadas nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza.

Reuniriam as cidades do entorno de todas essas capitais de estado e se transformariam em regiões independentes.

Seus governadores teriam mais foco na gestão dos problemas comuns de segurança, educação, transporte e saúde. Coordenando os trabalhos dos prefeitos que hoje digladiam-se por migalhas para soluções que deveriam ser comuns naquelas áreas do serviço público.

Na prática, os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (pra ficar só nestes exemplos), são governadores em 90% de seu tempo para questões municipais das respectivas regiões metropolitanas. E abandonam o restante do Estado por absoluta falta de tempo.


Mas... esta discussão passa ao largo dos grandes debates do país, que prefere a fofoca e o tiroteio da esquina para ser base de qualquer conversa.

Nem a nossa academia, as universidades, não se dedicam a estudar esse fenômeno da modernidade das grandes aglomerações urbanas, que exigem respostas mais rápidas do que as que se obtém desse paquiderme sistema político-administrativo secular.

Sérgio Vianna disse...

A Região Metropolitana de São Paulo reúne 39 municípios.

Com 20.309.647 habitantes, é a terceira maior área urbana do mundo.

A capital tem cerca de 10 milhões de habitantes.

Outros 10 milhões habitam as demais cidades.

São SETE cidades com mais de 400 mil habitantes, uma destas com 1,3 milhão.

Outras SEIS cidades com população entre 200 mil e 400 mil habitantes.

NOVE cidades têm entre 100 mil e 200 mil habitantes.

Esta realidade populacional precisa de transporte público comum entre as cidades.

Mas só se fala de metrô na capital.

Guarulhos (aonde está o aeroporto internacional), São Bernardo, Santo André, São Caetano e Osasco precisam tanto quanto do metrô paulistano.

A saúde é oferecida numa cidade para habitantes das demais, pois se confundem as realidades do ir e vir das pessoas.

Mora-se numa cidade e trabalha-se em outra. Às vezes, se estuda numa terceira. São todas próximas em algum ponto comum.

Um governador único para as 39 cidades reuniria melhor os recursos disponíveis para áreas comuns. Hoje, esse governador divide seu tempo e seus recursos com outras 606 cidades do Estado (SP tem 645 municípios).

Para atender aqueles saudosistas e conservadores de plantão, que acham São Paulo indivisível e que o estado é único, lembro que São Paulo já foi a maior unidade federativa do Brasil.

Isso mesmo! O maior estado do Brasil.

No século XVIII (logo alí, para a história de uma nação) São Paulo incluía em seus limites todo o Centro-Oeste, mais os atuais Estados do Tocantins Rondônia, Minas Gerais, Paraná e parte de Santa Catarina.

Se já foi dividido antes, porque não poderia ser redividido agora.

Último argumento, por enquanto, para a criação do DISTRITO METROPOLITANO DE SÃO PAULO, a nova unidade federativa do Brasil:

a região metropolitana e seus 39 municípios e quase 21 milhões de habitantes é a terceira maior região urbana do mundo, em área e população, segundo o IBGE.

Sérgio Vianna disse...

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro tem 11.812.482 habitantes (IBGE/2008), é a segunda maior área metropolitana do Brasil, terceira da América do Sul e 23ª maior do mundo, reunindo 19 municípios.

São SEIS municípios com mais de 500 mil habitantes, fora a capital, aonde moram seis e meio milhões.

São QUATRO as cidades com 200 mil a 500 mil habitantes.

Outros CINCO municípios têm entre 100 mil e 200 mil habitantes.

Além de saúde, educação, segurança, transporte, itens de políticas públicas comuns nestas regiões metropolitanas, há a gestão comum do fornecimento de água potável e do recolhimento do esgoto, questão que ignora as divisões territoriais municipais e que invadem as terras dessas cidades interligadas. A coleta e armazenamento do lixo doméstico entra neste quesito.

Mas é o foco exclusivo de um governador e sua estrutura de gestão que deve ser levada em consideração na discussão da viabilidade de se criar uma unidade federativa nova, de característica nova, mas que carrega necessidades tão comuns de toda a população envolvida.

José Marcio Tavares disse...

Eu acho que vou transformar os comentários do Sérgio em posts de novo.

Só faltou uma coisa. Segundo a quase imortal Dercy Gonçalves "a perereca da vizinha tá presa na gaiola, xô perereca, xô perereca".

Um dos momentos mais lindos do cancioneiro popular brasileiro.

Dercy era ótima. Nunca consegui saber o porquê, mas ela era demais!

Anônimo disse...

Bom,sou serei a favor da divisão do estado,se o governo federal continuar passando o valor em verbas que passa para o estado do Pará e também fazendo com que Carajas e Tapajos,comece a deixar de mandar seus doentes para a nossa capital Belém,deixando os hospitais de referencia todos lotados,já que querem se separar que assuma os seus filhos.

J. Reis disse...

Incrivel, nossos politicos ficam nessa defesa de divisao, como forma de resolver o problema do abandono. Assim acham que vao obrigar o governo federal a mandar recursos p/os novos estados. Se é o G. federal que vai ter que mandar , por que nao manda a metade deste dinheiro p/que as demandas destas populações sejam atendidas nos conformes. Assim teriamos economizado com os custos que sao proprios de Estados. Outro detalhe: o dinehiro gasto no Tocantins para construir a capital e manter seu aparato daria ralmente para atender todos os problemas dos municipios do Estado. No entanto está gasto de forma errada, apenas a capital beneficiou-se.

José Marcio disse...

Eu sou favorárvel ao gasto público. Emprega gente e contribui para o crescimento econômico. Na Era FHC foi criada a tal de Lei de Responsabilidade Fiscal (se dependesse de mim já teria sido abolida) e o país estava na miséria.