segunda-feira, 7 de maio de 2012

O criminoso sempre volta ao local do crime

Sérgio Vianna (*)

Há uma tese, muito defendida pela polícia e por advogados, que o criminoso sempre volta ao local do crime.

No caso da criminosa Veja, o chefe de redação fez esse papel, quando escreve que "fonte corrupta não corrompe a revista", e o dono fez a outra visita ao mesmo local, quando publica aquela capa dizendo que a CPMI do Cachoeira é cobertura de fumaça para o mensalão.

Caso típico de criminoso tentando passar a responsabilidade de seus atos para as vítimas.

O estuprador costuma dizer que a vítima o provocou mostrando-lhe as pernas.

A Abril tinha no horizonte de 2012 o julgamento do mensalão e sua frase repetida à exaustão por todo o PIG: "o maior escândalo de corrupção da história do Brasil".

Ao perceber que o horizonte de seus sonhos dividiria espaço com as investigações da quadrilha do Cachoeira, a revista tentou mais uma manipulação, visando garantir o teatro do julgamento no Supremo.

Acabou por se mostrar na cena do crime, na montagem de falsas denúncias contra adversários de seus interesses.

Os erros cometidos no mensalão estão longe de se comparar ao maior escândalo de corrupção do país. Aliás, não entra na mesma lista, se houver listagens com gradações de intensidade de dolo contra o patrimônio público.

O mensalão é caixa dois, atividade rastaquera de gente preguiçosa, e que não utilizou recursos públicos, mas financiamento oculto (caixa 2) de campanha e empréstimos privados para pagamento de dívidas da campanha das eleições de prefeito de 2004.

O livro "A Privataria Tucana" mostra e demonstra o que é, de fato, uma corrupção atentatória contra o Estado brasileiro.

(*) Sérgio Vianna é leitor assíduo do meu blog. Faz comentários tão bons (como este acima) que eu resolvi promovê-lo a post. Grande Sérgio!

Um comentário:

Sérgio Vianna disse...

Você é muito generoso...