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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eleições do Estado do Rio: rico contra pobre

Morei dez anos em Botafogo. Cheguei a participar de alguns eventos da Associação de Moradores e Amigos do Bairro, a AMAB. A maioria delas - devo admitir -  partiam de demandas da elite do bairro.

A última da qual quase participei era contra a instalação de uma UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento). É isso mesmo o que estão lendo. A quase elite de Botafogo era contra um posto de saúde que atenderia às pessoas sem planos de saúde. Geralmente moradores de comunidades pobres do bairro. Sim, Botafogo também tem comunidades pobres.

Apesar de ainda mal
colocado nas pesquisas
já sofre baixarias da
tropa de choque petista
Um outro protesto era contra a construção de um prédio que, segundo os moradores dos sofisticadíssimos condomínios da rua Barão de Lucena, ia tirar a bela vista de um bosque. Coitadinhos.

E estou falando de um bairro que, hoje, é uma espécie de "subúrbio da Zona Sul".

Bem, mas os leitores devem estar pensando "e o que isso tem a ver com eleições?". Respondo: muito a ver.

Em outubro haverá eleições para governador. E a elite já está a postos. Preparadíssima para guerrear em favor dos seus privilégios vilipendiados por um governo que, durante oito anos, privilegiou "aqueles que não pagam impostos". São dois os candidatos. Pela direita descarada, César Maia. Aquele mesmo que em seus inúmeros governos frente à prefeitura da cidade do Rio, entupiu os bairros nobres do Rio (Ipanema, Lebon, São Conrado etc.) de obras e, claro, verbas. Chegou a mudar todos os postes de Ipanema. Cada um custando a bagatela - para moradores tão sofisticados - de R$ 8 mil. Preços da época.

O outro representante da "elite Jobi" é o paraibano Lindberg Farias. Aquele mesmo que, prefeito de Nova Iguaçu através de uma manobra da direção do PT, pois jamais morou no município, nem deve saber como se vai lá sem carro oficial. O mesmo político que morava na Bahia quando era presidente da UNE. Depois, ao ficar famoso com o "fora Collor", veio pro Rio, saiu do stalinista PCdoB, pousou no trotskista PSTU e, a perceber que jamais se elegeria por esta legenda nanica, qual Fernando Gabeira, finalmente aportou no PT. Na mesma onda que elegeu Lula presidente da República.

O mesmo que jamais prestou qualquer tipo de solidariedade aos seus "companheiros" de partido, mas se apressou a defender com toda a dedicação o chefe dos Black Blocs, Anonymous e demais terroristas, deputado-estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). O mesmo PSOL que é um dos maiores detratores do PT. O mesmo PSOL que se diz de esquerda, mas vibrou com as prisões de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio. O mesmo PSOL que se juntou à direita explícita e comemorou o fim da CPMF.

Ele está sendo cortejado pelo PT
Do outro lado, Pezão do PMDB. Atual vice-governador do estado é o candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB). O mesmo carioca Sérgio Cabral que, juntamente com o secretário de Segurança, o delegado da Polícia Federal José Mariano Beltrame, diminui drasticamente o número de homicídios no estado. Criou as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) que fez com que voltasse para as mãos do estado os territórios que durante décadas pertenceu ao fascismo dos traficantes de drogas.

Cabral está pagando caro por suas opções políticas. A elite de Ipanema e Leblon não aceita um governo voltado para os mais pobres. Um governador que, diferente de todos os demais, desde a década de 1980, tem um ótimo relacionamento tanto com o governo federal quanto com o prefeito da capital. Não! Que negócio é este de se aliar a Lula e, agora, a Dilma. Que história é esta de, juntamente com o prefeito, preparar a cidade do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo e, posteriormente, Olimpíadas. Cabral não pode -  para essa elite -  fazer seu sucessor. Basta! O estado tem que ser devolvido àqueles que pagam IPTU caro, os moradores que ficam do outro lado do túnel da Cidade Partida.

Outro "erro" de Cabral foi prejudicar os usuários de cocaína e maconha. Com as UPPs o tráfico não parou seu negócio nojento, mas ficou um pouco mais difícil cheirar e apertar. Isso ficou.

O ódio dessa gente contra Sérgio Cabral é tão grande que até nas manifestações fascistas de São Paulo via-se faixas com os dizeres "Fora, Cabral". O ódio de classes não tem fronteiras.

Agora, vemos o candidato do PT (a não utilização do termo "petista" é proposital) se aproximar do PSOL. O mesmo PSOL que comanda as ações armadas contra a realização da Copa. O mesmo PSOL que etc. etc. etc. Já imaginaram a PM nas mãos dos defensores das depredações? Leia AQUI o artigo da corajosa deputada-estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) sobre Marcelo Freixo.

A situação é tão apavorante que eu até acho que um segundo turno com a participação de Anthony Garotinho não seria de todo ruim. Este, pelo menos, também é odiado pelo que fez de bom. Programas sociais como o prato de comida a R$ 1,00 e Piscinão de Ramos. Este, assim como Maia, também gosta de meter a mão no dinheiro público, mas, como diziam os seguidores de Adhemar de Barros, nos idos de 1950, em São Paulo: "'Roba, mas faz" (para os mais pobres).



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Lindberg marca um golaço para a direita feicebuquista

“Pedir de nariz arrebitado um plebiscito
para aprovar opções elaboradas
pela direita é apenas desolador.” - 
Transcrevo trecho do artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos em que ele discorre sobre a estupidez que foi a PEC-3/2011 que reduziu para de 1 para 0,5% a exigência para que eleitores possam ser autores de legislação de iniciativa popular:

"A Constituição de 88 prevê, além de plebiscitos e referendos, a tramitação de legislação de iniciativa popular, desde que apoiada por um por cento do eleitorado nacional (em torno de 1 milhão e trezentos mil subscritores). Os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Lindberg Farias (PT-RJ), respectivamente autor e relator da PEC 3/2011, aprovaram, em 10/7/13, redução da exigência para 0,5% do eleitorado, com aceitação de subscrição digital, ou seja, cerca de 650 mil feicebuquistas. À época da Constituinte de 86, o fenômeno das redes sociais era inexistente e, portanto, nem se prenunciava o perfil que, aliás, ainda está por ser inteiramente delineado. O eleitorado de então, em torno de 94 milhões e meio, correspondia a menos 48% dos 140 milhões e 400 mil eleitores atuais. Era mais do que hospitaleiro o requisito de subscrição de 1% daquele eleitorado para dar andamento a propostas legislativas, sem torná-las inviáveis ou criar ameaças potenciais ao trabalho normal do Congresso. Mas o aumento homeopático no número absoluto de apoiadores, pela lei que aprovaram, não protege a vulnerabilidade a que ficam expostos os quase cento e cinqüenta milhões de eleitores que não opinarem, expulsos da irrisória porcentagem de 0,5% de ativistas agraciados com a difusão de molotovs legais, propiciada pelos dois senadores e os que os seguiram, a saber, pouco acima da metade da Casa, 55 votos a favor."