segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Altamiro Borges afirma em artigo que a SIP é um antro de golpistas

A SIP não é uma entidade empresarial
A SIP é um antro da 
mídia golpista

Altamiro Borges

O texto “Dilma irá ao antro midiático da SIP?”gerou certa polêmica. Alguns amigos argumentaram que, como presidenta da República, ela não teria como se ausentar de um fórum de empresários da mídia do continente. Uma atitude deste tipo seria encarada como um “desrespeito à liberdade de expressão”. Os mais otimistas chegaram a dizer que até seria positiva a sua participação na 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que ocorrerá em outubro na capital paulista, para “dizer umas verdades”.


Respeito os argumentos, mas discordo. A SIP não é uma entidade empresarial, mas sim um antro golpista. Na semana retrasada, a própria presidenta Dilma arrumou uma desculpa para não participar de um evento do Grupo Abril, após saber de uma reportagem asquerosa da Veja contra o ex-presidente Lula [vale insistir: cadê a entrevista com o Marcos Valério?]. No caso da SIP, não há diferença nas ações asquerosas. Não precisa nem inventar desculpa. Exponho abaixo um pouco da sinistra história desta entidade “empresarial”.

Jules Dubois, o homem da CIA

A Sociedade Interamericana de Imprensa não tem nada a ver com liberdade de expressão e, muito menos, com democracia. Ela reúne os barões da mídia do continente que apoiaram golpes militares e sustentaram ditaduras sanguinárias – alguns destes grupos, como a Globo e o Clarín, inclusive construíram seus impérios neste período com as mãos sujas de sangue. Com a redemocratização na região, estes mesmos barões da mídia foram os difusores do receituário neoliberal de desmonte de estado, da nação e do trabalho.

Sediada em Miami, a SIP defende os interesses das megacorporações capitalistas e as políticas imperiais dos EUA. Ela até tenta se travestir de “independente”, mas a sua direção sempre foi hegemonizada pelos empresários mais ricos e reacionários do continente. Num estudo intitulado “Os amos da SIP”, o jornalista Yaifred Ron ainda apresenta inúmeros documentos que comprovam os vínculos da entidade com a central de “inteligência” dos EUA, a famigerada CIA.

A SIP foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascimo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda macartista nos EUA, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na conferência de Quito, dois serviçais da agência, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a dirigir a entidade. Dubois comandou a SIP por 15 anos e tem seu nome gravado no edifício da entidade em Miami.

Leia todo o artigo em Blog do Miro.

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