Fora de pauta. Assim não vale, Márcio. Você encerrou a pesquisa bem na hora em que o PSOL ia ultrapassaro PT. É um bom partido pra você. A líder máxima é a Heloísa Helena, que não precisou ler Marx, porque achou todo seu esquerdismo na Bíblia. Conta também com o Chico Alencar, que é mais igrejeiro que o Molon. Em resumo: está cheio de papa-hóstia. Sem falar no seu ídolo, o Milton Temer.
A pesquisa (na verdade uma brincadeira de gosto duvidoso) tinha prazo até as 14h de hoje. O PSOL é um lixo. Partido de pessoas que nem sabem que são de direita. A última deles foi colocar o safado do caseiro como garoto propaganda. Eu me expulsei do PT. Não sou maluco o suficiente pra voltar pra um partido que me colocou anotanto recadinho de marido de assessora. Mas pode ser até que eu, na época, estivesse me superestimando. De repente eu sempre fui burro e incompetente e não percebi. Elogios estragam a gente, você deve saber. Mas, pelo sim, pelo não... A última que eu soube é que o Gilberto é autor de uma lei que institui o Dia da Liberdade Religiosa (ou coisa que o valha). Perdeu meu voto na hora. Vou votar nulo pra deputados federal e estadual. Se bobear (eu já disse isso várias vezes) nem saio de casa no dia 03 de outubro. Quero que todo mundo se foda. Que vão pra puta que pariu. É por essas e outras que eu vou continuar jogando Play Satation. PPS: parabéns pelo seu aniversário. Continue feliz porque a vida vale a pena pra pessoas como você.
Ô Márcio, você fazia campanha pro Sereno e pro Palmares. Para o Gilberto você explicou acima. E para Federal, qual o motivo da desistência? Outra coisa: No início da campanha, você relacionou algumas candidaturas sobre as quais examinava as possibilidades. Uma delas foi a do Brizola Neto. Você descarta essa possibilidade também? O cara tá fazendo um bom trabalho no blog dele. Não te convence?
Sérgio, eu resolvi não votar mais pra deputado. Ou, então, votar em qualquer um que ajude a mim ou à minha família. Mas a opção Brizola Neto é razoável, inclusive porque o Miro Teixeira já está eleito mesmo.
Sérgio, eu hoje estava assistindo a um vídeo do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) em que ele diz o porquê de não se candidatar à reeleição. Ele não concorda com o sistema político brasileiro. Dentre outras coisas disse que pouquíssimas pessoas sabem que, ao votar num candidato, está ajudando a eleger outro. Então, o meu amigo Marcelo Sereno que me desculpe, mas eu não vou ajudar a eleger o tal de Biscaia. Inclusive porque arrisca o Marcelo não se eleger e o Boa Bisca entrar. Com o Brizola Neto acontece coisa parecida. Ao votar nele, o eleitor ajuda a eleger o Miro Millenium. Mas aí é um pouco diferente porque o Miro já tem a eleição praticamente assegurada. Então, voltei a pensar no Brizolinha. PPS: se você quiser, depois eu explico sobre a minha aversão ao Biscaia.
Pois é, Márcio. Talvez você tenha meu email. Senão, o Joel Bueno pode te enviar. Essa explicação fica melhor lá, não é mesmo.
O Naide Ribeiro, ex-diretor do Seeb-Rio e companheiro meu de Comissão de Saúde por muitos anos, tinha um certo carinho pelo Biscaia. Não sei se continua a ter. Por isso, até curioso fiquei.
Sobre a tese do Cardozo, correta por sinal, mais que isso é que o eleitor não tem a menor idéia (inclusos muitos eleitores auto-proclamados esquerdistas), que no momento do voto ele - o eleitor - está escolhendo um partido, e por via de consequência, os demais partidos da eventual coligação realizada naquele pleito.
Convém notar que não se deve confundir as coligações para presidente, senador, governador, deputado federal e estadual. Ou seja, para cada uma dessas eleições poderá haver coligação diferente.
Exemplo: Em Minas, o PSB está na coligação do Anastasia, sendo integrante da coligação nacional da Dilma. Aqui em Brasília, numa eleição passada, o Roriz reuniu 12 ou 14 partidos na coligação de governador. Já para a Camara Distrital esses mesmos partidos se dividiram em quatro coligações distintas.
Cada coligação tem o somatório de votos próprio para definir a quantidade de vagas no parlamento. Por acaso, as 4 coligações de Roriz naquele ano elegeram 16 dos 24 deputados.
Voltando ao Cardozo, quando o eleitor acha que está votando no Sereno, pode estar contribuindo para a eleição do Biscaia sim, se este tiver mais votos que o Sereno na disputa por uma das vagas (na hipótese de apenas os dois estarem disputando essa determinada vaga).
Lembremos do Enéas, ex-folclórico-candidato a presidente que se elegeu deputado federal com 1,5 milhão de votos. O partido dele, o PRONA, elegeu mais 4 ou 5 deputados, os dois últimos que tomaram posse naquele ano tiverem menos que mil votos (um deles era de Brasilia, e mudou o título para uma cidade do interior de São Paulo para entrar na lista de candidatos a federal, teve 253 votos, ou coisa semelhante).
Exemplo invertido é o do ex-deputado e ex-governador Dante de Oliveira, do Mato Grosso, que em 1990 disputou as eleições pelo PDT, obteve 85 mil votos e não se elegeu, enquanto tres candidatos do então PFL tomaram posse na Camara Federal com menos de dez mil votos cada um.
Naquele ano, o quociente eleitoral foi de 95 mil votos, e os demais candidatos do PDT somaram menos que nove mil votos. O PDT não atingiu o quociente eleitoral e não elegeu ninguém.
(continua)
Quando fui diretor no Seeb Brasilia fiz várias propostas para a diretoria publicar estudos a esse respeito do sistema eleitoral brasileiro, para esclarecer nosso sindicalizado sobre a natureza do seu voto. Os demais diretores sempre vetaram a matéria porque a achavam irrelevante (nossos dirigentes são espertos! Vai que um bancário, na agência, pede a um diretor para explicar melhor a matéria, o que ele vai dizer, se nem ele entende o sistema eleitoral).
Mas se algum leitor de seu blog quiser saber, Márcio, a conta é simples. Acho que é.
Como já tentei e não passou pelos critérios de espaço do seu blog, vou ter que dividir em dois ou mais comentários. Então vamos lá, segue a primeira parte:
Parte I COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
Abstenções (lógico), mais votos em branco e votos nulos são desprezados. O restante são os chamados votos válidos.
Exemplo: O Brasil tem cerca de 135 milhões de eleitores cadastrados, na condição de exercer o direito do voto. Se a soma dos que votarem "NULO", "EM BRANCO", e dos que não forem votar (abstenção) atingir 35 milhões, por exemplo, teremos 100 milhões de votos válidos.
No Estado do Rio de Janeiro estão aptos a votar 11.589.763 eleitores.
O Estado do Rio elege 46 deputados federais.
Hipótese: Do total de eleitores do Estado do Rio, 2 milhões, 389 mil e 763 indivíduos não votam, ou votam em branco ou nulo. Poderemos dizer que os votos válidos do Estado do Rio, para as eleições de deputado federal, são 9.200.000.
Divide-se 9.200.000 por 46 vagas e teremos 200.000 votos de quociente eleitoral.
Pronto: Cada partido ou coligação, terá que atingir este número para ter direito a eleger pelo menos um deputado federal. Ou seja, partido ou coligação que não atingir esse número, não elege ninguém, ainda que um candidato (do partido ou coligação) obtenha, sozinho, 150 mil votos.
Exemplo: O DEM atinge 199.500 votos. Ninguém do partido será deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ainda que o Rodrigo Maia tenha, sozinho, 160 mil votos.
Os demais partidos ou coligações que ultrapassarem o número hipotético (200 mil votos) terão direito a eleger membros para a Camara Federal.
Exemplo: Para cada 200 mil votos, um deputado. O PSTU obtém 653 mil votos, e terá direito a tres deputados federais, os tres mais votados da sua lista de candidatos. Os 53 mil votos restantes vão para "as sobras" (depois eu explico sobre "as sobras", o que fazer com elas).
A totalização por partido ou coligação se repete para todos os que ultrapassaram a barreira dos 200 mil votos. Neste ponto se definirá quantos deputados cada partido ou coligação conseguiu eleger diretamente.
Exemplo: O PSTU, 3; o PCO, 5; o PCB 10; os demais, 18. Teremos 18 + 10 + 5 + 3 = 36 deputados definidos. Se o Estado do Rio tem 46 vagas, sobram 10 vagas para a definição pelas "sobras". Nota: Os deputados definidos até aqui são os mais votados do partido ou da coligação, em cada lista individualmente. Os tres mais votados do PSTU, os 5 mais votados do PCO e assim por diante.
Agora é que a conta a fazer se complica um pouquinho. Mas nada que não se compreenda com uma simples leitura da regra eleitoral. É a conta para as definições das vagas das "sobras". (continua no próximo comentário)
PARTE II COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
É preciso esclarecer que as "sobras" são os votos desprezados na definição dos partidos ou coligações, como no exemplo acima do PSTU, quando 53 mil votos foram para as "SOBRAS", mais as sobras dos demais partidos ou coligações (neste exemplo, os votos excedentes do PCO, do PCB, e dos demais), e mais os votos de todos os partidos que não atingiram o quociente eleitoral (como no exemplo do DEM, acima, que somou 199.500 votos).
Vaga por vaga as "SOBRAS" serão definidas assim:
PSTU: 653.000 votos, divididos por 4 (3 deputados conquistados diretamente, mais a primeira vaga a ser decidida para qual bancada vai) = 163.250.
PCO: Se fez 5 deputados, obteve l milhão mais alguma coisa, digamos, e 60 mil votos. Então: 1.060.000 dividido por 6 (5 + 1)= 176.666.
E assim por diante, com todos os partidos ou coligações.
Para ficar nos dois exemplos acima, PSTU e PCO, a primeira vaga vai para o PCO, cujo resultado da divisão é maior que o do PSTU.
Para a vaga seguinte, todos os partidos ou coligações permanecem com seus números apurados para a definição da primeira vaga. Somente o PCO, que obteve a vaga em disputa, terá nova conta. Agora, com 6 deputados, seus votos (1.060.000) serão divididos por 7 (seis deputados mais 1 vaga), e então teremos: 1.060.000 : 7 = 151.428.
Logo, a segunda "sobra" vai para o PSTU. Que terá o quarto deputado mais votado de sua lista também eleito.
E a conta se repete, agora com o PSTU sendo o único a ter novo número, ou seja: 653.000 : 5 = 130.600.
Como estou usando apenas os dois partidos nos exemplos até aqui, PSTU - 130.600, e PCO - 151.428, a próxima vaga é do PCO. E assim por diante até a definição da décima e última vaga.
Lógico que a conta é feita para todos os partidos ou coligações que atingiram o quociente eleitoral, ou os 200.000 votos do exemplo hipotético que realizamos aqui. (continua no próximo comentário)
PARTE III COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
Como você pode ver, Márcio, o entendimento dessa regra deveria ser do conhecimento de todo eleitor. Para ele saber como funciona o sistema eleitoral brasileiro para as chamadas eleições proporcionais, como é o caso das eleições para vereador, deputados estaduais e federais (e no caso de Brasilia, deputados distritais).
Para a presidência da República, senadores, governadores e prefeitos, as eleições são majoritárias, ou seja, vence a eleição o candidato mais votado.
Mas no caso da presidência da República, na eleição de governadores e, dos prefeitos das cidades com mais de 200.000 ELEITORES (não é de habitantes, viu?), é preciso atingir 50% dos votos válidos, mais um voto. Senão, a eleição passará por segundo turno, apenas com os dois candidatos mais votados no primeiro turno.
Nas eleições para senadores e para prefeitos de cidades com MENOS de 200.000 eleitores, a eleição se define para o mais votado já no primeiro turno.
Como nestas eleições serão eleitos dois senadores por Unidade Federativa (há quatro anos, em 2006, foi escolhido apenas um senador por Estado e pelo Distrito Federal), serão considerados eleitos os dois candidatos ao Senado Federal aqueles que obtiverem mais votos, independente dos partidos ou coligações, pois não há soma dos candidatos do mesmo partido ou coligação.
Exemplo: Se o Lindberg e o Crivella estiverem na mesma coligação (eu não sei se estão), seus votos não serão somados. Portanto, os eleitos serão aqueles candidatos mais votados, individualmente.
Não sei se consegui explicar, Márcio. Mas tentei. Um abração para você. Sérgio Vianna, de Brasilia.
9 comentários:
Fora de pauta. Assim não vale, Márcio. Você encerrou a pesquisa bem na hora em que o PSOL ia ultrapassaro PT. É um bom partido pra você. A líder máxima é a Heloísa Helena, que não precisou ler Marx, porque achou todo seu esquerdismo na Bíblia. Conta também com o Chico Alencar, que é mais igrejeiro que o Molon. Em resumo: está cheio de papa-hóstia. Sem falar no seu ídolo, o Milton Temer.
A pesquisa (na verdade uma brincadeira de gosto duvidoso) tinha prazo até as 14h de hoje.
O PSOL é um lixo. Partido de pessoas que nem sabem que são de direita. A última deles foi colocar o safado do caseiro como garoto propaganda.
Eu me expulsei do PT. Não sou maluco o suficiente pra voltar pra um partido que me colocou anotanto recadinho de marido de assessora. Mas pode ser até que eu, na época, estivesse me superestimando. De repente eu sempre fui burro e incompetente e não percebi. Elogios estragam a gente, você deve saber. Mas, pelo sim, pelo não...
A última que eu soube é que o Gilberto é autor de uma lei que institui o Dia da Liberdade Religiosa (ou coisa que o valha). Perdeu meu voto na hora. Vou votar nulo pra deputados federal e estadual.
Se bobear (eu já disse isso várias vezes) nem saio de casa no dia 03 de outubro. Quero que todo mundo se foda. Que vão pra puta que pariu.
É por essas e outras que eu vou continuar jogando Play Satation.
PPS: parabéns pelo seu aniversário. Continue feliz porque a vida vale a pena pra pessoas como você.
Ô Márcio, você fazia campanha pro Sereno e pro Palmares. Para o Gilberto você explicou acima. E para Federal, qual o motivo da desistência? Outra coisa: No início da campanha, você relacionou algumas candidaturas sobre as quais examinava as possibilidades. Uma delas foi a do Brizola Neto. Você descarta essa possibilidade também? O cara tá fazendo um bom trabalho no blog dele. Não te convence?
Sérgio, eu resolvi não votar mais pra deputado. Ou, então, votar em qualquer um que ajude a mim ou à minha família. Mas a opção Brizola Neto é razoável, inclusive porque o Miro Teixeira já está eleito mesmo.
Sérgio, eu hoje estava assistindo a um vídeo do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) em que ele diz o porquê de não se candidatar à reeleição. Ele não concorda com o sistema político brasileiro. Dentre outras coisas disse que pouquíssimas pessoas sabem que, ao votar num candidato, está ajudando a eleger outro.
Então, o meu amigo Marcelo Sereno que me desculpe, mas eu não vou ajudar a eleger o tal de Biscaia. Inclusive porque arrisca o Marcelo não se eleger e o Boa Bisca entrar.
Com o Brizola Neto acontece coisa parecida. Ao votar nele, o eleitor ajuda a eleger o Miro Millenium. Mas aí é um pouco diferente porque o Miro já tem a eleição praticamente assegurada. Então, voltei a pensar no Brizolinha.
PPS: se você quiser, depois eu explico sobre a minha aversão ao Biscaia.
Pois é, Márcio. Talvez você tenha meu email. Senão, o Joel Bueno pode te enviar. Essa explicação fica melhor lá, não é mesmo.
O Naide Ribeiro, ex-diretor do Seeb-Rio e companheiro meu de Comissão de Saúde por muitos anos, tinha um certo carinho pelo Biscaia. Não sei se continua a ter. Por isso, até curioso fiquei.
Sobre a tese do Cardozo, correta por sinal, mais que isso é que o eleitor não tem a menor idéia (inclusos muitos eleitores auto-proclamados esquerdistas), que no momento do voto ele - o eleitor - está escolhendo um partido, e por via de consequência, os demais partidos da eventual coligação realizada naquele pleito.
Convém notar que não se deve confundir as coligações para presidente, senador, governador, deputado federal e estadual. Ou seja, para cada uma dessas eleições poderá haver coligação diferente.
Exemplo: Em Minas, o PSB está na coligação do Anastasia, sendo integrante da coligação nacional da Dilma. Aqui em Brasília, numa eleição passada, o Roriz reuniu 12 ou 14 partidos na coligação de governador. Já para a Camara Distrital esses mesmos partidos se dividiram em quatro coligações distintas.
Cada coligação tem o somatório de votos próprio para definir a quantidade de vagas no parlamento. Por acaso, as 4 coligações de Roriz naquele ano elegeram 16 dos 24 deputados.
Voltando ao Cardozo, quando o eleitor acha que está votando no Sereno, pode estar contribuindo para a eleição do Biscaia sim, se este tiver mais votos que o Sereno na disputa por uma das vagas (na hipótese de apenas os dois estarem disputando essa determinada vaga).
Lembremos do Enéas, ex-folclórico-candidato a presidente que se elegeu deputado federal com 1,5 milhão de votos.
O partido dele, o PRONA, elegeu mais 4 ou 5 deputados, os dois últimos que tomaram posse naquele ano tiverem menos que mil votos (um deles era de Brasilia, e mudou o título para uma cidade do interior de São Paulo para entrar na lista de candidatos a federal, teve 253 votos, ou coisa semelhante).
Exemplo invertido é o do ex-deputado e ex-governador Dante de Oliveira, do Mato Grosso, que em 1990 disputou as eleições pelo PDT, obteve 85 mil votos e não se elegeu, enquanto tres candidatos do então PFL tomaram posse na Camara Federal com menos de dez mil votos cada um.
Naquele ano, o quociente eleitoral foi de 95 mil votos, e os demais candidatos do PDT somaram menos que nove mil votos. O PDT não atingiu o quociente eleitoral e não elegeu ninguém.
(continua)
Quando fui diretor no Seeb Brasilia fiz várias propostas para a diretoria publicar estudos a esse respeito do sistema eleitoral brasileiro, para esclarecer nosso sindicalizado sobre a natureza do seu voto. Os demais diretores sempre vetaram a matéria porque a achavam irrelevante (nossos dirigentes são espertos! Vai que um bancário, na agência, pede a um diretor para explicar melhor a matéria, o que ele vai dizer, se nem ele entende o sistema eleitoral).
Mas se algum leitor de seu blog quiser saber, Márcio, a conta é simples. Acho que é.
Como já tentei e não passou pelos critérios de espaço do seu blog, vou ter que dividir em dois ou mais comentários. Então vamos lá, segue a primeira parte:
Parte I
COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
Abstenções (lógico), mais votos em branco e votos nulos são desprezados.
O restante são os chamados votos válidos.
Exemplo: O Brasil tem cerca de 135 milhões de eleitores cadastrados, na condição de exercer o direito do voto. Se a soma dos que votarem "NULO", "EM BRANCO", e dos que não forem votar (abstenção) atingir 35 milhões, por exemplo, teremos 100 milhões de votos válidos.
No Estado do Rio de Janeiro estão aptos a votar 11.589.763 eleitores.
O Estado do Rio elege 46 deputados federais.
Hipótese: Do total de eleitores do Estado do Rio, 2 milhões, 389 mil e 763 indivíduos não votam, ou votam em branco ou nulo. Poderemos dizer que os votos válidos do Estado do Rio, para as eleições de deputado federal, são 9.200.000.
Divide-se 9.200.000 por 46 vagas e teremos 200.000 votos de quociente eleitoral.
Pronto: Cada partido ou coligação, terá que atingir este número para ter direito a eleger pelo menos um deputado federal. Ou seja, partido ou coligação que não atingir esse número, não elege ninguém, ainda que um candidato (do partido ou coligação) obtenha, sozinho, 150 mil votos.
Exemplo: O DEM atinge 199.500 votos. Ninguém do partido será deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ainda que o Rodrigo Maia tenha, sozinho, 160 mil votos.
Os demais partidos ou coligações que ultrapassarem o número hipotético (200 mil votos) terão direito a eleger membros para a Camara Federal.
Exemplo: Para cada 200 mil votos, um deputado. O PSTU obtém 653 mil votos, e terá direito a tres deputados federais, os tres mais votados da sua lista de candidatos. Os 53 mil votos restantes vão para "as sobras" (depois eu explico sobre "as sobras", o que fazer com elas).
A totalização por partido ou coligação se repete para todos os que ultrapassaram a barreira dos 200 mil votos. Neste ponto se definirá quantos deputados cada partido ou coligação conseguiu eleger diretamente.
Exemplo: O PSTU, 3; o PCO, 5; o PCB 10; os demais, 18. Teremos 18 + 10 + 5 + 3 = 36 deputados definidos. Se o Estado do Rio tem 46 vagas, sobram 10 vagas para a definição pelas "sobras".
Nota: Os deputados definidos até aqui são os mais votados do partido ou da coligação, em cada lista individualmente. Os tres mais votados do PSTU, os 5 mais votados do PCO e assim por diante.
Agora é que a conta a fazer se complica um pouquinho. Mas nada que não se compreenda com uma simples leitura da regra eleitoral. É a conta para as definições das vagas das "sobras".
(continua no próximo comentário)
PARTE II
COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
É preciso esclarecer que as "sobras" são os votos desprezados na definição dos partidos ou coligações, como no exemplo acima do PSTU, quando 53 mil votos foram para as "SOBRAS", mais as sobras dos demais partidos ou coligações (neste exemplo, os votos excedentes do PCO, do PCB, e dos demais), e mais os votos de todos os partidos que não atingiram o quociente eleitoral (como no exemplo do DEM, acima, que somou 199.500 votos).
Vaga por vaga as "SOBRAS" serão definidas assim:
PSTU: 653.000 votos, divididos por 4 (3 deputados conquistados diretamente, mais a primeira vaga a ser decidida para qual bancada vai) = 163.250.
PCO: Se fez 5 deputados, obteve l milhão mais alguma coisa, digamos, e 60 mil votos.
Então: 1.060.000 dividido por 6 (5 + 1)= 176.666.
E assim por diante, com todos os partidos ou coligações.
Para ficar nos dois exemplos acima, PSTU e PCO, a primeira vaga vai para o PCO, cujo resultado da divisão é maior que o do PSTU.
Para a vaga seguinte, todos os partidos ou coligações permanecem com seus números apurados para a definição da primeira vaga. Somente o PCO, que obteve a vaga em disputa, terá nova conta. Agora, com 6 deputados, seus votos (1.060.000) serão divididos por 7 (seis deputados mais 1 vaga), e então teremos: 1.060.000 : 7 = 151.428.
Logo, a segunda "sobra" vai para o PSTU. Que terá o quarto deputado mais votado de sua lista também eleito.
E a conta se repete, agora com o PSTU sendo o único a ter novo número, ou seja:
653.000 : 5 = 130.600.
Como estou usando apenas os dois partidos nos exemplos até aqui, PSTU - 130.600, e PCO - 151.428, a próxima vaga é do PCO. E assim por diante até a definição da décima e última vaga.
Lógico que a conta é feita para todos os partidos ou coligações que atingiram o quociente eleitoral, ou os 200.000 votos do exemplo hipotético que realizamos aqui.
(continua no próximo comentário)
(continuação)
PARTE III
COMO FUNCIONA O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
Como você pode ver, Márcio, o entendimento dessa regra deveria ser do conhecimento de todo eleitor. Para ele saber como funciona o sistema eleitoral brasileiro para as chamadas eleições proporcionais, como é o caso das eleições para vereador, deputados estaduais e federais (e no caso de Brasilia, deputados distritais).
Para a presidência da República, senadores, governadores e prefeitos, as eleições são majoritárias, ou seja, vence a eleição o candidato mais votado.
Mas no caso da presidência da República, na eleição de governadores e, dos prefeitos das cidades com mais de 200.000 ELEITORES (não é de habitantes, viu?), é preciso atingir 50% dos votos válidos, mais um voto. Senão, a eleição passará por segundo turno, apenas com os dois candidatos mais votados no primeiro turno.
Nas eleições para senadores e para prefeitos de cidades com MENOS de 200.000 eleitores, a eleição se define para o mais votado já no primeiro turno.
Como nestas eleições serão eleitos dois senadores por Unidade Federativa (há quatro anos, em 2006, foi escolhido apenas um senador por Estado e pelo Distrito Federal), serão considerados eleitos os dois candidatos ao Senado Federal aqueles que obtiverem mais votos, independente dos partidos ou coligações, pois não há soma dos candidatos do mesmo partido ou coligação.
Exemplo: Se o Lindberg e o Crivella estiverem na mesma coligação (eu não sei se estão), seus votos não serão somados. Portanto, os eleitos serão aqueles candidatos mais votados, individualmente.
Não sei se consegui explicar, Márcio. Mas tentei. Um abração para você.
Sérgio Vianna, de Brasilia.
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