sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Maconha na USP: minha opinião

Legalização já!
Tenho recebido muitas críticas no Twitter por causa das minhas opiniões a respeito do episódio que envolveu estudantes e polícia no campus da USP. Como é muito difícil expor argumentos no exíguo espaço de 140 toques do Twitter resolvi, embora um tanto ou quanto tardiamente, explicar aqui no blog minha opinião.

Pra limpar a área: sou favorável à legalização de toda e qualquer substância hoje chamada de droga. Maconha, cocaína, crack, anfetaminas, heroína etc.  Assim como no caso do álcool e do tabaco, acho muito melhor que o estado receba impostos pela venda e consumo de tais substâncias. Recebendo o imposto sobre, o estado economiza com o aparato repressivo (armas, soldos, salários, penitenciárias etc) e ainda forma um fundo para custear o previsível tratamento médico que o cidadão porventura venha procurar nos hospitais públicos.

Acho um absurdo que só os tubarões do tráfico lucrem com esse hábito tão disseminado na sociedade.

Além disso, a repressão tem se revelado inócua, pois, enquanto houver demanda para tal mercadoria, sempre haverá quem se disponha a vendê-las. Com a palavras os senhores economistas.

Mas vamos ao caso da USP.

Pelo que fiquei sabendo, foi a própria universidade que tomou a iniciativa de firmar um convênio com a PM do estado de São Paulo no sentido de que os agentes do estado policiassem o campus tendo em vista os inúmeros casos de roubos, assaltos, furtos e até de estupros ali cometidos.

Acho que só não ficou bem claro para os estudantes que a polícia não costuma distinguir entre o tipo de crime deve combater e os com que ela deve ser permissiva. E para o PM fumar maconha é crime. Aliás, minto, para o estado brasileiro, por mais absurdo que possa parecer, fumar unzinho é crime.

Alguns estudantes estavam fumando maconha (portanto cometendo um crime) no estacionamento da universidade. Não estavam fazendo nenhuma pesquisa no campo da antropologia nem da geologia. Estavam fumando maconha.

O que fizeram os PMs? Cumpriram sua missão. Prenderam os criminosos.

Quando foi efetuada a prisão, os colegas desses estudantes - no momento, criminosos sob custódia do estado - ficaram indignados com os policiais que estavam apenas cumprindo seu dever ficaram e tentaram impedir a prisão. Um estudante chegou a jogar um cavalete nos PMs.

Ora, em nenhum lugar do planeta um policial ficaria passivo diante de um fato como este. Quem duvidar, no dia em que for passear na Noruega ou na Suécia, tente agredir um policial de um desses países e verá que eu não estou exagerando.

Os PMs paulistanos não devem ter ficado honrados com a cavaletada e certamente reagiram. Se não o fizessem, certamente seriam exemplarmente punidos por seu comandante.

Diante do exposto, eu pergunto: querem o quê?  Que os PMs deixassem os filhinhos de papai que custam uma nota afro pros cofres públicos fumassem maconha livremente na cara da polícia? Querem. Querem sim.

Existe um hábito entre certos setores de classe média - principalmente ditos "de esquerda" - que acha bonitinho consumir drogas ilícitas. São pessoas que pararam de ver as mudanças ocorridas no mundo desde 1968 e ainda acham uma demonstração de rebeldia fumar maconha e cheirar cocaína. São pessoas que não perceberam que o uso de drogas ilícitas enchem os bolsos do que tem de pior em nossa sociedade. E aqui não estou me referindo ao crioulo favelado que administra as bocas de fumo. Não. Refiro-me aos tubarões da droga. Cidadãos acima de qualquer suspeita que são os responsáveis pela importação do pó; pelo tráfico de armas; pela prática do lenocínio, dentre outros crimes.

Mais um motivo para que o estado tome para si parte dos lucros com a produção e venda dessas substâncias.

E ai daquele que por ventura venha a criticar, mesmo que de leve, quem usa drogas. É logo tachado de retrógrado, repulsivo, dinossauro, reacionário; isso para ficar nos vocábulos permitidos diante de moças de família.

O que de progressista tem no hábito de fumar maconha? Nada. Fumar maconha (se não fosse crime) seria o mesmo que beber um cálice de vinho ao entardecer.

Não deveria ser crime, mas daí a glamourizar um ato tão boboca vai uma distância bem grande.

E quanto aos filhinhos de papai da USP?  Por que afrontar a força policial que ali foi chamada justamente para reprimir o crime?

Se vão à universidade só pra fumar maconha, que deixem suas vagas para quem quer estudar. Vão fazê-lo nas casas de seus queridos pais que são quem devem dar a grana pra eles comprarem a erva dos traficantes?

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