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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Flamengo já nasceu sem ética

Todos sabem que sou radicalmente contra a recontratação desse canalha chamado Thiago Neves. Mas o texto a seguir é interessante por mostrar como a Patricinha Amorim é contraditória em apelar para a ética no caso da contratação do jogador.


Flamengo e Ética não combinam

Rodrigo Barros

Assisti a coletiva da presidenta Rubro-Negra, esperneando por estar perdendo o seu principal jogador para o Fluminense. Sim, como dirigente do Clube da Gávea, ela pode e deve defender os seus interesses, mas quem é ela para falar em ética?

O Fluminense fez tudo certo, aguardou o término do contrato do jogador, o prazo estabelecido para a negociação ser fechada e como não houve nenhuma resposta positiva por parte do Al Hilal, partiu para a negociação de um atleta que estava disponível para ser negociado por seu clube de fato e de direito.

Quando a presidenta começou a sua falácia, entoando ética, e honestidade, comecei a buscar na memória, alguns episódios, até recentes, envolvendo o clube Rubro-Negro, que não parecem nada éticos.

O Flamengo atravessou a negociação do Grêmio com o Milan, e contratou o Ronaldinho Gaúcho, tentou fazer o mesmo com o Kléber “Gladiador”, até então no Palmeiras, com contrato em andamento, não foi feliz em sua tentativa, porque o Palestra não negociou o jogador, mas ele foi aliciado.

Na temporada passada, quando da reunião dos Clubes do Rio de Janeiro para assinar contrato para a transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro, após a cisão do Clube dos 13, o Flamengo recebeu R$20 milhões como bônus por ter levado os outros Clubes cariocas para a Rede Globo, claro, sem que os co-irmãos soubessem. Isso é ético?

Se puxarmos pela memória, vamos lembrar que quando o Fluminense negociava a renovação de contrato com o apoiador Toró, o jogador foi aliciado e deixou as Laranjeiras rumo a Gávea. E o Diego Souza? Vendido ao Benfica, o clube Português tentou emprestá-lo novamente ao Fluminense por seis meses, mas o Flamengo novamente atravessou o caso e contratou o jogador.

Na década de 90, o Flamengo aliciou o Renato Gaúcho e, antes já havia feito o mesmo com o técnico Joel Santana, e com os jogadores Márcio Costa, Lira e Djair, todos campeões pelo Fluminense em 1995 em cima do próprio Flamengo, e com contrato em vigor com o Tricolor.

O que dizer sobre o ano de 1983, quando após vender o Zico para a Udinese, o Flamengo teve um péssimo primeiro turno, terminando em sexto lugar, e aliciou o treinador Claudio Garcia do Fluminense após o título da Taça Guanabara, levando-o para a Gávea no meio do campeonato Estadual?

Claro, poderia falar do caso das “papeletas amarelas” que envolve até o atual representante de Thiago Neves. Poderia falar sobre se recusar a disputar a final de um campeonato como combinado e assinado para depois entrar na justiça e tentar ganhar “no grito” o título de algo que não conquistou. Porém, quis me atentar somente ao aliciamento de profissionais.

O Flamengo já nasceu sem ética, quando para montar a sua equipe de Futebol, aliciou nove jogadores titulares do Fluminense.

Fonte: Pé de Arroz

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