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quarta-feira, 20 de março de 2013

Filho de Lula compra a maior sorveteria do planeta

Essa é quente
Mentirinha... foi a Verônica Serra.


Depois de adquirir uma das principais empresas de alimentos dos Estados Unidos, a Heinz, o empresário Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev e do Burger King, decidiu realizar um novo investimento também no Brasil. Por meio do fundo Innova, que tem como sócia Verônica Serra, filha de José Serra, ele decidiu investir R$ 100 milhões na compra de 20% da sorveteria Diletto, uma empresa que faturou R$ 30 milhões no ano passado e que foi avaliada, portanto, em R$ 500 milhões.

Fundada pelo empreendedor Leandro Scabin, a Diletto é uma sorveteria premium, que tem planos de se transformar numa espécie de Haagen-Dazs. Hoje, a empresa conta com 3 mil pontos de venda e, em 2011, investiu numa marca própria.

Um dos aspectos curiosos da operação é a associação com Verônica Serra, protagonista do livro "Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Júnior. Em meados da década de 90, ela era funcionária da Editora Abril, mas ganhou uma bolsa da Fundação Educar, de Lemann, para estudar em Harvard, nos Estados Unidos. Naquele momento, Serra era o mais provável candidato à sucessão de Fernando Henrique Cardoso, em cujo governo se deu a aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, da compra da Antarctica pela Brahma, que garantiu à Ambev praticamente um monopólio no Brasil. E foi justamente esse quase monopólio que deu ao grupo de Lemann poder de fogo para sufocar concorrentes no Brasil e se expandir internacionalmente.

Depois da polêmica aprovação pelo Cade da fusão, Gesner Oliveira, que era o braço direito de José Serra e havia sido presidente do "xerife antitruste", se tornou presidente da estatal paulista Sabesp. Verônica Serra, por sua vez, passou a atuar no mercado financeiro e em fundos como o Innova. Milton Seligman, que era também um dos mais próximos colaboradores do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se tornou diretor de relações institucionais da Ambev, posição que ocupa até hoje.

Na era Lula, as ligações de Lemann com o círculo serrista permaneceram discretas até a operação anunciada ontem, na compra de 20% de uma sorveteria por R$ 100 milhões.

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