Meu amigo Sérgio |
O Serginho é daquelas pessoas que você encontra na blogsfera, nunca viu pessoalmente, nem mesmo trocou um telefonema. Mas passa a ter por ela respeito e carinho como se já nos conhecêssemos há muito tempo. Desde a época em que não havia internet.
Como sempre faz, ele escreveu um comentário brilhante sobre um dos posts (nem sempre seus comentários têm a ver diretamente com o blog). Mas desta vez ele conseguiu se superar. E o texto é tão bom que eu resolvi transformá-lo em post.
Valeu, amigão
As ONGs e as senhoras caridosas
por Sérgio Vianna(*)
Um certo líder comunitário trabalha há décadas pela melhoria das condições de vida das populações carentes.
O trabalho é coletivo, ele é o motivador da equipe. No meio de tantos auxiliares há senhoras empenhadas no trabalho, mas que usam a atividade para a autopromoção.
Num momento de descuido algumas senhoras procuram o líder e se mostram muito preocupadas. Os pobres e muito necessitados estão diminuindo muito naquela comunidade assistida.
Ao que ele indaga: "E isso não é bom?"
"Mas se os pobres não mais existirem, a quem nós vamos fazer caridade?", devolveu-lhe uma das senhoras abnegadas.
Aqueles que o Márcio Tavares chama de "Ecochatos" são assemelhados àquelas senhoras do exemplo acima (o fato é real, omitida a nominação das pessoas para evitarmos constrangimentos desnecessários).
Temos entre nós muitos brasileiros e brasileiras que pensam ser necessária a manutenção das palafitas de Altamira, e da mesma forma, a manutenção de toda e qualquer forma de humilhação humana, em qualquer parte do país.
Pensam eles que retirar moradores de seu habitat natural é uma violência. Assim raciocinam imaginando que se fossem ricos, não haveria remoção.
São pessoas até bem intencionadas, com escasso senso de compreensão sobre o dia em que todos forem iguais em oportunidades.
Afinal, quando não houver mais pobres e necessitados, em quais atividades debruçarão suas preocupações humanitárias as ONG's e congregações sociais, religiosas e afins?
Há que ter paciência com os bem intencionados. Eles estão quase chegando à idade da razão. Não devemos afastá-los de suas sinceras preocupações com os acanhados sociais.
Mas, quando percebemos que esses ingênuos políticos estão sendo manipulados por interesses inconfessáveis, de governos estrangeiros a empresas transnacionais, vamos logo na canela dos dois grupos, com todo vigor e razão.
Nesses casos, "ecochato" é forma educada de nomer um dos grupos.
E os intermediários entre os dois grupos são pilantras mesmo.
(*) Sérgio Vianna é funcionário do Banco do Brasil; mas bem que poderia ser professor de política da Lucia Hippolito.
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