Páginas
▼
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Pronunciamento da presidenta Dilma no dia do Trabalho
Dilma fala sobre as altas taxas de juros cobradas pelos bancos. A moça é corajosa.
Fiquei esperando ela prometer que vai diminuir o IR dos velhinhos aposentados, mas ainda não foi desta vez.
domingo, 29 de abril de 2012
Bossa nova, sempre nova
Ainda mais com Luizinho Eça no piano, Bebeto no baixo e Helson Milito na batera.
Tristeza de Nós Dois, uma das canções mais lindas dessa época fantástica. Composição de Durval Ferreira, Mauricio Einhorn e Bebeto. Curtam:
Tristeza de Nós Dois, uma das canções mais lindas dessa época fantástica. Composição de Durval Ferreira, Mauricio Einhorn e Bebeto. Curtam:
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Coluna Eu, Animal, Maninho Pacheco
Deus não se ocupa com os bois
Maninho Pacheco (*)
“Na Lei de Moisés está escrito:
Não atarás a boca ao boi que debulha.
Acaso Deus tem dó dos bois?”.
Coríntios 9:9
"o ato de nomeação se traduz como uma forma de poder" Derrida |
A leitura atenta de “O animal que logo sou” enseja a produção de inúmeros artigos que tratam da questão animal sobre uma perspectiva menos factual e mais filosófica. Mas é na observação derridiana sobre o texto bíblico de Adão e Eva que o autor constroi uma espécie de parábola da dominação humana sobre os animais e, em certa medida, explica o perfil antropocêntrico da Bíblia (e, por extensão, do cristianismo) e seu especismo (preconceito humano em relação às demais espécies) intrínseco.
Derrida nos remonta que Deus entregou a Adão a responsabilidade de nomear os animais, todos eles. E dominá-los.
- “Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. Gênesis 1:28.
O filósofo nos diz que o ato de nomeação se traduz como uma forma de poder, o poder de nomear, um poder que sujeita os animais pela palavra ou pelo nome, em nome de Deus. Segundo Derrida “Ele criou o homem à sua semelhança para que o homem sujeite, dome, domine, adestre, ou domestique os animais nascidos antes deles, e assente sua autoridade sobre eles.”
Ao condenar os maus-tratos aos animais, sobretudo no Antigo Testamento, a Bíblia não a faz sob enfoque moral dentro da perspectiva do sofrimento não-humano, mas preocupada com o efeito desse tipo de atitude sobre o caráter humano. O próprio Tomás de Aquino explica que “se algumas passagens nas Sagradas Escrituras parece proibir-nos de ser cruéis com os animais brutos isso ocorre ou por temor de que através da crueldade aos animais chegue-se a ser cruel com os seres humanos, ou porque a agressão a um animal acarreta dano temporal ao homem”.
A Bíblia em várias passagens falava de ajudar o asno de um inimigo quando prostrado sob sua carga (Êxodo, 23:5; Deuteronômio, 22:4); de permitir aos animais que descansem aos sábados (Êxodo, 23:12); de não amordaçar o boi que debulha o grão (Deuteronômio, 25:4); e ainda exorta “o homem justo a proteger a vida do animal” (Provérbios, 12:10).
Leia todo o artigo em Don Oleari Ponto Com
(*) Maninho Pacheco é jornalista, designer gráfico e publicitário.
(*) Maninho Pacheco é jornalista, designer gráfico e publicitário.
domingo, 22 de abril de 2012
Dilma tem aprovação record e Lula é o favorito para 2014
Presidente atinge novo pico de popularidade, com 64% de ótimo ou bom
A presidente Dilma Rousseff bateu mais um recorde de popularidade, mas seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é o preferido dos brasileiros para ser o candidato do PT ao Planalto em 2014.
Esse é o resultado principal da pesquisa Datafolha realizada nos dias 18 e 19 deste mês com 2.588 pessoas em todos os Estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O governo da petista é avaliado como ótimo ou bom por 64% dos brasileiros, contra 59% em janeiro.
Trata-se de um recorde sob dois aspectos: é a mais alta taxa obtida por Dilma desde a sua posse, em 1º de janeiro de 2011, e é também a maior aprovação presidencial com um ano e três meses de mandato em todas as pesquisas até hoje feitas pelo Datafolha.
Para 29%, Dilma faz um governo regular. Outros 5% consideram que a atual administração é ruim ou péssima. Em janeiro, essas taxas eram de 33% e 6%, respectivamente.
Como a curva de popularidade positiva de Dilma tem sido ascendente desde o início, o Datafolha incluiu desta vez uma nova pergunta no levantamento sobre a eleição de 2014 -quem deveria ser o candidato do PT a presidente: Dilma ou Lula?
As respostas foram bem mais favoráveis a Lula. Ele é o predileto de 57% dos brasileiros para disputar novamente o Planalto daqui a dois anos e meio. Outros 32% citam Dilma. Para 6%, nenhum dos dois deve concorrer. E 5% não souberam responder.
"A presidente Dilma vem tem tendo curva crescente de popularidade e pode reduzir essa desvantagem em relação a Lula se mantiver essa trajetória", diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
Dilma, entretanto, está tecnicamente empatada com o antecessor, dentro da margem de erro, quando se observam grupos considerados formadores de opinião.
Por exemplo, entre os eleitores com renda acima de dez salários mínimos, Dilma tem 48% contra 45% de Lula. Situação de empate técnico.
O mesmo entre os que têm escolaridade de nível superior: 42% para atual presidente e 41% para seu antecessor.
A ATUAL E OS EX
A comparação com os dois últimos presidentes é muito favorável a Dilma e seus 64% de aprovação. Nesta época, em seu primeiro mandato, Lula tinha 38%. O tucano Fernando Henrique Cardoso tinha ainda menos, só 30%.
Mesmo no segundo mandato, Lula tinha 55% de aprovação com um ano e três meses de governo. Ou seja, nove pontos menos que Dilma.
A alta da petista foi em quase todas as faixas de renda, idade e escolaridade.
Grupos socioeconômicos nos quais Dilma não ia tão bem agora mostraram forte reação. É o caso dos brasileiros com renda familiar acima de dez salários mínimos -4% da população. A petista subiu 17 pontos nesse grupo, passando de 53% para 70%.
Outra alta significativa foi entre a população mais pobre, com renda até dois mínimos por mês -uma massa de 48% dos brasileiros. Nesse grupo, Dilma saiu de 59% para 64% de aprovação.
O atual levantamento foi feito já sob o impacto da queda da taxa de juros de bancos e da redução da taxa básica de juros do país, que passou de 9,75% para 9% na quarta.
A aprovação pessoal da presidente também evoluiu. Para 68%, o desempenho de Dilma é ótimo ou bom; 25% dizem que é regular; 4% avaliam como ruim ou péssimo.
A presidente Dilma Rousseff bateu mais um recorde de popularidade, mas seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é o preferido dos brasileiros para ser o candidato do PT ao Planalto em 2014.
Esse é o resultado principal da pesquisa Datafolha realizada nos dias 18 e 19 deste mês com 2.588 pessoas em todos os Estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O governo da petista é avaliado como ótimo ou bom por 64% dos brasileiros, contra 59% em janeiro.
Trata-se de um recorde sob dois aspectos: é a mais alta taxa obtida por Dilma desde a sua posse, em 1º de janeiro de 2011, e é também a maior aprovação presidencial com um ano e três meses de mandato em todas as pesquisas até hoje feitas pelo Datafolha.
Para 29%, Dilma faz um governo regular. Outros 5% consideram que a atual administração é ruim ou péssima. Em janeiro, essas taxas eram de 33% e 6%, respectivamente.
Como a curva de popularidade positiva de Dilma tem sido ascendente desde o início, o Datafolha incluiu desta vez uma nova pergunta no levantamento sobre a eleição de 2014 -quem deveria ser o candidato do PT a presidente: Dilma ou Lula?
As respostas foram bem mais favoráveis a Lula. Ele é o predileto de 57% dos brasileiros para disputar novamente o Planalto daqui a dois anos e meio. Outros 32% citam Dilma. Para 6%, nenhum dos dois deve concorrer. E 5% não souberam responder.
"A presidente Dilma vem tem tendo curva crescente de popularidade e pode reduzir essa desvantagem em relação a Lula se mantiver essa trajetória", diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
Dilma, entretanto, está tecnicamente empatada com o antecessor, dentro da margem de erro, quando se observam grupos considerados formadores de opinião.
Por exemplo, entre os eleitores com renda acima de dez salários mínimos, Dilma tem 48% contra 45% de Lula. Situação de empate técnico.
O mesmo entre os que têm escolaridade de nível superior: 42% para atual presidente e 41% para seu antecessor.
A ATUAL E OS EX
A comparação com os dois últimos presidentes é muito favorável a Dilma e seus 64% de aprovação. Nesta época, em seu primeiro mandato, Lula tinha 38%. O tucano Fernando Henrique Cardoso tinha ainda menos, só 30%.
Mesmo no segundo mandato, Lula tinha 55% de aprovação com um ano e três meses de governo. Ou seja, nove pontos menos que Dilma.
A alta da petista foi em quase todas as faixas de renda, idade e escolaridade.
Grupos socioeconômicos nos quais Dilma não ia tão bem agora mostraram forte reação. É o caso dos brasileiros com renda familiar acima de dez salários mínimos -4% da população. A petista subiu 17 pontos nesse grupo, passando de 53% para 70%.
Outra alta significativa foi entre a população mais pobre, com renda até dois mínimos por mês -uma massa de 48% dos brasileiros. Nesse grupo, Dilma saiu de 59% para 64% de aprovação.
O atual levantamento foi feito já sob o impacto da queda da taxa de juros de bancos e da redução da taxa básica de juros do país, que passou de 9,75% para 9% na quarta.
A aprovação pessoal da presidente também evoluiu. Para 68%, o desempenho de Dilma é ótimo ou bom; 25% dizem que é regular; 4% avaliam como ruim ou péssimo.
sábado, 21 de abril de 2012
Artigo de Drauzio Varella sobre intolerância religiosa
Intolerância Religiosa
O fervor religioso é uma arma assustadora, disposta
O fervor religioso é uma arma assustadora, disposta
a disparar contra os que pensam de modo diverso
Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.
"Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos" |
Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.
Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar.
Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.
Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?
Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus?
Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?
O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.
Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás.
Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas.
O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade -quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.
Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.
Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.
Artigo publicado na Folha de SP.
Desmascarar charlatanice pode dar cadeia na Índia
Autoridades da Igreja Católica em Mumbai estão pedindo a prisão de Sanal Edamaruku, presidente da Associação Racionalista da Índia, sob a acusação de ele ter desrespeitado um milagre.
Leia mais em Paulo Lopes
Leia mais em Paulo Lopes
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Ex-filiado ao PSOL preso por ser suspeito de fazer parte de milícia
Um grupo de homens suspeitos de integrar milícia foi preso nesta terça-feira em Magé, na Baixada, acusado de executar pelo menos seis pessoas por motivos banais. De acordo com as investigações, o bando era chefiado pelo sargento Vandro Lopes Gonçalves, lotado no 34º BPM (Magé), um dos cinco detidos. A polícia afirma que era ele o mandante dos crimes ocorridos no distrito de Fragoso, muitos praticados de forma truculenta e na frente de testemunhas, para impor o domínio.
Vandro chegou a se candidatar às eleições para vereador de Magé, em 2008, pelo PSOL. O partido confirmou que ele foi candidato, mas que não participou da disputa e apoiou outro político. Vandro pediu desfiliação. O deputado Marcelo Freixo — filiado ao partido e presidente de CPI na Alerj das Milícias — se disse indignado e vai investigar como a filiação foi feita.
A polícia levou a colcha (ou travesseiro) que está na foto, à esquerda, para ser periciada.
Leia mais AQUI.
Vandro foi detido em casa |
A polícia levou a colcha (ou travesseiro) que está na foto, à esquerda, para ser periciada.
Leia mais AQUI.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Gilberto Palmares quer uma comissão especial para o caso das Barcas S.A.
"Esse é o meu olhar 43 de desprezo para as maracutais da CCR" |
Clique AQUI para assistir à entrevista.
ONGs ecológicas defendem interesses das potências estrangeiras
Radicais agora culpam usinas
por não terem reservatórios
Sérgio Barreto Motta (*)
Fábula Greenpeace e Belo Monte |
Na semana passada, Dilma Rousseff foi criticada por defender as usinas para obter energia. Nesta segunda-feira, em Washington, foi alvo do movimento Xingu para Sempre. Mas, por incrível que possa parecer, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia da ONG holandesa Greenpeace que as novas hidrelétricas da Amazônia “não têm segurança energética, por usarem fio d”água em vez de reservatório, ou seja, dependem do fluxo do rio. “Se ele está cheio, tem energia, do contrário, não” – afirmou ele a Giovanna Girardi, da Agência Estado.
E adivinhem quem impediu o Brasil de criar usinas com amplos reservatórios? Justamente as ONGs internacionais, tendo à frente a holandesa Greenpeace e a inglesa WWF. Verifica-se aí um enorme absurdo: dificultaram ao máximo a construção de usinas como Belo Monte e, como vitória parcial, impuseram a limitação dos reservatórios. Agora, acusam as usinas de serem ineficientes, por não terem reservatórios. É como se o lobo acusasse o cordeiro de poluir o rio. É um absurdo e deveria ser criada uma CPI, para saber se tais ONGs defendem mesmo uma posição ideológica natural ou refletem tão somente a preocupação de grandes potências, de que, agora e para o futuro, seja o Brasil uma potência com energia predominantemente gerada pela barata e ecológica água, enquanto o resto do mundo dependeria de um petróleo cada vez mais caro e escasso.
Em março, o consumo de energia no país subiu 8,4% em relação ao mesmo mês de 2011. Mesmo a fio d”água, Belo Monte é boa para o país. Vai gerar energia todo o tempo e, em fase de escassez, só aí, exigirá o acionamento de usinas termelétricas a gás, petróleo e carvão. Sem Belo Monte, as termelétricas poluentes teriam trabalho todo o ano. E mais: Itaipu tem enorme reservatório, que hoje é verdadeiro parque ecológico, com preservação de uma grande área e cultivo crescente de espécies marinhas, além de prover ajuda ao clima da região, através da evaporação.
A propósito, o escritor francês Gilles Lapouge relata que, na Alemanha e França e até na eficiente China, a energia solar e a eólica estão em crise, pois constatou-se que a geração e principalmente a interligação da energia à malha elétrica custam mais do que o previsto.
Essas novas formas de energia – que hoje representam menos de 1% do consumo mundial – exigem subsídios crescentes de seus governos, pois não comprovaram eficácia para uso industrial e da sociedade. Embora com 89 anos, Lapouge está lúcido e revela que a alemã Q-Cells, uma das quatro produtoras de energia solar a falir na Alemanha, tinha ações cotadas a 80 euros que hoje valem 50 cents da moeda da comunidade. Lapouge passou três anos no Brasil e gosta do país, pois é autor do Dicionário Amoroso do Brasil.
(*) publicado em 11 de abril no Monitor Mercantil de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
Entrevista: Luiz Pinguelli fala sobre Belo Monte
O jornal Diário do Nordeste publicou no domingo (08) entrevista com um dos maiores especialistas em planejamento energético do país, o físico e professor Luiz Pinguelli Rosa. Entre as várias atividades, o professor integra o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Como o senhor vê a produção de energia elétrica no Brasil do ponto de vista dos impactos?
Há diferentes impactos. Cada maneira de gerar energia trás um problema. A maior parte da geração elétrica brasileira é hidrelétrica. O problema que ela traz é a necessidade de mobilizar território para a localização das barragens. Antes tínhamos reservatórios enormes de água e mais recentemente menores. Mas sempre tem problema. Nunca é totalmente isenta de impacto desse ponto de vista porque sempre altera cursos d´água. Se você pensa em termos da geração termelétrica, que é a segunda no Brasil, com combustíveis fósseis, petróleo, gás natural e um pouco de carvão mineral, tem a poluição atmosférica, que atinge a saúde das pessoas e também contribui mais para o aquecimento do Planeta, com o efeito estufa. Nuclear, temos poucas, mas temos o risco da radioatividade, ressaltado agora no acidente de Fukushima, no Japão. As renováveis ou alternativas – a principal delas no Brasil para eletricidade é o bagaço de cana, usado na geração de energia nas usinas de álcool – também tem impactos. A própria produção da cana-de-açúcar toma uma área que alguns dizem fazer falta na produção de alimentos. A eólica, mais nova, que cresce bastante, tem problemas também de utilização de território, atinge aves, tem o problema estético, do ruído. Enfim, cada uma tem os seus problemas.
Como o senhor acredita que o governo deve planejar os investimentos para garantir o fornecimento de energia minimizando possíveis danos?
A tendência do Brasil ainda é a hidrelétrica porque ainda há um potencial enorme não usado. Há um órgão, criado no primeiro governo Lula, chamado Empresa de Pesquisa Energética, a EPE, que procura fazer o balanço de todas as vantagens e desvantagens e prever o que é necessário fazer para atender o crescimento de demanda que tem ocorrido. É bom lembrar que, com essa melhoria de renda de uma parte mais pobre da população tem havido crescimento significativo no consumo de energia.
Falando em hidreletricidade, como o senhor disse, temos os problemas de área. Neste sentido, o que o senhor tem a dizer sobre Belo Monte?
Tem pessoas que têm uma convicção contra qualquer hidrelétrica de proporção maior. E isso é uma opinião, é uma visão. Então não há o que discutir. Entretanto, é um projeto razoável. Não inunda quase nada: 500 quilômetros quadrados ao longo do curso de um rio. Evita a remoção de populações indígenas. Não há nenhuma pessoa afetada. E se compromete em melhorar as condições de vida da população que vive em condições muito precárias, na periferia urbana naquela área da usina. Enfim, foi planejada pela EPE dentro de padrões. A tarifa foi considerada bastante razoável. O valor da energia foi calculado na casa dos R$ 60,00 a R$ 70,00 o megawatt/hora. As termoelétricas estão na faixa de R$ 150,00. As eólicas alcançaram agora R$ 100,00. Então é razoável como um projeto hidrelétrico.
O que o senhor tem a dizer sobre o fator de capacidade?
O fator de capacidade é baixo, mas isso é comum nas fontes renováveis todas, inclusive nas eólicas, que têm fator de capacidade baixo. Você não alcança a potência instalada porque depende da disponibilidade de água (ou de vento, na eólica). E não vai haver reservatório para guardar água. Com isso esse fator de capacidade está na faixa de 42%. Nas hidrelétricas brasileiras em geral ele fica um pouco acima de 50%. É por isso que a comparação deve ser de 42% para 50% porque 100% é impossível. Não há nenhuma usina com fator de capacidade de 100%. E isso vale para todas as renováveis. No caso da solar é muito menor.
Luiz Pinguelli Rosa é físico e prefessor |
Como o senhor vê a produção de energia elétrica no Brasil do ponto de vista dos impactos?
Há diferentes impactos. Cada maneira de gerar energia trás um problema. A maior parte da geração elétrica brasileira é hidrelétrica. O problema que ela traz é a necessidade de mobilizar território para a localização das barragens. Antes tínhamos reservatórios enormes de água e mais recentemente menores. Mas sempre tem problema. Nunca é totalmente isenta de impacto desse ponto de vista porque sempre altera cursos d´água. Se você pensa em termos da geração termelétrica, que é a segunda no Brasil, com combustíveis fósseis, petróleo, gás natural e um pouco de carvão mineral, tem a poluição atmosférica, que atinge a saúde das pessoas e também contribui mais para o aquecimento do Planeta, com o efeito estufa. Nuclear, temos poucas, mas temos o risco da radioatividade, ressaltado agora no acidente de Fukushima, no Japão. As renováveis ou alternativas – a principal delas no Brasil para eletricidade é o bagaço de cana, usado na geração de energia nas usinas de álcool – também tem impactos. A própria produção da cana-de-açúcar toma uma área que alguns dizem fazer falta na produção de alimentos. A eólica, mais nova, que cresce bastante, tem problemas também de utilização de território, atinge aves, tem o problema estético, do ruído. Enfim, cada uma tem os seus problemas.
Como o senhor acredita que o governo deve planejar os investimentos para garantir o fornecimento de energia minimizando possíveis danos?
A tendência do Brasil ainda é a hidrelétrica porque ainda há um potencial enorme não usado. Há um órgão, criado no primeiro governo Lula, chamado Empresa de Pesquisa Energética, a EPE, que procura fazer o balanço de todas as vantagens e desvantagens e prever o que é necessário fazer para atender o crescimento de demanda que tem ocorrido. É bom lembrar que, com essa melhoria de renda de uma parte mais pobre da população tem havido crescimento significativo no consumo de energia.
Falando em hidreletricidade, como o senhor disse, temos os problemas de área. Neste sentido, o que o senhor tem a dizer sobre Belo Monte?
Tem pessoas que têm uma convicção contra qualquer hidrelétrica de proporção maior. E isso é uma opinião, é uma visão. Então não há o que discutir. Entretanto, é um projeto razoável. Não inunda quase nada: 500 quilômetros quadrados ao longo do curso de um rio. Evita a remoção de populações indígenas. Não há nenhuma pessoa afetada. E se compromete em melhorar as condições de vida da população que vive em condições muito precárias, na periferia urbana naquela área da usina. Enfim, foi planejada pela EPE dentro de padrões. A tarifa foi considerada bastante razoável. O valor da energia foi calculado na casa dos R$ 60,00 a R$ 70,00 o megawatt/hora. As termoelétricas estão na faixa de R$ 150,00. As eólicas alcançaram agora R$ 100,00. Então é razoável como um projeto hidrelétrico.
O que o senhor tem a dizer sobre o fator de capacidade?
O fator de capacidade é baixo, mas isso é comum nas fontes renováveis todas, inclusive nas eólicas, que têm fator de capacidade baixo. Você não alcança a potência instalada porque depende da disponibilidade de água (ou de vento, na eólica). E não vai haver reservatório para guardar água. Com isso esse fator de capacidade está na faixa de 42%. Nas hidrelétricas brasileiras em geral ele fica um pouco acima de 50%. É por isso que a comparação deve ser de 42% para 50% porque 100% é impossível. Não há nenhuma usina com fator de capacidade de 100%. E isso vale para todas as renováveis. No caso da solar é muito menor.
Leia toda a entrevista em Blog Belo Monte.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Inflação é a menor dos últimos 12 anos
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Demóstenes e seus amiguinhos
Aí, quando alguém do povão diz que tem nojo dos políticos, eu fico com cara de bunda.
Publicado no Blog do Nassif
Os "amigos do Demóstenes"
Autor: Luiz CesarSolidariedade tem limites |
Procurei pelo vídeo e acabei me contentando com a transcrição do texto, que encontrei no sítio do Senado (http://www.senado.gov.br/atividade/pronunciamento/detTexto.asp?t=391880).
Eu não vi o pronunciamento. Vi os apartes. Não lamentei porque peguei o melhor da festa, ao vivo. No dia, ainda sem saber o tanto que sei hoje, fiquei impressionado com o apoio de tantos Senadores, com tantos testemunhos e certificações de honestidade conduta ilibada, de retidão, de transparência em tudo o que o Demótenes fez e prometia fazer, pelo resto da vida!
Hoje, lendo aqueles depoimentos, ora rio, ora sinto vergonha alheia, ora fico triste com a qualidade intelectual e moral de figuras de renome que fazem parte do atual Senado Federal.
A defesa incondicional de, quase, a totalidade dos que apartearam dá dó. Fico a pensar se esses mesmos atores (ator no sentido de irreal que o termo possa associar), repetiriam o mesmo discurso, na próxima vez que o Demóstenes subir ao púlpito, se subir, de brocha na mão, para vociferar nova defesa (ou primeira defesa).
Alguns deles já tiram a escada: Agripino; Dias, aquele senador contratado da globo (se não é deveria cobrar salário, pelo tanto aparece para falar sobre qualquer coisa do interêsse da globo); um senador do PSOL, idem. Não sei dos outros, não vi mais depoimentos recentes, o que não significam que não tenham ajudado na retirada da escada.
Separei alguns trechos, por critério pessoal, que demonstra o apoio e solidariedade de TODOS que se pronunciaram. Uns mais, outros menos. Mas, nenhum, é tão contundente quanto ao de um Senador do PSDB – PA (Mário alguma coisa). Esse não deu para retirar trecho. Fez o aparte de pé, numa deferência ao “grande senador”. Bateu palmas. Desejou que todos os políticos fossem iguais ao Demóstenes. O aparte vai na íntegra.
Tem um momento cômico. Um não, dois. Ambos, protagonizados (não poderia deixar de ser) pelo Senador Suplicy.
Primeiro - As lideranças tinham combinado que não haveria apartes. Demostenes falaria e ponto final. Possivelmente, ajustaram isso com o próprio, entendendo que haveria risco de alguém criar uma saia justa. O Supla pai, sabendo ou não, desatento ou não, defecou e andou para o acordo e iniciou uma sequência de depoimentos mais ridícula e tristes que pude assistir (e assisto muito, sempre, há muito tempo) no plenário do Senado.
Segundo - Não bastasse isso, ainda mandou: “...um número considerável de ligações telefônicas com esse Sr. João Cachoeira, assim conhecido,..”. JOÃO CACHOEIRA, Supla? De onde saiu esse JOÃO?
Para quem não tiver saco, ou tempo para ler todo os pronunciamento, nem mesmo os trechos que selecionei, recomendo que não deixe de ler, pelo menos, os do Agripino; do Álvaro Dias; do Mário, aquele que não é do armário, mas do Pará; Cristovam Buarque; Pedro Simon; Lobão Filho; Vicentinho Alves; Jayme Campos. Esse último é obrigatório.
Lista dos amigos do Demóstenes (em ordem alfabética, para facilitar...) :
Aécio Neves - Alfredo Nascimento - Aloysio Nunes Ferreira - Álvaro Dias - Ana Amélia - Antonio Carlos Valadares - Antonio Russo - Armando Monteiro - Benedito De Lira - Blairo Maggi - Casildo Maldaner - Cassio Cunha Lima - Cristovam Buarque - Cyro Miranda - Eduardo Braga - Eduardo Suplicy - Eunício Oliveira - Flexa Ribeiro - Francisco Dornelles - Inácio Arruda - Ivo Cassol - Jarbas Vasconcelos - Jayme Campos - Joao Ribeiro - Jorge Viana - Jose Agripino - Katia Abreu - Lobão Filho - Lucia Vania - Luiz Henrique - Mario Couto - Marta Suplicy - Mozarildo Cavalcanti - Paulo Paim - Pedro Simon - Pedro Taques - Randolfe Rodrigues - Ricardo Ferraço - Roberto Requião - Rodrigo Rollemberg - Romero Juca - Vicentinho Alves - Vital Do Rego - Waldemir Moka
Antes dos trechos, deixo minha dúvida, ingênua e pueril: como se comportarão os “amigos do Demóstenes”, no caso de uma, possível, votação em processo disciplinar?
Nota do Blog: os pronunciamentos em defesa de Demóstenes você pode ver no link citado no começo do post.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Mino: Demóstenes é bode expiatório
Sequestrada em Goiânia por ordem de Maconi Perillo |
Demóstenes, Marconi e Policarpo
Mino Carta
Ora, ora. Por que a mídia silencia a respeito de um ponto importante das passagens conhecidas do relatório da Polícia Federal? Aludo ao relacionamento entre o bicheiro Cachoeira e o chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. E por que com tanto atraso se refere ao envolvimento do governador Marconi Perillo? E por que se fecha em copas diante do sequestro sofrido por CartaCapital em Goiânia no dia da chegada às bancas da sua última edição? Lembrei-me dos tempos da ditadura em que a Veja dirigida por mim era apreendida pela PM.
A omissão da mídia nativa é um clássico, precipitado pela peculiar convicção de que fato não noticiado simplesmente não se deu. Não há somente algo de podre nas redações, mas também de tresloucado. Este aspecto patológico da atuação do jornalismo pátrio acentua-se na perspectiva de novas e candentes revelações contidas no relatório da PF. Para nos esclarecer, mais e mais, a respeito da influência de Cachoeira junto ao governo tucano de Goiás e da parceria entre o bicheiro e o jornalista Policarpo. E em geral a dilatar o alcance da investigação policial.
Leia todo editorial que sai amanhã em Carta Capital.